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Na Aquishow, SAA apresenta novas tecnologias, linha de crédito e orientações ao setor de pesca e aquicultura

Mais de 80 mil toneladas anuais de peixe cultivado são produzidas no âmbito paulista

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo apresentará ações inéditas e inovadoras para o setor da pesca e aquicultura durante a 11ª Aquishow Brasil, evento que reúne todos os elos da cadeia produtiva do setor da aquicultura. Durante a Feira, realizada no Centro Avançado de Pesquisa e Desenvolvimento do Pescado Continental do Instituto de Pesca (IP-APTA), em São José do Rio Preto, a Secretaria de Agricultura apresentará novas tecnologias para os produtores na área de probióticos e ração de peixe, crédito para os produtores, ações relacionadas a assistência técnica e sanidade para os aquicultores. O evento, que será realizado de 24 a 27 de maio contará com a participação do secretário de Agricultura e Abastecimento, Francisco Matturro.

A Aquishow é organizada pela PeixeSP (Associação de Piscicultores em Águas Paulistas e da União) e tem como coorganizadores a Prefeitura de Rio Preto, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento; e o Governo do Estado de São Paulo, por meio do IP-APTA, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. O evento ainda conta com o apoio da ACIRP (Associação Comercial e Empresarial de Rio Preto) e do Governo Federal, por meio do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), além do patrocínio do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

“A Aquishow é um grande exemplo da sinergia entre o setor produtivo e uma instituição de pesquisa e desenvolvimento, com foco no estabelecimento de projetos voltados a inovação e negócios. O Instituto de Pesca estará literalmente de portas abertas as demandas do setor, demonstrando uma parte de sua expertise na aquicultura, bem como sua envergadura para buscar solucionar as dores do setor”, afirma Cristiane Neiva, diretora do IP.

“O pescado é a proteína animal mais consumida no mundo segundo a FAO e as ações do Instituto de Pesca visam a manutenção da sustentabilidade da exploração dos recursos naturais e o desenvolvimento e aumento da produção em cativeiro, a fim de abastecer a demanda crescente desse mercado”, afirma Sergio Tutui, coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).

Novo probiótico para tilápia foi desenvolvido a partir de testes do IP

Durante o evento, a empresa Biocamp, de Campinas, apresentará probiótico comercial a base de bactérias selecionadas e testadas pelo Instituto de Pesca. Os pesquisadores do IP isolaram da tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus) bactérias que podem trazer benefícios para a piscicultura brasileira, atuando como probióticos, colonizando o sistema intestinal dos peixes e propiciando melhoras em vários aspectos da saúde dos animais.

“A nossa ideia foi selecionar um probiótico específico, para utilização para tilápia-do-nilo, que é o peixe mais criado hoje no Brasil”, explica o pesquisador do IP, Leonardo Tachibana, um dos responsáveis pelo projeto, que contou também com os pesquisadores Danielle Dias e Carlos Ishikawa.

A utilização dos probióticos promete ser uma grande aliada do piscicultor na busca de melhores resultados na produção. “Existem vários benefícios na utilização do probiótico, como o aumento da capacidade imunológica do animal e o equilíbrio na microbiota intestinal, que o ajuda a ficar mais saudável. Existem registros de que melhoram a sobrevivência do animal em caso de alguma doença”, enumera o pesquisador. Com isso, o peixe cresce mais e melhor e o produtor pode ter um retorno mais rápido.

Uma outra justificativa forte para o uso dos probióticos é a redução na utilização de produtos químicos sintéticos na criação dos animais, indo ao encontro a uma preocupação crescente do consumidor. “Por melhorar o sistema imunológico, você acaba utilizando menos os chamados produtos quimioterápicos na manutenção da saúde dos animais”, pontua o pesquisador do IP.

“O uso de probióticos é uma tendência mundial”, afirma Ivan Lee, sócio-diretor da empresa BioCamp, que firmou parceria com o IP para desenvolver em escala comercial o probiótico a ser incorporado na alimentação das tilápias.

