Por João Gabriel Alvarenga, g1 Campinas e Região


Centro de pesquisa inédito quer acelerar 'comidas do futuro' em Campinas

Centro de pesquisa inédito quer acelerar 'comidas do futuro' em Campinas

Carne cultivada, leites vegetais, proteínas de insetos e carne de frango sem frango são alguns exemplos de produtos que estão sendo pensados para suprir a demanda de comida em um futuro próximo. Para acelerar o desenvolvimento e pesquisa desses alimentos, um centro de pesquisas inédito na America Latina começou a funcionar em Campinas (SP).

O "Tropical Food Innovation Lab" foi construído em uma área de 1,3 mil m² no Instituto de Tecnologia de Alimentos de Campinas (ITAL), ligado ao governo de São Paulo, a partir de uma parceria entre 5 empresas.

A ideia do projeto é criar o chamado 'ecossistema de inovação' para desenvolver alimentos e bebidas sustentáveis, com foco na biodiversidade brasileira.

"No futuro haverá uma falta de proteína no mundo e esses novos alimentos vão complementar a fonte de proteína atual. Não é excludente, é adicional", explicou Paulo Silveira, idealizador e gestor do Tropical.

ENTENDA: Um ecossistema de inovação é uma estratégia que reúne em um só local empresas, pesquisadores, startups, investidores, universidades a fim de acelerar o desenvolvimento de novos produtores. O g1 visitou o local. Assista no vídeo acima.

'Tropical Food Innovation Lab' foi construído no Instituto de Tecnologia de Alimentos de Campinas — Foto: Reprodução/EPTV

Princípios no desenvolvimento de alimentos

Paulo Silveira explicou que, entre os diferenciais do centro de pesquisa, está a preocupação em levar informação de qualidade à população sobre o desenvolvimento de novos alimentos. Assim, assegurando alimentos:

  • Saudáveis e nutritivos;
  • Seguros à saúde;
  • Acessíveis financeiramente;
  • Com sabor atraente;
  • Ambientalmente corretos e com baixa emissão de gases poluentes;
  • Com redução de desperdícios;
  • E desenvolvidos com transparência.

"Alimentos nutritivos e acessíveis são o pilar fundamental desse desenvolvimento. Por isso, queremos trazer a biodiversidade brasileira com sua riqueza para dentro desse parque tecnológico e, assim, desenvolver novos ingredientes e novos produtos".

Extrusora do centro é a única na America Latina disponível para pesquisa e inovação. — Foto: João Gabriel Alvarenga/g1

R$ 15 milhões em equipamentos

O Tropical custou cerca de R$ 15 milhões e reúne equipamentos de última geração e uma estrutura moderna para a pesquisa dos novos alimentos. Um destaque é a máquina chamada extrusora, única na America Latina disponível para pesquisa e inovação.

"O nosso diferencial é uma estrutura de equipamentos modernos, um investimento muito grande, como na extrusora, um equipamento usado para fazer proteínas de origem vegetal, como hambúrgueres e snacks", detalhou Paulo.

Pesquisadores e startups

O centro também conta com uma estrutura para preparação e degustação de alimentos, uma cozinha experimental, além de espaços de interação e coworking. Empresas, startups e pesquisadores de toda a América Latina poderão utilizar o Tropical.

"Pesquisadores poderão trazer pesquisas para cá, poderão desenvolver pesquisas junto com as empresas parceiras e também com startups. A gente quer trazer, pelo menos, 10 startups por ano para estar incubada aqui dentro e ajudar a gente a olhar o futuro de maneira mais eficiente".

Estrutura inédita na America Latina

Segundo Paulo Silveira, o Tropical é um centro de pesquisa inédito na América Latina e um dos únicos do mundo com essa estrutura.

"O Brasil é alimentos por natureza e Campinas por vocação tem tecnologia. Tem a Unicamp, tem o Ital, então foi uma escolha natural escolher Campinas para abrigar um dos centros mundiais de desenvolvimento de alimentos".

Cozinha experimental dentro do centro de pesquisa em Campinas — Foto: João Gabriel Alvarenga/g1

Cinco parceiros no projeto

Além do ITAL, instituto público ligado ao governo de São Paulo que cedeu o terreno, o Tropical Food Innovation Lab foi construído com o apoio das empresas suíças Bühler e Givaudan, da norte-americana Cargill, e do FoodTech Hub Latam.

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