Grande parte dos melhores cientistas do Brasil e do mundo iniciou no universo da pesquisa através de estágios de Iniciação Científica (IC). Durante a graduação, muitos estudantes que se sentem atraídos pela possibilidade de fazer descobertas científicas vêm na IC a oportunidade que precisam para ir além do aprendizado em salas de aula. Essa oportunidade surge em universidades e, também, em institutos de pesquisa e, muitas vezes, recebe apoio e incentivo de órgãos de fomento à pesquisa científica.
Os Institutos ligados à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, têm tradição em receber os estudantes para desenvolverem projetos de iniciação científica e isso, cada vez mais, mostra resultados visíveis e importantes. Estando o setor do agro em uma posição essencial para a economia brasileira, os jovens que iniciam suas carreiras de pesquisadores na APTA já começam a contribuir com o futuro do país.
Muitos destes novos talentos, que recebem bolsas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) e Inovação Tecnológica (PIBITI), do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPq), tiveram a chance de apresentar os resultados de seus trabalhos para especialistas no XII Congresso Institucional de Iniciação Científica – CIIC, realizado de 1º a 03 de agosto de 2018, em Campinas.
Ao todo, foram apresentados 154 trabalhos em forma de pôster e oral por bolsistas do Instituto Agronômico (IAC-APTA), Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL-APTA), Instituto de Zootecnia (IZ-APTA), APT A Regional, Embrapa Meio Ambiente, Embrapa Informática Agropecuária e Embrapa Territorial. No total, 16 trabalhos apresentados por estudantes vinculados a APTA foram premiados.
A estudante de Ciências dos Alimentos Katyri Paganotti desenvolveu, no Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL-APTA), pesquisa com microencapsulação de óleos ômega-3 e ômega-6. O trabalho foi escolhido entre os melhores do Instituto e a autora ressaltou a importância da iniciação científica em sua formação profissional. “A Iniciação Científica é muito importante, porque a gente consegue colocar em prática aquilo que aprendemos em sala de aula”, afirma Katyri, que ressalta ainda a relevância da vivência com profissionais e pesquisadores já conceituados em sua área de atuação. Também premiada pelo ITAL, a colega de curso Sophia Messa afirma que participando de um projeto de pesquisa é possível ter mais segurança quanto às escolhas profissionais. “Entrei na faculdade sem conhecer a área. Quando comecei a iniciação científica, vi que era realmente isso que eu queria”, comenta.
Para Lucas Mendes Vieira, graduando em Zootecnia e também premiado pelo trabalho apresentado, a experiência contribui até mesmo para quem não pretende seguir carreira como pesquisador. “A IC acaba proporcionando, além da vivência acadêmica, de pesquisa, uma complementação na nossa carreira”, relata Vieira, que desenvolveu seu projeto, sobre a mamite bovina, junto ao Instituto de Zootecnia (IZ-APTA). O estudante acredita que realizar uma IC na graduação “conta muito no currículo e ajuda na formação profissional como zootecnista”.
O valor da tecnologia para o agro
Para Orlando Melo de Castro, coordenador da APTA, os jovens estudantes são privilegiados em poder fazer o estágio e trabalhar com pesquisa nas Instituições ligadas à Agência. “Os estudante são orientados por pesquisadores da maior qualificação, muitos referências mundiais em suas áreas de atuação, e dispondo do espaço físico extremamente diferenciado destas instituições”, enfatiza Castro.
De acordo com o coordenador da APTA, a tecnologia é essencial para o setor do agro e, ao entrarem para a carreira científica nesta área, os bolsistas estão contribuindo diretamente para o desenvolvimento do país. “Os avanços tecnológicos que nós estamos tendo na produção do agro estão sendo feitos em cima de conhecimento e em cima de tecnologia gerada nessas instituições”. Estas, complementa Castro,“estão entre as responsáveis por termos tornado o Brasil uma referência mundial em produção agrícola”.