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Altas temperaturas e chuvas faz proliferação de mosquitos aumentar

Pesquisador da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP dá dicas para evitar a ocorrência e para controlar esses insetos indesejáveis

Altas temperaturas e início das chuvas é um prato cheio para o aumento da ocorrência de mosquitos. Para orientar a população, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do seu Instituto Biológico (IB-APTA), compartilha algumas dicas para controlar e evitar a ocorrência desses insetos, que além de causarem incômodos, podem transmitir doenças graves como febre amarela, elefantíase, dengue, Zika e Chikungunya. Neste verão, a Secretaria fará uma série de textos especiais para tratar das chamadas pragas urbanas.

Segundo o pesquisador do IB, Francisco Zorzenon, o aumento da ocorrência de mosquito está associado as altas temperaturas e a temporada de chuvas. “Essa combinação de água e calor faz com que ocorra proliferação dos mosquitos, que possuem um ciclo de vida muito rápido”, conta.

Zorzenon explica que os mosquitos, pernilongos, carapanãs ou muriçocas são insetos que pertencem a família Culicidae, mudando seu nome popular de acordo com a região do país. Na prática, os adultos possuem asas, pernas e antenas longas e são sugadores de sangue. “Entretanto, apenas as fêmeas sugam sangue, que é usado para a maturação dos futuros ovos. São as fêmeas que veiculam uma série de doenças”, explica.

Os mosquitos que costumam incomodar a população são os Culex quinquefasciatus. De hábito noturno, eles possuem atração por aves e mamíferos, atacando também os seres humanos, sendo atraídos pelo calor e pela emissão de gás carbônico pela expiração. Eles causam grandes transtornos, interferindo negativamente no sono das pessoas com seu zumbido característico na procura de sangue, podendo reduzir significativamente a produtividade no trabalho e estudo de adultos e crianças”, afirma o pesquisador do IB.

Os criadouros típicos desses mosquitos são depósitos naturais e artificiais de água estagnada, solo ou em recipientes, com água suja, ou altamente poluída, rica em matéria orgânica em decomposição. “Os ovos são depositados diretamente sobre a água dos criadouros, em “jangadas” com cerca de 200 ovos, não resistentes à dessecação. O desenvolvimento das larvas ocorre durante todo o período do ano na região neotropical. O ciclo do ovo à fase adulta varia de 10,8 a 46,8 dias dependendo da estação do ano e tipo de criadouro, por exemplo”, diz.

A má notícia, de acordo com Zorzenon, é que a prevenção desse tipo de mosquito é um pouco difícil. “O que se pode fazer é utilizar telas em janelas e portas e deixar o ambiente fechado no final do dia. Deixe o quintal sempre limpo, livre de água parada, restringindo assim o desenvolvimento desses insetos”, afirma.

Os adultos do gênero Culex possuem porte médio coloração marrom escura ou clara e asas com escamas escuras. Os machos possuem as antenas bem mais plumosas que as encontradas nas fêmeas. As larvas são aquáticas, têm aspecto vermiforme e coloração que varia entre o esbranquiçado, esverdeado, avermelhado ou mesmo enegrecido.

Aedes aegypti e Aedes albopictus

O pesquisador do IB explica que o gênero Aedes possui diversas espécies, mas são Aedes aegypti e Aedes albopictus os principais transmissores de arboviroses (vírus transmitidos por artrópodes) como a dengue, febre amarela urbana, Zyca e Chikungunya, por meio da picada de fêmeas contaminadas.

Os ovos são dispostos isoladamente ou em grupos podendo resistir sem o contato com a água por seis meses ou mais. O período de incubação dos ovos é variável ao redor de dois a três dias estando o embrião pronto para a eclosão. O ciclo biológico de ovo a adulto das espécies é curto, em torno de sete a 10 dias, dependendo das condições climáticas.

“Este período é curto devido a adaptação do inseto em se desenvolver em pequenos volumes de água. O estímulo para as fêmeas realizarem as posturas depende do volume de sangue ingerido, sendo seu número médio de 120 ovos para cada fêmea. As oviposições são realizadas nas paredes úmidas dos volumes de água, preferencialmente acima da superfície líquida”, explica

Os criadouros são os recipientes artificiais, representados principalmente por pneus, latas, vidros, calhas e ralos entupidos, pratos de vasos, bromélias, bambus cortados, ocos de árvores, caixas d’água, cisternas ou mesmo lagos artificiais, piscinas e aquários abandonados.

Os adultos A. albopictus e A. aegypti são escuros, praticamente pretos, rajados de branco, com manchas prateadas nas regiões laterais do tórax e abdômen. Suas pernas são escuras com anéis brancos. As fêmeas atacam preferencialmente durante o dia, com maior intensidade ao amanhecer e no início do crepúsculo, picando principalmente os pés e pernas.

“Eles são mais silenciosos quando comparados ao mosquito comum, sendo muitas vezes imperceptíveis antes de realizarem as picadas. Aparecem frequentemente no interior dos domicílios, se escondendo em locais sombreados como atrás de armários, embaixo de móveis e em plantas ornamentais. Possuem baixa autonomia de voo, preferindo circular para se alimentarem nas proximidades dos locais onde se originaram”, afirma o pesquisador.

Dicas para se prevenir e controlar os Aedes:

Colabore com a coleta de lixo do seu bairro. Não deixe pneus, latas e garrafas ao relento.

Em vasos de plantas ornamentais, substitua a água dos pratos enchendo-os até a borda com areia grossa, ou fure os pratinhos.

Mantenha a caixa d’água sempre limpa e bem tampada e filtros e potes de água bem fechados.

Se possível, use telas nas janelas e portas para dificultar a entrada de pernilongos no interior do imóvel.

Mantenha a piscina sempre limpa e clorada. Caso ela permaneça sem uso por longo período, esgote-a ao máximo e adicione cloro regularmente.

Não deixe acumular água sobre as lonas de proteção de piscinas. Mantenha lajes e calhas desobstruídas, limpas e sem pontos de acúmulo de água.

Mantenha sempre os ralos limpos, telados e se possível, adicione detergente, cloro, água sanitária ou desinfetante.

O uso de repelentes eletrônicos (sonoros) é questionável quanto a sua eficiência. Prefira os repelentes elétricos e os de uso tópico (quando não for alérgico aos componentes da fórmula). Sempre use produtos registrados e aprovados junto aos órgãos sanitários competentes, evitando fórmulas caseiras sem embasamento e comprovação científica.

Quando em infestações severas, procure sempre por uma empresa controladora de pragas para a execução do manejo adequado dos mosquitos.

Por Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa - APTA
fdomiciano@sp.gov.br
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salmeida@sp.gov.br

 

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