Produção de café sobe quase 30%, em ano de bienalidade positiva. Culturas de inverno apresentam queda, milho safrinha foi o mais afetado
A estimativa final da safra 2017/18 aponta a colheita de 5,84 milhões de sacas de 60 kg (350,1 mil t) de café beneficiado, resultado 29,6% superior ao obtido na safra anterior devido à bienalidade característica dessa lavoura, informa o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Destacando que 80% dessa produção está concentrada nas principais regiões cafeeiras do Estado de São Paulo: Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs) de Franca, São João da Boa Vista, Marília e Ourinhos.
A bananicultura apontou redução de área (-0,2%) e produção (-7,8%) em relação ao ano anterior, fechando em 1.069,6 mil toneladas. O EDR de Registro concentra 67,9% da produção total do Estado, na sequência estão às regiões de São Paulo (5,6%), Jales (4%), Avaré (3,2%) e Pindamonhangaba (2,2%), esclarecem Felipe Pires de Camargo, Vagner Martins, Carlos Fredo, Carlos Nabil Ghobril, Carlos Bueno, Celma Baptistella, Denise Caser, José Alberto Angelo, Mário e Paulo José Coelho, pesquisadores do IEA.
Apesar do aumento de 12,5% da área em produção, o que, de acordo com os pesquisadores, demonstra que os agricultores estavam esperançosos com o plantio da cultura, o milho safrinha apresentou queda de 26,6% no volume produzido, devido a uma produtividade 34,8% menor em relação ao ano anterior, em virtude das condições climáticas observadas entre maio a julho, que prejudicaram o desenvolvimento da cultura. Os EDRs de Assis, Itapeva e Ourinhos respondem por 60% da área destinada à cultura.
Além da instabilidade do clima, problemas fitossanitários afetaram a produtividade e prejudicaram a produção de trigo, que apresentou queda de 12,3% em relação à safra passada. A cultura do triticale finaliza a safra com área 4% inferior, produzindo 4,8 mil toneladas, 25% inferior à safra de 2017, com decréscimo de rendimento na ordem de 20,9%.
Intenção de plantio
Para os sete principais produtos do plantio das águas da safra 2018/19, o levantamento de setembro de 2018, quando comparado ao ano agrícola 2017/18, indica expansão de 2,7% na área cultivada, totalizando 1.651,4 mil ha. Desse total a ser plantado, a principal cultura é a de soja, com previsão de 998,8 mil ha, 4,2% maior que a safra anterior. Em seguida está a primeira safra de milho com 425,1 mil ha, área semelhante à da safra anterior, com acréscimo de 0,8%. Para o amendoim das águas são 138 mil ha, acréscimo de 3,3%. Em relação ao feijão das águas, sua estimativa preliminar de retração de área é de 15,5% que, se confirmada, poderá chegar a 56,4 mil ha nesse plantio. São esperados incrementos na área plantada de batata das águas (16,3%), resultando em 8,8 mil ha, e de 57,4% no cultivo do algodão, chegando a 13,9 mil ha, ante os 8,8 mil ha observados na safra anterior.
Metodologia
O Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) e a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), ambos vinculados à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, realizaram entre 3 e 21 de setembro de 2018 o primeiro levantamento para a safra agrícola 2018/19, que sinaliza a provável área a ser plantada, em hectares, pelos agricultores paulistas, além de fornecer os números finais da safra agrícola 2017/18 para as culturas de inverno, café e banana. Os dados foram obtidos pelo método subjetivo, que consolida e sistematiza as informações fornecidas pelos técnicos das Casas de Agricultura nos 645 municípios paulistas.
Para ler o artigo na íntegra e consultar as tabelas e gráficos, clique aqui.
Por: Nara Guimarães