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SUSTENTABILIDADE DE ÁREAS AQÜÍCOLAS: ATUAÇÃO DO INSTITUTO DE PESCA EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Os números apresentados pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) mostram que, em 2004, a produção de peixes de água doce no estado de São Paulo foi de 20.578 t, menor apenas que a obtida no Rio Grande do Sul (25.904 t). A expansão de empreendimentos de criação que se utilizam de tanques-rede tem contribuído significativamente para tal produção no estado paulista. O interesse por esse sistema de piscicultura tem aumentado, principalmente, em função da disponibilidade de locais para a sua instalação, que são os reservatórios artificiais construídos para a geração de energia. No reservatório da usina hidrelétrica de Nova Avanhandava, na Bacia Hidrográfica do Baixo Tietê, por exemplo, a criação de tilápia em tanques-rede encontra-se em pleno desenvolvimento devido à qualidade dos recursos hídricos e às condições climáticas favoráveis a essa espécie. A criação de peixes em tanques-rede é uma modalidade de criação intensiva que utiliza elevada densidade de estocagem e exige constante renovação de água. Os resíduos gerados, constituídos por alimentos não ingeridos e produtos do metabolismo dos peixes, são liberados no ambiente e aumentam principalmente a concentração de nitrogênio e de fósforo na água e no sedimento, o que se denomina “eutrofização” do ambiente aquático. A eutrofização, quando acentuada, causa a deterioração da água, comprometendo a estabilidade do ecossistema aquático, o que pode levar à redução no crescimento dos peixes, aumento da incidência de doenças e até mortalidade generalizada. Portanto, o processo acentuado de eutrofização pode inviabilizar o próprio empreendimento. Desta forma, o acompanhamento dos parâmetros limnológicos durante o período de cultivo é necessário para subsidiar adequadamente a técnica de manejo em tanques-rede a curto e longo prazos, assegurando boa produtividade e baixo impacto ambiental. Desde janeiro de 2006, o Centro de Pesquisa do Pescado Continental do Instituto de Pesca, sediado em São José do Rio Preto (SP), com o apoio da ANPAP (Associação Nacional de Piscicultura em Águas Públicas), desenvolve pesquisa para avaliar os parâmetros limnológicos e do sedimento (15 parâmetros ao todo, em 13 pontos de coleta) durante o ciclo de criação de tilápia em tanques-rede em cinco pisciculturas instaladas no reservatório de Nova Avanhandava. A avaliação prévia dos dados obtidos reforçou, junto aos produtores, a importância do monitoramento para a sustentabilidade da atividade, resultando na prorrogação do projeto por mais um ano. Os resultados desse estudo trarão informações essenciais para o uso racional da água e o desenvolvimento de um plano de ordenamento da criação de peixes em tanques-rede, visando à expansão sustentável da aqüicultura. Além disso, o acompanhamento das variáveis por dois anos permitirá traçar perfis da qualidade da água também em função da sazonalidade climática e das diferentes fases de criação, contribuindo para a delimitação, com base em critérios técnicos, do parque aqüícola dessa represa. Além da preocupação com o prognóstico da saúde ambiental do corpo hídrico, a ANPAP está empenhada em discutir todos os demais aspectos relacionados ao cultivo em tanques-rede. Por esse motivo, promove anualmente o “Encontro Nacional de Piscicultura em Águas Públicas (ENPAP)”. Segundo André Camargo, presidente da ANPAP, o próximo encontro ocorrerá provavelmente em Vitória (ES). O último ENPAP, realizado em setembro de 2006, em Ilha Solteira (SP), contou com a presença do ministro Altermir Gregolin, da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP), e importantes profissionais, cujas palestras podem ser acessadas no site da Associação (www.anpap.com.br). Margarete Mallasen, maga@pesca.sp.gov.br, pesquisadora do Instituto de Pesca

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