Lee afirma que o consumo de peixe vem crescendo muito no Brasil nos últimos anos, puxado pela produção de tilápia, que já corresponde a mais da metade do pescado cultivado no país. A inovação e a união entre instituições públicas e iniciativa privada, defende, têm papel fundamental neste cenário, possibilitando uma produção maior e mais sustentável. “Buscamos parcerias sérias e sustentáveis, de acordo com nossa missão, e ficamos muito contentes com o trabalho feito com o Instituto de Pesca. Não basta ser rentável, tem que fazer algo pela sociedade”, enfatiza o sócio-diretor da Biocamp.

Ração sustentável do IP permite substituição total da farinha de peixe para alimentação de peixes carnívoros

Na Aquishow, o IP também apresentará no estande da Secretaria de Agricultura uma ração sustentável para a produção de peixes carnívoros. O produto foi formulado pelo IP em conjunto com a BRF Ingredients que permite a substituição total da farinha de peixe (FP) para alimentação de peixes carnívoros, como truta arco-íris e salmão, utilizando insumos sustentáveis e subprodutos da indústria animal.

De acordo com a pesquisadora, Neuza Takahashi, a nova tecnologia do IP trará impacto para toda a indústria mundial de salmão, camarões e peixes marinhos. "A criação de peixes carnívoros depende de ração a base de farinha de peixe, na qual 5 kg de peixes marinhos capturados são usados para produzir 1 kg de peixe cultivado. Tal impacto sobre a natureza não é mais tolerado. Os consumidores exigem uma ração com insumos não extrativista, como essa que desenvolvemos", afirma.

A formulação contou com os subprodutos da indústria de processamento de aves e de fontes proteicas renováveis de qualidade e rastreáveis. O produto encontra-se disponível no mercado nacional como Proteína Hidrolisada de Frango da BRF Ingredients e também está sendo comercializada no exterior.

Crédito e subvenção de até R$ 200 mil para a aquicultura

Produtores rurais, aquicultores e pescadores artesanais podem se beneficiar com diversas linhas de investimentos oferecidas pela Secretaria de Agricultura, por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP), para incremento da atividade. O crédito oferecido pela Secretaria é de até R$ 200 mil por beneficiário, exceto para a pesca artesanal, que tem teto de até R$ 40 mil, podendo utilizar até 30% do valor do financiamento para custeio.

Podem se beneficiar desse recurso as seguintes atividades: aquicultura em sistema fechado ou recirculação e aquaponia; aquicultura em tanques, viveiros e barragens; piscicultura em tanques-rede; maricultura de bivaldes e macroalgas; pesca artesanal.

O projeto Aquicultura e Pesca Sustentável Paulista tem o objetivo de propiciar meios para implantação, ampliação ou modernização de sistemas de produção, além da adoção de boas práticas de manejo e pesca. “Com isso, a Secretaria contribui para o desenvolvimento sustentável das diversas atividades aquícolas e pesqueiras presente no estado de São Paulo”, afirma Francisco Martins, secretário executivo do Feap.

Peixe é alternativa alimentar saudável para população cada vez mais numerosa

Nos próximos anos, o Brasil pode ser reconhecido como um grande exportador de peixes cultivados, conforme indica o Documento Técnico 123 − “Levantamento das Unidades de Piscicultura no Estado de São Paulo”, organizado por extensionistas e pesquisadores da Secretaria. O Brasil é o país com as mais altas taxas de crescimento da aquicultura e São Paulo é o segundo maior produtor de peixes cultivados do país. O peixe figura como alternativa alimentar saudável para uma população cada vez mais numerosa. A Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) acredita, incentiva e promove a aquicultura, a piscicultura e a pesca no território paulista.

Os extensionistas, junto aos aquicultores, pescadores e às suas organizações, desenvolvem um trabalho que visa mais capacitação, mais produtividade, mais rendimento e melhor qualidade do pescado. O trabalho inclui transferência de tecnologias; orientação; atendimento; organização rural; associativismo e cooperativismo; crédito rural, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e Feap.

