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Empresas podem negociar licenciamento de
tecnologias da APTA para indústria de alimentos e pecuária de
corte
Manifestação de interesse deve ser feita até 19 de abril de 2018, no site da Rede NIT-APTA
Empresas interessadas podem negociar diretamente com o Núcleo
de Inovação Tecnológica da Agência Paulista de Tecnologia dos
Agronegócios (APTA) o licenciamento de duas tecnologias
destinadas à indústria alimentícia e ao setor da pecuária. As
empresas devem manifestar interesse no licenciamento das
tecnologias até 19 de abril de 2018. O Extrato de Oferta
Tecnológica está disponível no site:
http://www.apta.agricultura.sp.gov.br/nit/licenciamento. A APTA
é ligada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado
de São Paulo.
A tecnologia para obtenção de ingredientes a partir da casca do
café robusta, sem o uso de solventes, é uma das invenções que
podem ser licenciadas. Desenvolvida pelo Instituto de Tecnologia
de Alimentos (ITAL) e Instituto Agronômico (IAC), a técnica
consiste na obtenção de ingrediente natural aquoso e seco que
pode ser usado como fonte de cafeína na indústria de alimentos e
bebidas não alcoólicas de baixo valor calórico e energético
natural, além de ter aplicação na formulação de cosméticos e
fármacos naturais.
De acordo com Gisele Anne Camargo, pesquisadora do ITAL, os
produtos disponíveis atualmente no mercado como fonte de cafeína
passam por processo de extração com o uso de diferentes
solventes. Além disso, não há no mercado fontes provenientes de
resíduos da agroindústria do café, cultura que ocupa a segunda
posição nas commodities de maior valor no mundo. “Este novo
processo diminui o descarte de resíduos orgânicos e por não
utilizar solvente é considerado uma ‘tecnologia verde’”, explica
a pesquisadora que é também diretora da Rede NIT-APTA.
O ingrediente apresenta teores de cafeína de 500 a 2000 µg (micrograma
por quilo), além de polifenois, epicatequina e ácidos
clorogênicos. “Ele tem aplicação direta em formulações de
produtos alimentícios e com refino poderá ser usado em
cosméticos e fármacos naturais. O processo pode ser aplicado em
pequenas e médias propriedades de café, além de associações e
cooperativas”, afirma Gisele, que desenvolveu o processo em
conjunto com a pesquisadora do IAC, Terezinha de Jesus Garcia
Salva.
A outra invenção consiste no desenvolvimento de um produto
natural que substitui a utilização de antibióticos na dieta de
ruminantes. O produto é à base de anticorpos policlonais e tem a
mesma função dos antibióticos, com a diferença de possuir efeito
específico contra bactérias indesejáveis, ou seja, aquelas que
causam de fato prejuízo para a saúde e reduzem o ganho de peso
dos animais.
O produto desenvolvido pela APTA pode ser inserido na ração e é
uma alternativa a restrição do uso de antibióticos na dieta
animal em alguns países europeus e estados americanos, devido ao
surgimento das chamadas superbactérias. “Este é o primeiro
produto contendo anticorpos policlonais desenvolvido no Brasil
para substituir antibióticos, usados como aditivo zootécnico com
propriedades funcionais digestivas e equilibrados de flora do
trato digestório, promovendo maior ganho de peso em gado de
corte. Esse aumento no ganho de peso é um plus, mas o maior
atrativo do produto é a substituição dos antibióticos, que está
em vias de controle no Ministério da Agricultura”, explica
Geraldo Balieiro, pesquisador da APTA.
Licenciamento das tecnologias
Os interessados em participar das negociações para licenciamento
das tecnologias devem manifestar interesse no site da APTA (http://www.apta.agricultura.sp.gov.br/nit/licenciamento)
até 19 de abril de 2018. Após este prazo, as empresas
interessadas serão convocadas para assinarem um termo de
confidencialidade e receberão informações mais detalhadas sobre
as tecnologias. As empresas terão prazo de 30 dias para
estudarem a proposta de licenciamento e protocolarem junto a
Rede NIT-APTA pedido de negociação direta do contrato. As
empresas serão convocadas individualmente para a negociação.
“É um processo transparente em que serão apresentadas as
propostas para licenciamento das tecnologias que serão avaliadas
por uma comissão. A empresa que for melhor pontuada por esta
comissão poderá explorar os royalties da tecnologia, juntamente
com o Instituto responsável pelo desenvolvimento e a equipe de
pesquisadores”, explica Gisele.
Segundo Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo, a APTA vive um novo
momento de parcerias com o setor de produção, com regras claras
e menos burocráticas, graças a novas legislações estadual e
federal. “Com isso, a APTA conseguiu aumentar suas parcerias, o
que refletiu no salto da participação privada em seu orçamento,
que eu 2017 chegou a 23,4%. Levar novas tecnologias ao setor é
uma das diretrizes do governador Geraldo Alckmin”, diz.
Por Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – APTA
(19) 2137-8933