O Polo Regional de Pindamonhangaba da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) e o Instituto Agronômico (IAC-APTA), ligados à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, promoveram um encontro para apresentar as principais características da palmeira macaúba e porque ela poderia ser introduzida no Vale do Paraíba, no interior paulista. Segundo pesquisadores, as vantagens são muito atraentes, contemplando aspectos ambientais, sociais e econômicos. O evento, realizado em 13 de dezembro de 2017, em Pindamonhangaba, reuniu 40 pessoas, aproximadamente, entre extensionistas, engenheiros agrônomos, produtores, pesquisadores e pós-graduandos.
Durante o encontro foram apresentadas informações sobre a planta, o estado da arte das pesquisas e o relato de investimentos que vêm sendo realizados para plantio comercial em larga escala da cultura, como projeto silvipastoril com macaúba em andamento em Pato de Minas, em Minas Gerais, e no Vale do Paraíba. Além disso, o evento apresentou a situação da pecuária e como a plataforma brasileira de bioquerosene poderia ser inserida no panorama da região.
“Foi realizado um debate para conhecer as opiniões dos participantes da indústria para analisarmos se a implantação da macaúba é relevante e como pode acontecer no Vale do Paraíba, apontando as vantagens e desvantagens”, diz o pesquisador da APTA, Hélio Minoru Takada.
Em curto prazo, a macaúba poderá ser adotada por pequenos agricultores, que teriam uma renda adicional advinda dos óleos extraídos da amêndoa e polpa, além das respectivas tortas, que poderiam ser inseridas na dieta dos animais. “A médio e longo prazo, projetos de maior envergadura para produção de óleo em maior escala poderiam atender aos mercados de biocombustíveis. Em ambas as situações, estaremos arborizando o Vale do Paraíba com uma palmeira nativa”, afirma o pesquisador do IAC Carlos Colombo. Alguns participantes demonstraram interesse e solicitaram mudas para plantio experimental.
“O Vale do Paraíba é uma região geopolítica e economicamente estratégica por situar-se entre as duas principais metrópoles do país – São Paulo e Rio de Janeiro – e apresentar um relevo acidentado e atividade econômica baseada na pecuária, além de possuir grandes extensões de áreas degradadas. Ou seja, um cenário ideal para implantação de florestas bioeconomicamente vantajosas e/ou rentáveis”, diz Takada.
Macaúba
A macaúba é uma espécie nativa presente na paisagem de grande parte do país e com distribuição continental, isto é, pode ser cultivada em quase todo território nacional. Por ser pioneira, possibilita a sucessão de espécies, assegurando a conservação e recuperação ambiental de áreas degeneradas, podendo ser plantada em meio a outras culturas dentro de sistemas agroflorestais ou silvipastoris ou em áreas de preservação ambiental, com possibilidade de exploração comercial de seus frutos.
De acordo com pesquisas do IAC, seus frutos são de múltiplo uso, podendo ser direcionados tanto para usos locais, como óleos e subprodutos para tortas e rações para os animais, como para a produção em larga escala óleo para biodiesel e bioqueronese. “Já existem dados positivos de pesquisa de uso das tortas para alimentação de ruminantes e não ruminantes. Todas essas vantagens possibilitam que o produtor agregue mais valor à sua renda”, diz Colombo.
“Apresentar novas possibilidades para o agricultor melhorar sua renda de forma sustentável é muito positivo e uma recomendação do governador Geraldo Alckmin”, afirma Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Por Giulia Losnak (estagiária)
Assessoria de Imprensa – APTA
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