A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) desenvolveu dois equipamentos para retirar as escamas e vísceras de lambaris em poucos minutos, para facilitar o processamento do peixe para venda de petiscos. O objetivo é agregar renda aos produtores com a comercialização de lambari frito. Os equipamentos foram desenvolvidos em parceria com a empresa Branco Máquinas e estão disponíveis no mercado. O depósito de patente foi realizado.
O pesquisador da APTA, Fábio Sussel, responsável pelo trabalho, explica que a demanda por petiscos de lambari frito é crescente e foi identificada pela APTA. “O lambari é utilizado, principalmente, para o mercado de iscas vivas e pesca esportiva, porém, há um grande potencial de consumo em forma de petiscos. Identificamos essa demanda de mercado e trabalhamos para desenvolver equipamentos para reduzir o tempo de limpeza dos peixes”, afirma o pesquisador que atua na Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Pirassununga da APTA.
A descamadeira, um equipamento de aço inox que retira as escamas do peixe, tem capacidade para processar 18 kg a cada seis minutos. Após passar por esse processo, o peixe vai para a evisceradora, usada para cortar a barriga e retirar as vísceras. O equipamento pode processar até 250 kg por dia do peixe. “Isso representa um grande avanço para a consolidação do lambari no mercado de petisco, pois uma pessoa bem treinada consegue limpar manualmente, no máximo, 20 kg por dia”, afirma Sussel.
A facilidade do processo viabiliza o comércio do peixe como petisco, o que agrega renda ao pequeno piscicultor. Para se ter ideia, o preço pago para o produtor pela unidade de lambari para isca viva é de R$ 0,16. Na produção de petisco, esse valor deve chegar a R$ 10, por uma porção de 250 gramas.
“O lambari é um produto gourmet, para ser consumido em pequenas porções. Com os novos equipamentos utilizados para limpar o peixe e considerando as características de ciclo curto de produção com alta adaptabilidade a sistemas intensivos de produção, vislumbramos a possibilidade, tanto de criação, quanto de processamento, próximos aos grandes centros urbanos”, diz o pesquisador.
O foco é a utilização dos equipamentos na agricultura familiar, em que pequenos produtores reunidos em associações ou cooperativas venham a processar a produção própria, agregando valor ao lambari produzido. “Médios e grandes produtores de lambari poderão adquirir os equipamentos com recursos próprios e, além da atuação no mercado de isca viva para a pesca esportiva, também poderão ter esta segunda opção de venda”, explica o pesquisador da APTA.
A comercialização dos produtos está sendo feita pela empresa Branco Máquinas, com sede em Blumenau, Santa Catarina, mas que atende todo o Brasil. A tecnologia está em processo de patente no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).
Para o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, pesquisas como essa são importantes, pois aumentam a eficiência dos produtores. “O trabalho está alinhado ao que nos pede o governador Geraldo Alckmin, de diminuir a distância entre a pesquisa e o usuário, com foco no pequeno produtor”, afirma.
Por Fernanda Domiciano
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