Dono de um parque tecnológico ultramoderno, com uma equipe de pesquisadores com notória expertise e um acervo de mais de 340 mil documentos, o IB caminha rumo aos 100 anos cada vez mais conectado com o seu tempo
O Instituto Biológico (IB-APTA), referência em pesquisas na área de sanidade animal e vegetal, além de proteção ambiental e pragas urbanas, comemora seu aniversário de 95 anos nesta segunda-feira, 07 de novembro, a partir das 15h00, em cerimônia que contará com a presença de Francisco Matturro, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e demais autoridades da Pasta, representantes da Universidade, das Fundações ligadas ao setor e de empresas parceiras.
Na abertura, Ana Eugênia de Carvalho Campos, diretora-geral do IB, fará um breve resgate das contribuições da instituição para o desenvolvimento do setor, projetando os desafios futuros e como o IB se prepara para lidar com estes. Em sua fala, Ana Eugênia vai destacar as soluções que o IB entrega para o produtor. “A atividade transversal do Instituto Biológico, com vistas a sanidade animal, sanidade vegetal e proteção ambiental, atende a todas as cadeias produtivas. Rapidamente o IB identifica uma praga ou um patógeno, base para a tomada de decisões. Nosso trabalho permite a exportação e o mercado interno dos alimentos. Nosso papel é essencial para todos”, completa.
O ponto alto da cerimônia será a entrega da medalha Rocha Lima – instituída pela Sociedade Paulista de História da Medicina, em 1966, – às personalidades que contribuíram para o progresso da ciência. “A Medalha é uma homenagem àqueles que, com apreço, serviram às suas instituições, extrapolando seus limites, evidenciando o dever cumprido. Assim, que cada homenageado tenha em sua memória, que a escolha de seu nome foi referendada pela sua enorme contribuição à sociedade. Seus desafios foram cumpridos em sua essência”, destaca Márcia Rebouças, diretora do Centro de Memória do IB, explicando que, em 2022, excepcionalmente, serão entregues três comendas porque nos dois últimos anos, em função da Covid-19, a cerimônia foi realizada em formato online e não houve agraciados.
Após a entrega das medalhas, os presentes serão convidados a conhecer a intervenção artística realizada no caminho que leva à cápsula do tempo, que será aberta em 2027, quando a instituição completa 100 anos, e direcionados ao Espaço de Eventos Márcia Rebouças, onde será servido o coquetel.
95 anos inovando o presente e antecipando o futuro
O Instituto Biológico foi fundado em 1927, e tem muitas contribuições relevantes para a sanidade animal e vegetal brasileira. A fundação do IB atendeu a um ideal paulista e principalmente dos produtores rurais para a criação de um órgão que cuidasse da sanidade do café, maior riqueza do Estado na época. Com a aparecimento, em 1924, de uma terrível praga nas lavouras de café, chamada broca, um grupo de cientistas se reuniu para achar uma solução. Com o sucesso do controle da broca por um inseto vindo da África e que era seu inimigo natural, foi apresentado na Assembleia Legislativa a importância do hoje conhecido como IB, referência no Brasil e no mundo em pesquisas na área de sanidade animal e vegetal, proteção ambiental e pragas urbanas.
O Instituto de pesquisa paulista é considerado estratégico pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo para que o agro paulista e brasileiro ganhe e mantenha seus produtos nos principais mercados consumidores do mundo. Esta relevância, segundo a diretora geral do IB, se dá pela instituição trabalhar com saúde, seja ela das plantas, dos animais, do meio ambiente e, consequentemente, dos consumidores. De acordo com ela, o Instituto Biológico está sempre antenado às exigências do mercado e da população nas questões relacionadas ao alimento seguro. “Tudo que está no prato do consumidor passou em algum momento sob nossas lentes”, afirma.
Para garantir a saúde de todo esse ecossistema, o IB atua no desenvolvimento científico, na participação de programas estratégicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), além de prestação de serviços para o setor de produção. Por ano, mais de 200 mil diagnósticos são realizados pelo Instituto de pesquisa paulista.
