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IZ destaca o Dia Mundial do Leite com tecnologias para produção leiteira paulista e nacional

Nesta data, o Instituto reforça sua atuação na qualidade, produtividade e bem-estar dos bovinos leiteiros

O Instituto de Zootecnia (IZ-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo comemora hoje, 1º de junho, o Dia Mundial do Leite, abordando diversas pesquisas realizadas na área que visam maior produtividade e qualidade deste produto de alto valor nutricional. A data foi criada em 2001, pela Organização das Nações Unidas (ONU), para incentivar o consumo de produtos lácteos.

Os pesquisadores do IZ atuam na área de produção de leite de vaca e de búfala, incluindo estudos em nutrição animal, reprodução, melhoramento genético e qualidade do leite. "Nosso trabalho científico gera tecnologias que, transferidas ao produtor rural, chega, indiretamente, em sua mesa. Na alimentação do dia a dia, ao consumir o leite quentinho, o queijo e o iogurte fresquinhos, aquela saborosa muzzarella de búfala", comenta o diretor geral do IZ, Enilson Geraldo Ribeiro.

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a cadeia de produção do leite envolve, aproximadamente, quatro milhões de pessoas para garantir, na mesa do consumidor, um produto seguro e de alto valor nutritivo. Rico em lipídios (gordura), carboidratos, proteínas, sais minerais e vitaminas o leite é o alimento que consegue sozinho suprir as necessidades nutricionais do indivíduo nos primeiros meses de vida.

Com alta concentração de cálcio e boa quantidade de fósforo é um alimento fundamental para formação e manutenção dos ossos. Sua proteína de alta qualidade favorecem a formação e manutenção dos tecidos e a variedade de vitaminas (A, D, E, K e do complexo B), favorece a visão, crescimento, processos imunológicos, de reprodução, antioxidantes e auxiliam na saúde da pele.

Para atender as demandas dos produtores e consumidores, a equipe de pesquisadores do IZ desenvolve projetos e oferece serviços pelos seus laboratórios no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Bovinos Leiteiros e no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Genética e Biotecnologia.

Laboratório de Referência da Qualidade do Leite

O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Bovinos Leiteiros do Instituto de Zootecnia possui um Laboratório de Referência da Qualidade do Leite que desenvolve pesquisas envolvendo controle de mastite, produção higiênica, terapias alternativas para melhoria da qualidade do leite e impacto da transferência de tecnologia sobre a produção.

O IZ também possui um laboratório itinerante para pesquisas e monitoramento da qualidade do leite em diversas regiões do Estado e fora dele também. O espaço contempla análises em tempo real de aspectos de composição, contagem de células somáticas e também análise microbiológica para detecção de patógenos de mastite para oferecer informações de resultados de pesquisa com intuito de auxiliar produtores leiteiros a aumentar produção e qualidade do leite.

Tanto o laboratório móvel, quanto a unidade física, estão a serviço dos produtores leiteiros, laticínios, cooperativas e associações levando informação através das análises do leite para garantir qualidade e sustentabilidade da produção.

Produção de Leite A2A2 e a segurança alimentar

A presença do alelo (A1) da beta caseína é uma questão de preocupação com a saúde do consumidor, visto que este alelo está associado a possíveis problemas de inflamação das mucosas gástricas e intestinais em uma parte da população. O alelo A1 é uma mutação do alelo A2.

As pesquisas realizadas pela equipe do Laboratório de Genética do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Genética e Biotecnologia do Instituto de zootecnia possibilitou desenvolver metodologia para identificação destes alelos, para genotipagem de animais, com genética apenas de alelos A2A2 e que produzirão leite desse tipo, possibilitando garantia de segurança alimentar ao consumidor e agregação de valor ao produto.

Com as metodologias desenvolvidas o Laboratório de Genética do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Genética e Biotecnologia do IZ, também, realiza as análises de:

-> genotipagem de animais para os alelos da beta-caseína (A1ou A2) a partir de amostras de pelo, sangue ou leite;

-> verificação se há presença de leite A1 em leite ou derivado comercializado como contendo apenas beta-caseína A2;

-> verificação se há presença de leite bovino em leite ou derivado comercializado como sendo exclusivamente de búfala, cabra ou ovelha.

Bem-estar Animal melhorando a produtividade e qualidade do leite

O aumento do bem estar de vacas leiteiras está associado ao aumento da produção e da qualidade do leite, e melhoria na saúde das vacas. Segundo a pesquisadora do IZ, Lenira El Faro Zadra, a estimulação tátil, o carinho, no pré-parto dos animais, trouxe a melhoria no temperamento, comportamento das vacas e índices produtivos, permitindo uma visão maior do que seria possível alcançar via seleção genética para temperamento.

“As vacas que receberam o tratamento de estimulação tátil produziram, em média, 2kg de leite/dia a mais do que as que não receberam estimulação tátil. Além disso, as que receberam estimulação tátil apresentaram 8,5% de retenção do leite, enquanto as que não receberam estímulo apresentaram 16% de retenção”, explica Lenira.

O estudo realizado também constatou que as vacas que receberam afago apresentaram menores níveis de cortisol e maiores níveis de ocitocina em relação aos animais que não receberam o afago, o que indica maior bem-estar dos animais. “Desta forma, além de promover maior produtividade, a estimulação tátil pode diminuir a ocorrência de mastite devido a retenção do leite, diminuindo os custos de produção e aumentando a qualidade do leite”, afirma Lenira.

Aumento da Produtividade e Qualidade do Leite de Búfala

No município de Registro, no Vale do Ribeira, está situado o Núcleo Regional de Pesquisa do Instituto de Zootecnia (Núcleo de Bubalinocultura), que por meio de seu grupo de trabalho realiza estudos com búfalos há mais de 35 anos. No Núcleo são conduzidas pesquisas em produção animal, inseminação artificial em tempo fixo (IATF), superovulação, produção in vitro e transferência de embriões (SOVTE e PIVTE).

Em parceria e sintonia com a Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB), o Núcleo “busca sempre atender aos anseios dos bubalinocultores por tecnologias que possibilitem a máxima eficiência produtiva de seus rebanhos e, consequentemente, o maior retorno financeiro com suas atividades”, destaca o diretor Nelcio Antonio Tonizza de Carvalho.

Nesse contexto, foi comprovado recentemente, no Núcleo de bubalinocultura que o uso de biotecnologias da reprodução possibilita rápido ganho genético do rebanho e aumento significativo na produtividade de leite.

Segundo Nelcio, verificou-se que búfalas primíparas oriundas de embriões produzidos in vitro, com genética superior (doadores com PTA positivo) produziram 50,5% mais leite que primíparas contemporâneas produtos de acasalamento entre búfalas e touros sem avaliação genética.

Esse acréscimo na produção leiteira pode resultar no retorno econômico tanto do produtor quanto dos demais elos envolvidos na cadeia de leite bubalino, uma vez que este produto é o único a ser utilizado na fabricação da mozzarella.

 

Lisley Silvério(MTb. 26.194) e Alexandra Cordeiro
Assessora de Imprensa
Núcleo de comunicação Científica

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