Neste mês, na cidade de Pirassununga – SP, foi realizado o 1º Encontro do Centro de Ciência e Desenvolvimento de Sanidade em Piscicultura (CCD-SP) – um dos projetos contemplados em edital pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SP (Fapesp) – que tem o Instituto de Pesca (IP-APTA) como instituição sede, em parceria com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL-APTA) e o Instituto Biológico (IB-APTA), todos ligados à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, além da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA/USP) e da empresa Loccus.
No encontro foram apresentados dados, informações e resultados obtidos nos diferentes temas que compõem o Centro: desenvolvimento de kits de diagnóstico de doenças e de vacina contra bactérias e vírus de peixes; encapsulação de vacina oral; cultivo celular do vírus ISKNV; seleção genética de tilápia e comunicação científica.
Para a coordenadora do Centro, Maria José Tavares Ranzani de Paiva, "o evento proporcionou uma importante e necessária interação entre os membros da equipe, que apresentaram seus resultados, possibilitando que todos se atualizassem quanto ao andamento do projeto”.
Soluções para sanidade na piscicultura
O Centro de Ciência para o Desenvolvimento de Sanidade em Piscicultura visa à melhoria da sanidade na piscicultura, para obtenção de uma produção de tilápia (Oreochromis ssp) com qualidade, tanto para o produto quanto para o consumidor.
A tilápia é o segundo peixe mais cultivado do mundo e a principal espécie produzida pela aquicultura nacional. A sanidade na sua criação é a principal preocupação dos envolvidos na cadeia produtiva do pescado, pois vem sendo afetada por doenças emergentes, causadas, principalmente, pela bactéria Francisella orientalis (FO) e, mais recentemente, pelo vírus da Necrose Infecciosa do Baço e do Rim (ISKNV).
Pesquisadores do CCD deram início a um novo ciclo reprodutivo de tilápias resistentes à F. orientalis, por meio de matrizes que foram selecionadas no Laboratório de Genética, coordenado pelo pesquisador Diogo Hashimoto, do Centro de Aquicultura da Universidade Estadual Paulista (CAUNESP). Ao todo serão 100 famílias de reprodutores, sendo produzidas 70 no Centro de Pesquisa do IP, em São José do Rio Preto, e 30 no CAUNESP, em Jaboticabal.
Segundo o pesquisador do IP Antônio Fernando Gervásio Leonardo, “por meio dessas famílias serão avaliados, mensalmente, comprimento, peso, conversão alimentar, resistência e conformidade do filé. Em virtude do trabalho genético que está sendo realizado, além de termos peixes resistentes à Francisella, também vamos testar qual dessas famílias tem o maior potencial tanto de sanidade, quanto de desempenho zootécnico”.
O potencial impacto deste estudo é viabilizar um pacote tecnológico para impulsionar a cadeia produtiva da tilápia na indústria da aquicultura, com segurança alimentar, qualidade genética, valor agregado e melhoria na sanidade aquícola.
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