Adoção e busca constante por novas tecnologias fazem a excelência da suinocultura paulista
Em 24 de julho é celebrado o Dia Nacional do Suinocultor. Para celebrar a data, confira algumas das ações que as instituições ligadas à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP realizam em prol deste importante segmento econômico do agro paulista e brasileiro.
Pesquisa científica foca em aumento da produtividade com menor impacto ambiental
O Brasil é o quarto maior produtor e exportador de carne suína a nível mundial, e São Paulo tem participação importante nessa produção. De acordo com dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), em 2022 o rebanho paulista era de mais de 1,4 milhão de cabeças.
Atento à relevância do segmento, o Instituto de Zootecnia (IZ-APTA) tem um histórico de interação com o suinocultor, desenvolvendo lado a lado com o setor novos métodos e tecnologias que promovem melhorias nos sistemas de produção, com otimização do uso de recursos e aumento da rentabilidade.
Para a pesquisadora do IZ Simone Raymundo de Oliveira, a parceria com o setor é essencial nesse processo. “A suinocultura brasileira é uma das melhores do mundo e a suinocultura de SP tem um diferencial próprio, muito em função do produtor que nós temos no Estado, que é um produtor que tem a tecnologia como aliada”, defende Simone.
De acordo com ela, isso cria uma inter-relação muito boa, que só beneficia a atividade. “Os suinocultores paulistas enxergam o benefício daquela tecnologia e por isso fazem a adoção. Inclusive demandam às instituições de pesquisa, como o IZ, por soluções que contribuam efetivamente com a cadeia produtiva”, assegura.
Segundo a pesquisadora, a pesquisa que o IZ desenvolve no segmento é direcionada, abrangendo todas as fases e elos da cadeia. “As pesquisas em que hoje atuamos são para aumentar a produtividade, reduzir impactos ambientais e melhorar o desempenho desse sistema como um todo, incluindo trabalhos com nutrição, bem-estar animal etc”.
Ela ainda ressalta a necessidade do olhar para o componente humano, visando aprimorar as condições de trabalho das pessoas que atuam na atividade, que são fundamentais no sucesso de todo empreendimento agropecuário. “A importância dos suinocultores, técnicos e auxiliares que trabalham nas propriedades, que muitas vezes vêm a nós com situações desafiadoras no desenvolvimento de estudos científicos, e assim caminhamos juntos para encontrar estratégias diferenciadas e prontamente aplicáveis com o mínimo de alterações no ambiente produtivo, menor impacto ambiental e menor custo”, detalha Simone.
As ações de pesquisa do Instituto também atuam fora da porteira, como no transporte e no frigorífico, indo até a mesa do consumidor, entendendo as demandas, obtendo feedbacks para o desenvolvimento de novas pesquisas.
Otimizando recursos em prol da sustentabilidade
A pesquisadora comenta que, no IZ, a aplicação da sustentabilidade está relacionada ao ambiente como um todo e ao retorno econômico que a tecnologia traz ao produtor. “Contribuímos no desenvolvimento, aperfeiçoamento e validação de tecnologias, metodologias e outros produtos que proporcionam sistemas, métodos e informações que reduzam a pressão nos recursos naturais usados no processo produtivo. Ou seja, otimizando seu uso, recuperando e tratando o que foi utilizado”, diz.
Envolvidos nesta questão estão os trabalhos que visam a redução da pegada hídrica, com o aumento da metabolização dos nutrientes das dietas e a determinação da relação benefício x custo utilizando tanto parâmetros ambientais, quanto nutricionais e de bem-estar, analisando o custo de produção de uma forma diferenciada, onde o produto é avaliado como um todo dentro do sistema que é produzido.
Entre outras iniciativas, o Instituto mantém, em sua Unidade de Pesquisa em Tanquinho, Piracicaba, um sistema de tratamento de efluentes, onde se estuda a relação entre consumo e excreção e, a partir disso, o impacto ambiental dos dejetos dos suínos. “Nós fazemos o tratamento e recuperamos grande parte de minerais que foram excretados pelos animais, produzindo biogás e biofertilizantes e retornando água aos corpos hídricos dentro dos padrões da legislação vigente”, pontua a pesquisadora.
Um dos projetos realizados por Simone visa avaliar in vitro a metabolização de alguns nutrientes presentes em ingredientes da ração, como o farelo de soja, para definir se é válido utilizá-los nos animais in vivo, buscando otimizar recursos.
“Trabalhamos para aumentar a metabolização de nutrientes, o que significa que o que os animais estão comendo vai se tornar, de fato, carne e não vai ser excretado nas fezes, o que diminui a pegada hídrica tanto na produção de soja quanto no consumo de água para beber, lavar as instalações e tratar os dejetos produzidos. Assim, temos um menor impacto ambiental, porque um dos fatores ligados ao impacto no meio ambiente é a concentração de nutrientes no efluente líquido, que tem grande penetração no solo e precisa ser tratado”, afirma a especialista.
Inovação para o futuro
Embora a suinocultura paulista caminhe muito bem, ela segue se reinventando, adaptando e indo além, tendo em vista que pode ser desafiador para os suinocultores se manterem no segmento. Assim, o produtor está atento às inovações que surgem no horizonte.
São novas tecnologias e processos em áreas como genômica, proteômica, rações, suplementos, e resposta produtiva associada ao bem-estar, frutos da pesquisa científica em instituições como o IZ, que têm potencial para aprimorar o que, em SP, já é bom. “Melhorar o que não está indo bem pode ser complicado, mas melhorar o que é bom e manter em patamares altos é bem mais difícil. Quando trabalhamos com excelência e em um segmento econômico que sabe o que quer, como é o caso da suinocultura paulista, temos que que ampliar nossa visão e nossos estudos, de forma global, para além do básico”, finaliza a pesquisadora do IZ.
Ações da Defesa Agropecuária
A Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), da Secretaria de Agricultura, celebra o dia do suinocultor a partir das ações do Programa Estadual de Sanidade dos Suídeos (PESS), que tem como objetivo, executar as atividades do Plano Integrado de Vigilância das Doenças dos Suínos.
As ações de Defesa Agropecuária garantem a saúde do rebanho paulista que é livre de doenças hemorrágicas como a Peste Suína Clássica, Peste Suína Africana e a Síndrome Respiratória e Reprodutiva dos Suínos, o que confere ao Estado de São Paulo o reconhecimento, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), como área livre destas enfermidades.
O programa atua a partir da atualização cadastral em criações de suínos e na execução dos componentes do Plano Integrado, que consistem em vigilância clínica e sorológia, inspeção em abatedouros, atendimentos às notificações e sorologia em suínos asselvajados (javalis), além de ações de educação sanitária voltada aos suinocultores e controladores de javalis.
Assessoria de Imprensa APTA
Imagem: Lisley Silvério