“Nos últimos anos, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) aponta que o peixe está mais presente na alimentação das populações. Nossa expectativa é de que o consumo siga aumentando e a produção paulista cresça ainda mais. Para a CATI, participar de mais esta edição da Aquishow é uma oportunidade de reciclar o conhecimento dos técnicos extensionistas, que estão presentes ao dia a dia dos produtores e organizações, e também de apresentar, aos visitantes da feira, a extensão rural como uma ferramenta na cadeia de valor do pescado”, comenta o coordenador da CATI, o engenheiro agrônomo Alexandre Manzoni Grassi.

Vírus Necrose Infecciosa do Baço e Rim

Técnicos de apoio e médicos-veterinários da Coordenadoria da Defesa Agropecuária (CDA) estarão no estande da Secretaria de Agricultura durante a Aquishow para apresentação de estudo relacionado à ocorrência do Vírus da Necrose Infecciosa do Baço e Rim (ISKNV) em tilápias no Estado de São Paulo e participação em minicursos.

Além da apresentação, uma van estará no local para atendimento ao público em geral e para orientar produtores a respeito de cadastro no GEDAVE, guia de trânsito animal (GTA), vigilância da ocorrência de doenças, fiscalização de condições sanitárias, entre outros.

São Paulo está para peixe!

Na aquicultura e piscicultura, em São Paulo, há a prática de variadas formas de cultivo: viveiros escavados; barramentos; tanques-rede; atividades de pesque-pagues. Além da piscicultura continental, São Paulo também atua em maricultura e ostreicultura.

Mais de 80 mil toneladas anuais de peixe cultivado são produzidas no âmbito paulista. Entre as diversas espécies, a tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus) desponta como a mais cultivada no país, produzida significativamente em São Paulo no sistema de tanques-rede.

Já na pesca, são 14 municípios litorâneos, com 5.196 Unidades Produtivas Pesqueiras (embarcações), produzindo mais de 20 mil toneladas de pescado por ano. Os principais aparelhos usados, chamados de “artes de pesca”, são: redes de arrasto; redes de emalhe de superfície e de fundo; cerco flutuante; cerco fixo; cerco de traineiras; espinhéis e covos. Na pesca marítima, as espécies atualmente produzidas são camarão 7 barbas, sardinha, pescada, corvina, carapau, sororoca, cação e caranguejo, entre outras.

Instituto de Pesca coordenará minicursos no evento

Paralelamente à programação de palestras da 11ª Aquishow Brasil, serão realizados quatro minicursos, entre os dias 23 e 25 de maio, com a curadoria do IP. Serão discutidos os temas “Introdução aos Sistemas de Aquicultura em Recirculação de Água”, “Aquaponia: Aspectos Fundamentais”, “Teoria e Prática em Parasitologia de Peixes” e “Carpas Nishikigois”.

“Procuramos trazer assuntos variados e complementares à feira, abordando tópicos importantes sobre manejo, sanidade, qualidade da água, sustentabilidade e inovação. Nosso intuito é proporcionar uma troca rica de experiências aos inscritos”, afirma Daniela Castellani, diretora do Centro do Instituto de Pesca em São José do Rio Preto.

Centro Avançado de Pesquisa e Desenvolvimento do Pescado Continental

A Aquishow será realizada no Centro Avançado de Pesquisa e Desenvolvimento do Pescado Continental do Instituto de Pesca, que desenvolve trabalho próximo a cadeia produtiva do pescado, sobretudo produtores, empresas e instituições envolvidas em aquicultura. Sua estrutura com mais de 20 tanques, inaugurados em 2017, laboratórios e demais áreas voltadas à pesquisa, administração e atendimento ao público. O Centro se destaca pele prestação de serviços em análises da qualidade da água e na formulação de rações específicas para espécies.

A unidade do NPOP do Instituto de Pesca (desenvolvido com a USP), com foco nos estudos com tilápia e camarões. Além disso, tem destaque no desenvolvimento de projetos de repovoamento de espécies nativas em parceria com o ICMBio, tecnologia

de produção em tanques rede de grandes volumes automatizados e desenvolvimento de ração feita com insetos.

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