O Instituto Biológico (IB-APTA), instituição de pesquisa vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, promoveu entre os dias 24 a 27 de maio de 2022 a 27ª edição do Curso de Controle Microbiano de Insetos (COMINT). O evento, realizado na Unidade Laboratorial de Referência (ULR) em Controle Biológico do Centro Avançado de Pesquisa e Desenvolvimento em Sanidade Agropecuária do IB, em Campinas, foi coordenado pelo pesquisador científico José Eduardo Marcondes de Almeida, diretor da ULR. De acordo com o pesquisador, o objetivo do curso foi apresentar as principais técnicas de utilização de fungos e bactérias entomopatogênicos em programas de controle biológico, demonstrando desde a coleta de isolados, seleção até a produção de bioinseticidas, sendo cada etapa aplicada em laboratório, tornando-se um curso de referência para biofábricas de produção de fungos entomopatogênicos por fermentação sólida e líquida.
“O curso fomenta o desenvolvimento do controle biológico de pragas na prática, sendo um veículo importante para a formação de técnicos capacitados para a implantação de biofábricas no Brasil. A partir desse curso, foram implantadas 63 biofábricas com assessoria do Instituto Biológico”, ressalta José Eduardo.
O evento reuniu 51 participantes de diferentes formações, entre as quais: engenheiros agrônomos, biólogos, técnicos agrícolas, estudantes e empresários do setor – provenientes de 25 empresas de vários municípios paulistas e de outros estados brasileiros como: Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba e Paraná, além de um representante da Ciudad del Este, no Paraguai
O custo para o desenvolvimento de inseticidas químicos é alto e tem aumentado ao longo dos anos, devido a necessidade de novas moléculas e formulações mais adequadas, explica o coordenador do curso. “Essa equação faz crescer o interesse pelos bioinseticidas, que são agentes mais baratos no desenvolvimento, com maior tempo de uso, devido à dificuldade da praga se tornar resistente, mais específicos e menos poluentes. No entanto, exigem estudos mais aprofundados no isolamento de novos microrganismos, testes de seleção de isolados, produção e formulação, principalmente dos bioinseticidas à base de fungos entomopatogênicos”, conclui José Eduardo.
“A população está mais consciente da importância de consumir alimentos produzidos de forma sustentável, cobra isso e as empresas estão sintonizadas com essa cobrança. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto Biológico cumpre seu papel, que é fomentar a inovação, pesquisar e gerar novas alternativas para o controle biológico”, destacou Antonio Batista Filho, pesquisador científico do Instituto.
Por Nara Guimarães
Comunicação IB
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