No dia 3 de outubro, é comemorado o Dia Nacional da Abelha, considerada a mais importante e eficiente polinizadora. Estima-se que 35% da produção agrícola global, bem como 85% das plantas selvagens dependam, em algum grau, da polinização. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo desenvolve diversas ações de preservação, apoio e incentivo às espécies.
Hoje, se conhecem, em todo o mundo mais de 20 mil espécies, porém apenas cerca de 2% produzem mel. Entre essa porcentagem, as do gênero Apis são as mais conhecidas e difundidas. São as abelhas dotadas de ferrão que, no Brasil, resultam do cruzamento entre as abelhas europeias introduzidas na época da colonização e uma espécie africana, introduzida na década de 1950. Por este motivo, são denominadas “africanizadas”.
Mais de 20 mil espécies abelhas – pertencentes a várias famílias da ordem Hymenoptera – já foram descritas e um número indefinido ainda permanece desconhecido. Entre as abelhas nativas sem ferrão, o Brasil detém 75% das espécies, sendo um valioso patrimônio da nossa rica biodiversidade.
A maior parte do mel produzido no Brasil é silvestre, retirado de floradas nativas. No Estado de São Paulo, boa parte do mel é produzido com base nas laranjeiras e nos eucaliptos. Em Santa Catarina, o mel é retirado das macieiras.
Confira algumas ações da Secretaria de Agricultura e Abastecimento:
Programa Estadual de Sanidade das Abelhas (PESAb)
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio da Coordenadoria de Defesa Agropecuária, é responsável pela sanidade animal e vegetal no Estado de São Paulo e instituiu hoje (3) o Programa Estadual de Sanidade das Abelhas (PESAb). O programa garantirá o cumprimento da legislação federal de prevenção, controle e erradicação de doenças e pragas das abelhas do gênero apis e abelhas nativas do Brasil. O cadastro que pode ser acessado aqui, é necessário para que a Defesa Agropecuária seja mais precisa e efetiva, para tomar medidas para prevenção, controle ou erradicação de doenças e pragas.
Corredor Verde para Polinizadores
Um corredor verde com espécies nativas foi instalado em 2017 nos arredores do Instituto Biológico em iniciativa conjunta entre a Secretaria e diversas instituições ambientais e do município, para conscientizar a população sobre a importância dos agentes polinizadores.
Com 450m e instalado nas calçadas do Instituto, o primeiro corredor verde para polinizadores visa contribuir com a arborização da cidade e desenvolver projetos socioeducativos. A arborização viabiliza a conexão entre populações de fauna de fragmentos vegetais maiores, por conta das árvores abrigarem uma infinidade de seres vivos, liquens, pássaros e insetos, enriquecendo o ecossistema urbano e aumentando a biodiversidade.
Planeta Inseto
A atração Recanto das Abelhas, instalada no Planeta Inseto, único zoológico de insetos do Brasil é composta por 11 colônias: duas de abelhas Jataí, três de Iraí, três de Mandaçaia e outras três de Uruçu-Amarela. O público pode visitar uma sala com tecnologia que permite visualizar, ao vivo, o interior de uma colmeia. Os visitantes, inclusive grupos de escolas, podem conhecer, terça a domingo e feriados, com entrada gratuita, réplicas de quatro abelhas sem ferrão e assistir a um vídeo sobre a importância desses insetos. O espaço fica no Museu do Instituto Biológico, na Av. Dr. Dante Pazzanese, 64, na Vila Mariana.
Venda de abelhas rainhas
O Instituto Biológico é a única instituição pública do País que fornece abelhas rainhas para os apicultores, em Pindamonhangaba, interior paulista. Os produtores de todo o Brasil podem encomendar abelhas rainhas virgens e fecundadas e recebê-las na propriedade, pelos correios. A embalagem para envio também foi desenvolvida pela pesquisa paulista e garante sucesso da entrega. A possibilidade de morte é mínima, desde que seguidas as recomendações. A troca anual das abelhas rainhas aumenta em até 60% a produtividade dos apiários. Para as condições paulistas, a troca das abelhas rainhas representa de 15 a 30 kg de mel a mais por colmeia por ano.
Sanidade apícola
Uma das linhas de pesquisa do Instituto Biológico busca entender o fenômeno mundial relacionado a declínios de populações e mortalidade das abelhas. No mundo todo, pesquisas têm sido conduzidas com o objetivo de explicar a natureza multifatorial de fatores estressores do ambiente que vem afetando as abelhas. A APTA realiza estudos de vanguarda na área e mantém o único laboratório especializado de sanidade apícola do Brasil.
Além de a atividade apícola gerar produtos como mel, pólen, própolis, geleia real e cera, as abelhas são consideradas os principais agentes polinizadores em ambientes naturais e agrícolas. A polinização pelas abelhas traz muitos outros benefícios: também melhora a produtividade em cafezais, eleva a qualidade de fibras como algodão, incrementa a produção e qualidade de óleos vegetais, entre outros.
Extensão rural
Como órgão da Secretaria responsável pela extensão rural em São Paulo, a Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS) conta com um grupo de gestão em apicultura e meliponicultura, composto por extensionistas de diversas regiões do Estado.
O grupo desenvolve projetos regionais visando ao fortalecimento dessas atividades, com a realização de cursos, capacitações, oficinas e palestras para um público amplo que engloba produtores rurais, membros de comunidades tradicionais, representantes de todos os elos da cadeia produtiva, das áreas de educação e saúde, poder público municipal, bem como da sociedade em geral.