O evento online “Evolução da mecanização agrícola no Brasil” realizado, em 1° de setembro, celebrou os 51 anos do Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico (IAC), que reúne pesquisadores atuantes em diferentes segmentos do agronegócio e abriga reconhecidos programas, como Aplique Bem, Adjuvantes da Pulverização, Quepia e Unidade de Referência. O Centro lidera também projetos disruptivos nas áreas ambiental e mecanização agrícola.
Na abertura do evento, o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Gustavo Junqueira, destacou a importância do CEA para a mecanização agrícola no Brasil. “O Centro de Engenharia e Automação foi fundamental para o desenvolvimento da primeira colhedora de café no país. Hoje, possuímos pesquisas em mecanização, aplicação de defensivo e a segurança do produtor rural”, disse.
Para o diretor-geral do IAC, Marcos Antônio Machado, as máquinas, tecnologias, procedimentos e, sobretudo, ações voltadas à segurança do trabalhador são obras de extrema importância para a sociedade, pois são atividades e tecnologias sustentáveis. “Os trabalhos do CEA são os reflexos da atuação de todos os servidores ao longo dos seus 51 anos”, afirmou.
O evento contou com a participação de representantes da iniciativa privada, que apresentaram suas atuações no agro e as relações com as tecnologias geradas pelo CEA. Márcio Hasegawa, do grupo Hasegawa, João Roberto Amaral Júnior, do grupo Andrade, e Wanderson Tosta, do grupo Jacto, parabenizaram a atuação do CEA durante suas apresentações.
Os palestrantes ressaltaram a necessidade da tecnologia e de máquinas para a eficiência da produção agrícola, independentemente do porte da propriedade rural. Hasegawa destacou que os pequenos produtores são os principais responsáveis pela produção de hortaliças e legumes. Para ele, a população está equivocada ao achar que os pequenos produtores não utilizam eficientes técnicas de manejo e tecnologias de ponta. “A horticultura é bastante tecnificada; isso reflete em nossa produtividade, já que São Paulo ocupa 30% da produção hortícola do Brasil e o estado é o principal mercado consumidor”, comentou.
Questões sobre fitossanidade, ambiente e saúde do trabalhador foram abordadas por João Roberto Amaral Júnior, que mencionou alguns gargalos fitossanitários na cultura do tomate. Ele destacou o desenvolvimento, em parceria com o CEA, de um novo sistema de pulverização para o tomateiro, mais eficiente e seguro para o aplicador de defensivo.
Wanderson Tosta, do grupo Jacto, relembrou a parceria com o IAC como fundamental para o desenvolvimento da primeira colhedora de café no Brasil. “Essa máquina revolucionou a cafeicultura no país e foi um marco na agricultura brasileira”, afirmou.
O responsável por encerrar o evento foi o pesquisador do IAC, Hamilton Humberto Ramos, que coordena os programas Aplique Bem, Adjuvantes da Pulverização, Quepia e Unidade de Referência. Ramos fez uma linha do tempo do CEA, rememorando trabalhos anteriores à sua criação, que colaboraram com as pesquisas. “O ensaio de máquinas está no DNA do Centro de Engenharia e Automação desde a década de 40”, disse.
O pesquisador ressaltou que algumas tecnologias não tiveram subsídios de pesquisas anteriores, como a colhedora de café. Outros protótipos foram desenvolvidos no passado, quando havia dificuldades em parcerias com a iniciativa privada. Ramos acredita que os Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT) proporcionam um melhor diálogo e regulamentam as parcerias entre os institutos de pesquisas e empresas.
Em sua apresentação foram abordados os trabalhos desenvolvidos no CEA na viticultura, manejo ambiental, segurança do trabalhador e maquinário. Os interessados podem assistir as apresentações no link: https://www.youtube.com/watch?v=4B6V71KU0YI.