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Importância do investimento em ciência agropecuária é apresentada por coordenador da APTA em Campinas

“O agronegócio no interior paulista e a retomada: o que é bom pode melhorar?” foi o tema discutido durante o quarto capítulo do Fórum RAC 2017 – Caminhos da Retomada, promovido pelo Grupo RAC em comemoração aos 90 anos do jornal Correio Popular. O evento contou com a participação do coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Orlando Melo de Castro, que apresentou a conferência “O estado d’arte e potencialidades de investimentos em pesquisa na agricultura e na pecuária: presença do Estado e da iniciativa privada”. O evento ocorreu em 29 de setembro de 2017, em Campinas, interior paulista.
Durante sua apresentação, Castro deu um panorama sobre as instituições de ciência e tecnologia no Brasil que se dedicam ao desenvolvimento de pesquisas para o setor agropecuário, como as OEPAS (Organizações Estaduais de Pesquisa) – entre elas as sete unidades da APTA –, universidades, unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e empresas privadas. 
Segundo ele, que também preside o Conselho Nacional dos Sistemas Estaduais de Pesquisa Agropecuária (Consepa), o investimento público e privado em ciência e tecnologia é um excelente negócio. Estudo desenvolvido por Paulo Cidade mostrou que o retorno econômico dos investimentos públicos em capital humano na agropecuária paulista é semelhante ao obtido em países como os Estados Unidos, em que cada dólar investido no setor agrícola gerou um aumento no faturamento equivalente a US$ 13. “Na APTA, desenvolvemos um balanço social avaliando os impactos econômicos, sociais e ambientais de 48 tecnologias desenvolvidas por nossas unidades. O levantamento mostrou que a cada R$ 1,00 investido na Agência, houve retorno de R$ 11,40 para a sociedade”, afirmou.
 A agricultura paulista, de acordo com dados apresentados por Castro, aumentou a produtividade 2,62% ao ano entre 1970 e 1994. A partir de 1994 o ganho atingiu 3,18% ao ano. “Utilizando uma mesma quantidade de insumos que usava em anos anteriores, o setor agropecuário paulista passou a produzir muito mais em razão de uma combinação de fatores, com os investimentos públicos em ciência, ensino superior e extensão rural”, disse.
Busca de recursos externos
 Apesar da necessidade de manutenção e aumento dos recursos públicos, na visão de Castro as instituições de ciência e tecnologia precisam buscar recursos externos e firmar parcerias uma com as outras e com o setor privado. “Não dá para o orçamento das instituições depender única e exclusivamente dos recursos públicos. É necessário cada vez mais diversificar o orçamento. O estado deixa de ser soberano na disposição dos recursos e as instituições precisam cada vez mais trabalhar com a multidisciplinaridade e multi-institucionalidade”, explicou.
 Castro apresentou um levantamento realizado pela Fapesp, de 2014, que mostra a porcentagem de recursos em P&D conquistados pelas instituições do mundo todo junto à iniciativa privada. A APTA, em 2016, teve 21% do seu orçamento composto por recursos privados, o que a coloca como uma das instituições que mais compôs seu orçamento com esse tipo de recurso no mundo, ao lado da Duke University, nos Estados Unidos. “Esse dado mostra a competência e pujança das nossas instituições. Ninguém investe naquilo que não dá resultados”, afirmou.
 O novo arcabouço jurídico federal e estadual que incentiva as parcerias das instituições públicas com o setor produtivo com o intuito de inovar foi comemorada pelo coordenador da APTA. Para ele, o decreto 62. 817/17, assinado pelo governador Geraldo Alckmin em setembro de 2017, aliado a uma série de decretos e resoluções estadual e federal gera oportunidades para as instituições de C&T paulistas e brasileiras. “Vivemos um novo momento para parcerias com o setor privado, com regras claras, que trazem muito mais segurança jurídica para as instituições e para as empresas. Além disso, estimula os pesquisadores que terão participação nos ganhos econômicos da exploração dos resultados de até 1/3 dos royalties”, disse.
 Os fundos de check-off também foram apresentados por Castro em sua conferência, a fim de mostrar novas alternativas para o financiamento da pesquisa. O USB (United Soybean Board), por exemplo, é um programa que visa promover a soja dos Estados Unidos no país e no exterior com o apoio dos próprios agricultores.  O fundo é financiado por meio da taxação de 0,5% sobre o preço de mercado líquido de cada bushel, que corresponde a 27,2157 kg de soja produzido. O recurso tem como prioridade o investimento em pesquisa e desenvolvimento, aprimoramento da capacidade produtiva, comunicação e marketing doméstico e internacional. 
 “No Brasil, temos a criação dos fundos patrimoniais, similar ao modelo americano, em que doações particulares podem ser usadas pelas universidades. Por que não incluir também nesses fundos os recursos oriundos de venda de patrimônio do Estado?”, provocou.
Clima e praga na agricultura 
 O diretor-geral do Instituto Agronômico (IAC-APTA), Sérgio Augusto Morais Carbonell, também participou do evento apresentando a conferência “Driblando as diabruras de clima e pragas”. Carbonell apresentou estratégias na pesquisa sobre como combater e mitigar as consequências do clima e das pragas na agricultura. Segundo ele, a agricultura do futuro tem foco na inovação com respeito ambiental, além do melhoramento preventivo. “Temos que antecipar, planejar e elaborar soluções, mais do que simplesmente reagir”, afirmou. As pesquisas do Instituto com foco em resistência a pragas e doenças e tolerância a seca nas áreas de café, citros, cana-de-açúcar e feijão também foram apresentadas.
Quarto capítulo do Fórum RAC 2017 – Caminhos da Retomada
 O quarto capítulo do Fórum RAC 2017 – Caminhos da Retomada contou ainda com a conferência “O agronegócio visto pelo estado”, ministrada por Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, além de palestras ministradas por João Brunelli Júnior, coordenador da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), Fernando Pinilha Cruz, presidente do ISEC Securitizadora, e Wander Villalba, presidente da Ceasa-Campinas.
 Durante o evento também ocorreu uma mesa redonda com os conferencistas, presidida por Luiz Cornacchioni, diretor-executivo da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), com o tema “Tem valido a pena investir no agronegócio? Perspectivas para o futuro”.
Por Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – APTA
(19) 2137-8933

 

 

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