O Estado de São Paulo é o maior produtor de borracha natural do País e responde por 60% da produção nacional. Na safra 2017/18, a cultura da seringueira produziu de mais de 222 mil toneladas de coágulo, volume 11% superior ao alcançado na safra anterior, informa o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Esse crescimento é resultante do aumento de 14,2% na área total plantada, alcançando 131,2 mil ha, uma vez que a produtividade média de 2.452 kg de coágulo/ha foi 2,7% menor que a observada na safra anterior.
De acordo com o banco de dados do IEA, 65% da produção paulista de borracha natural concentra-se em quatro Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs): São José do Rio Preto (28,9%), General Salgado (14,9%), Votuporanga (12,5%) e Barretos (8,8%). Em 2018, a região de Votuporanga apresentou aumento na produção, passando a figurar em terceiro lugar no ranking, enquanto Barretos - que apresentou queda no último ano - caiu para a quarta posição, explicam as pesquisadoras Marli Dias Mascarenhas Oliveira, do IEA, e Elaine Cristine Piffer Gonçalves, do Polo Regional de Colina da APTA.
Em 2018, a borracha ocupou o 19º lugar na estimativa preliminar do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VPA) do Estado de São Paulo, totalizando R$ 483,5 milhões. Entre janeiro e julho, o preço médio mensal recebido pelos produtores paulistas foi de R$ 2,17/kg de coágulo, montante 19,3% inferior ao aferido em 2017, o que provocou a redução de 10,5% no VPA da cultura, ressaltam as pesquisadoras.
O primeiro levantamento da safra 2018/19 para a cultura da seringueira, realizado em novembro de 2018, aponta crescimento na cultura com incrementos de 7% na produção em comparação à safra 2017/18, projetando 238,4 mil t de coágulo/ha. Houve também aumento na área da cultura, alcançando 132,7 mil ha, o que corresponde a um incremento de 1,1% em relação à safra anterior. A produtividade de 2.497 kg/ha indicada no levantamento é 1,8% superior à safra 2017/18.
Como o preço mínimo básico para o coágulo virgem a granel 53%, fixado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em R$ 2,16/kg, não remunera convenientemente o produtor, as pesquisadoras realizaram um estudo sobre os custos de produção e rentabilidade da cultura, com o objetivo de contribuir no planejamento da próxima safra agrícola da seringueira, que ocorre no mês de setembro. O artigo apresenta estimativas de custo de produção de implantação, formação e produção de seringueira e uma análise de resultados econômicos em função desses custos de produção, preços recebidos pelos produtores e diferentes níveis de produtividade.
Segundo as pesquisadoras, é importante que o produtor atente para duas questões: o controle dos custos na gestão eficiente dos fatores de produção, especialmente a mão de obra, que onera mais de 70% a atividade, e a busca de alternativas para aumento da produtividade, visto que os produtores não possuem poder de controle sobre os preços recebidos, que são arbitrados pelo mercado. “Em relação à mão de obra, os treinamentos do sangrador podem ser uma opção, pois uma boa sangria impacta tanto na qualidade do coágulo quanto na preservação da árvore. Há de se considerar também os aspectos ambientais da cultura da seringueira, que são altamente positivos em relação à agenda proposta pelo setor ambiental”, afirmam as autoras, ressaltando a importância de aperfeiçoar a comunicação entre os diversos elos que compõem a cadeia.
Para ler o artigo na íntegra e conhecer o modelo de custo de produção durante a formação e implantação do seringal e dos diversos itens que impactam esses custos, clique aqui.
Por: Nara Guimarães
Assessoria de Imprensa – Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo