IAC lança duas cultivares de feijão na Agrishow 2018
Uma é do tipo preto e precoce, característica altamente importante para o setor. A outra é feijão carioca, com perfil que agrada indústria e consumidor
O Instituto Agronômico (IAC-APTA) irá lançar uma cultivar de feijão preto precoce na Agrishow 2018, em Ribeirão Preto, interior paulista. Com ciclo de 75 dias, o novo feijão é chamado IAC Veloz e traz essa importante característica para o setor. Esse perfil é raro no mercado nacional de feijão preto e deverá contribuir bastante para as regiões onde é feita a rotação da cultura com milho e soja. Esta necessidade ocorre no Mato Grosso e no Paraná. Nestes dois estados, a IAC Veloz apresentou ciclo de 75 e 80 dias, respectivamente, enquanto em geral os ciclos são de 90 dias.
A redução do período em que a planta permanece no campo faz muita diferença para o agricultor, sobretudo em áreas onde há uso de irrigação, segundo Alisson Fernando Chiorato, pesquisador do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. “Essa redução do ciclo aumenta a janela de semeadura e de colheita, beneficiando o agricultor”, completa.
A produtividade da IAC Veloz é alta, atingindo a média de 2.725 quilos, por hectare, na época de semeadura das águas, 2.012 quilos, na da seca e 3.035 na do inverno, segundo o pesquisador. “O grão é preto achocolatado, exatamente como o mercado precisa que seja. Após cozimento eles se mantêm inteiros e a casca é fina”, explica. Outra característica importante para o consumidor é o teor de proteína, que na IAC Veloz é de 21%.
A nova cultivar é resistente à antracnose e tolerante à murcha de fusarium. Essas características proporcionam a redução do controle químico em torno de 20%. A planta tem porte ereto, o que facilita a colheita mecânica.
O feijão preto é produzido no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso e tem mercados consumidores no Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais. As sementes da IAC Veloz estão em fase de produção no IAC, em Campinas, e estarão disponíveis no final de 2018.
O IAC já desenvolveu mais de dez cultivares de feijão preto. Atualmente mantém a IAC Netuno, lançado em 2017, e agora disponibilizará a IAC Veloz. A IAC Netuno está sendo cultivada na Bahia, onde há 4.000 hectares plantados, e também no Paraná e Santa Catarina.
Novo feijão carioca é lançado pelo IAC
O mercado do feijão carioca também ganhará um novo integrante. O Instituto Agronômico (IAC-APTA) irá lançar a IAC 1850 Aliança, na Agrishow 2018, em Ribeirão Preto, interior paulista. A nova cultivar tem alta produtividade, confirmada em 36 experimentos realizados nos estados de São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso, durante 2016 e 2017. Os testes foram feitos para as épocas de semeadura das “águas”, da “seca” e de “inverno”. Nestes períodos, a IAC 1850 Aliança apresentou produtividade de 2.975 quilos, por hectare, 2.607 e 2.989, respectivamente.
“Os grãos terão excelente aceitação de mercado, tanto pelo tamanho, quanto pela tolerância ao escurecimento, tornando-se uma característica de grande interesse para a indústria empacotadora”, explica o pesquisador do IAC, Alisson Fernando Chiorato.
O novo carioca deverá agradar também aos consumidores por apresentar excelente qualidade de grãos e de caldo, que é espesso e claro, além do teor de proteína de 21%, dentro da média dos materiais existentes no mercado. O consumidor de feijão prefere o grão mais claro, com caldo também mais claro e que mantenha esse aspecto por maior tempo.
A IAC 1850 Aliança é resistente às principais raças da antracnose e tolerante à murcha de fusarium, viabilizando a redução do uso de produtos químicos em torno de 20%.
A nova cultivar é recomendada para o cultivo nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. As sementes estarão disponíveis no final de 2018.
Chiorato afirma que a nova cultivar veio para substituir a IAC Milênio, lançada em 2016, que apresentou alta vegetação e por isso gerou certa recusa por parte dos agricultores. A IAC 1850 Aliança não apresenta esse problema. “A alta vegetação prejudica porque origina na planta vagens verdes e outras já em estágio de colheita, no mesmo período; esse descompasso interfere negativamente na colheita”, explica.
IAC apresenta na Agrishow 2018 duas novas cultivares de arroz agulhinha e uma do tipo arbório
Para a grande maioria dos brasileiros, toda refeição tem que ter arroz, aquele do dia a dia, do tipo agulhinha. Para os amantes de risotos, não pode faltar o arroz arbório, especial para culinária italiana. A oferta desses ingredientes básicos para tantas receitas passa a contar com um reforço. O Instituto Agronômico (IAC-APTA) lançou duas novas cultivares de arroz do tipo agulhinha e uma nova cultivar de arroz do tipo arbório e irá apresentá-las na Agrishow 2018. Os novos materiais foram lançados no último dia 18 de abril, em Pindamonhangaba, no Polo Regional de Pindamonhangaba, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
A IAC 108 e a IAC 109 são do tipo agulhinha e devem agradar aos consumidores por terem grãos mais soltos e macios, tanto na forma integral como na brunida. Os novos materiais também deverão conquistar os rizicultores pelas características agronômicas, dentre elas a elevada produtividade. O potencial produtivo médio da IAC 108 é de 6.421 quilos, por hectare, e o da IAC 109 é de 6.238 quilos, por hectare. Esses resultados superam o potencial dos materiais usados comparativamente na pesquisa. As produções de grãos destes dois novos materiais foram avaliadas em 11 experimentos nos municípios de Guaratinguetá, Pindamonhangaba e Tremembé, na região do Vale do Paraíba, a principal produtora de arroz no Estado de São Paulo.
O porte ereto das plantas também beneficia a cultura, por permitir maior entrada de luz solar, melhorando a fotossíntese, e também proporcionar o plantio com menor espaçamento entre as plantas. A IAC 108 e a IAC 109 podem ser plantadas do início de agosto a meados de janeiro. Esta é considerada uma ampla janela de plantio, segundo o pesquisador Omar Vieira Villela, do Polo Regional de Pindamonhangaba. As novas cultivares são resistentes à brusone, a principal doença do arrozal. A IAC 108 tem maturação média de 125 dias e a IAC 109, de 120 dias. As duas cultivares são para produção em área inundada.
Arroz para risoto
Os arrozes do tipo arbório disponíveis no mercado brasileiro eram todos importados até o IAC lançar, em 2007, a cultivar IAC 300. Naquele mesmo ano, os pesquisadores iniciaram os estudos da IAC 301, com o objetivo de elevar a produção de grãos, melhorar a qualidade industrial e reduzir o porte da planta. O objetivo foi alcançado e, 11 anos depois, esta segunda cultivar de arroz especial para a produção de risoto desenvolvida pelo IAC está sendo apresenta ao setor. Seu potencial produtivo é bem superior ao da sua antecessora. A IAC 301 produz 4.281 quilos, por hectare, enquanto a IAC 300 chega em 3.452 quilos, por hectare. A IAC 301 também apresenta maior rendimento no beneficiamento.
O programa de melhoramento de tipos especiais de arroz conduzido pelo IAC, desde 1992, é direcionado a desenvolver cultivares destinadas a nichos de mercado. Com elas, é possível gerar alternativa econômica para os rizicultores, que encontram nesses produtos diferenciados uma forma de conquistar mercado e alavancar a renda.
A expectativa é que esses novos materiais estejam disponíveis nas gôndolas no segundo semestre de 2019.
IAC apresenta o projeto Aplique Bem Pesquisa Participativa
Novo trabalho envolverá produtores de frutas e hortaliças de Jundiaí
O Instituto Agronômico (IAC-APTA) apresentará na Agrishow 2018 o projeto Aplique Bem Pesquisa Participativa, uma nova versão do já consagrado trabalho de tecnologia de aplicação de agrotóxicos com foco na qualidade da pulverização e na segurança do trabalhador, desenvolvido pelo IAC desde 2007. Direcionado a agricultores familiares da região de Jundiaí, interior paulista, o Aplique Bem Pesquisa Participativa tem como diferencial o fato de o agricultor não ser mero usuário da pesquisa, mas atuar como membro do estudo. Serão selecionados produtores de frutas e hortaliças com potencial para serem multiplicadores de informações no seu entorno.
De acordo com o pesquisador do IAC, Hamilton Humberto Ramos, a equipe irá buscar, juntamente com os agricultores participantes, a técnica mais adequada para a propriedade de cada um deles. “Feita essa identificação e tendo apresentado a eles os possíveis ganhos em qualidade, em economia e em segurança para o trabalhador, a expectativa é que a compreensão leve à mudança de atitude e à adoção da forma correta e segura de fazer o controle químico de pragas e doenças”, explica o pesquisador do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
A expectativa é que esses agricultores, após participarem diretamente da adequação de procedimentos que compõem a aplicação eficiente e segura, possam transferir as informações a seus conhecidos. Contar com esses multiplicadores pode ajudar a evitar que o agricultor, por insegurança, adote hábitos antigos e incorretos na pulverização. “Esses produtores poderão auxiliar outros, transferindo conhecimentos que os ajudarão no controle químico de pragas e doenças em suas propriedades”, diz Ramos. O pesquisador acredita que esse modo de trabalho fará com que a difusão de informações possa ser mantida ao longo do tempo, mesmo sem a presença da equipe do IAC.
A expectativa é que o projeto esteja em campo em maio de 2018. A atividade terá início com uma avaliação na propriedade de cada fruticultor e horticultor, onde serão avaliados aspectos como possibilidade de troca de ponta do pulverizador, adequação do tamanho de gota, volume de calda e como esses fatores interferem na qualidade da aplicação. “Eles vão visualizar as melhorias que podem ser feitas para começarem a entender como cada alteração realizada impacta a aplicação, considerando a qualidade, o resultado para a cultura e a segurança para o trabalhador e o ambiente”, explica Ramos. A ênfase estará nos resultados da pulverização, com esclarecimentos sobre o passo a passo para obter os melhores desempenhos.
O agricultor participante irá separar uma área em sua propriedade onde será adotada a técnica recomendada pelo projeto Aplique Bem Pesquisa Participativa para que, ao final da safra, ele possa comparar as respostas da lavoura frente à técnica adequada com o modo de aplicação até então usado por ele. “Tanto nesta área quanto no restante da propriedade, utilizada como testemunha, ele irá anotar dados, como volume de calda gasto, volume de produto e tempo de aplicação, que nos permitam, ao final do ciclo, entender a economia observada”, exemplifica.
O pesquisador acredita que esse procedimento facilita a adoção de técnicas no campo. Ele explica que em tecnologia de aplicação o resultado vai além de funcionar ou não e envolve questões como segurança, economia, produtividade e qualidade. “Todos esses aspectos formam o conjunto da operação de aplicação adequada”, resume.
De acordo com Ramos, esse trabalho proporcionará a junção de aspectos técnicos com a impressão do agricultor sobre as atividades desenvolvidas. O resultado final será observado na safra, quando serão analisadas a produtividade e a qualidade. Após a avaliação de todos os dados e antes do final da safra serão realizados dias de campo em que o produtor poderá compartilhar sua experiência e os benefícios observados. “Vamos aproximá-lo da pesquisa, facilitando a solução de problemas relacionados à aplicação; mostrando que ele pode obter ganhos ao fazer bem feito”.
O pesquisador afirma que o projeto irá atuar justamente no segmento que mais carece de informações sobre tecnologia de aplicação de agrotóxicos. Segundo ele, o setor de frutas, hortaliças e flores representa cerca de 5% de todo o agrotóxico consumido no Brasil. Apesar de usarem uma pequena parte do volume total de produtos químicos, estão nestes grupos os produtos que apresentam resíduos, conforme dados do Programa de Análises de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), feito pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Isso mostra, segundo Ramos, que apesar do menor volume utilizado, a falta de adoção de tecnologia adequada leva o grupo a se destacar de forma negativa.
As culturas de soja, milho e algodão representam 80% de todo o agrotóxico usado nas lavouras brasileiras. Somados à cana-de-açúcar, citros e café, totalizam 95% de todos os produtos químicos utilizados nacionalmente. “E estas culturas não constam na lista de produtos com resíduos, porque, por serem culturas de exportação, o uso da tecnologia de aplicação é mais adequado”, afirma. “Estamos trabalhando para aumentar a frequência do uso correto, de forma racional e responsável; a ideia é que quando o agricultor precisar usar o produto químico, que ele saiba como fazer bem feito e não faça de modo indiscriminado”, diz o pesquisador.
Quem serão os participantes
A motivação do projeto Aplique Bem Pesquisa Participativa é a necessidade de formar difusores da técnica correta de aplicação de agrotóxicos. “O perfil desejado são produtores que possam contribuir com formadores de opinião em sua região junto a outros agricultores, relatando suas experiências e afirmando sobre a importância da tecnologia de aplicação correta”, relata o pesquisador responsável pelo trabalho.
Serão selecionados um ou dois produtores das seguintes culturas: uva, caqui, pêssego, poncã, goiaba e hortaliças. A uva tem período de pulverização de setembro a novembro, o caqui, de setembro a março, o pêssego, de abril a outubro, a poncã, de janeiro a abril enquanto que a goiaba e as hortaliças têm pulverização o ano inteiro.
Textos: Carla Gomes – Assessora de Imprensa – IAC
Contato durante a Agrishow:
Fernanda Domiciano – Assessora de Imprensa APTA
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