Prédio do Instituto Biológico– um magnifico exemplo da arquitetura art-déco
O edifício principal, projetado pelo arquiteto Mário Whately, destaca-se pelo estilo art-déco, movimento cultural que surgiu na Europa, no início do século XX. Esse mesmo estilo foi utilizado em outros projetos arquitetônicos importantes na cidade de São Paulo, como a Biblioteca "Mário de Andrade", e o Viaduto do Chá, ambos no centro. De presença marcante no cenário arquitetônico da São Paulo dos anos 1930, o Instituto Biológico ressalta-se de forma monumental, permitindo que seja incluído entre os exemplares mais importantes da primeira modernidade na arquitetura paulistana.
No ano em que completa 95 anos, o IB ganhou de presente o início do restauro. Com recursos aproximados de R$ 2 milhões, será possível restaurar o embasamento das fachadas do prédio, chamado sóculo de pedra fingida, de 422,5 metros de perímetro e com altura média de 3 metros chegando a atingir 3,5 metros. O sóculo é uma base produzida em materiais diversos como alvenaria, gesso ou madeira, que pode ser revestida com cerâmica ou granito – no caso do IB, a parte inferior do prédio, em um tom de rosa mais escuro.
Visitar a sede do IB é uma verdadeira viagem no tempo, sensação que o visitante tem ao caminhar pelos corredores, escadarias e halls de cada um dos seis andares do prédio. Fotos e registros referentes ao projeto de construção podem ser consultados no Centro de Memória, que possui um acervo composto por cerca de 340 mil documentos em diferentes tipologias e vários suportes; entre os quais, três mil documentos sobre arquitetura, muito procurados por historiadores, arquitetos e estudantes da área.
Recentemente, o prédio que habita o coração da Vila Mariana foi destaque no filme "Depois do Universo”, produzido pela Netflix, e considerado um dos melhores filmes do ano.
Planeta Inseto – uma atração à parte
Com aproximadamente 1 milhão de espécies conhecidas em todo o mundo, os insetos compõem a maior classe do reino animal e cumprem um papel decisivo para o equilíbrio dos ecossistemas. Para quem deseja imergir nesse universo cheio de curiosidades, o Planeta Inseto – exposição permanente do Museu do Instituto Biológico, que completou 12 anos em 2022, – é uma excelente oportunidade.
A exposição conta com conteúdo textual amplo, que contempla também, além dos pequenos, estudantes do fundamental II (de 11 a 14 anos), e inclui dispositivos para atender pessoas com necessidades especiais, como áudio-guia, mapa tátil, mock up gigantes de insetos, entre outros. A reforma estrutural do prédio para torná-lo acessível a todos os visitantes abrange ainda a instalação de uma plataforma para vencer o andar intermediário, corrimãos metálicos e placas de sinalização em braile.
Entre os destaques vale citar a cenografia do Jardim dos Insetos com flores gigantes, animais virtuais e a reprodução de sons de nove insetos em botoeiras que acionam também um painel luminoso com a imagem respectiva de cada um deles; bicho-da-seda, bicho-pau, besouros e a corrida das baratas que já era uma das atrações mais buscadas pelas crianças estará reformulada; além de cupinzeiros e formigueiros e até uma sala onde será possível acompanhar a produção dos bichos-da-seda. Mais informações estão disponíveis no site: https://planetainseto.com.br/.
E pensar que tudo começou com o café!
A cultura entrou no Brasil em 1727 e se espalhou por vários estados, chegando ao Vale do Paraíba, São Paulo, em 1806. Em pouco mais de quatro décadas, o Brasil já era o maior produtor mundial da cultura. No início do século XIX, os grandes produtores – chamados “Barões do Café”, que exerciam grande influência política no Estado de São Paulo. Por força desse grupo econômico, que acumulava perdas causadas pelas pragas que ocorriam em seus cafezais, em 1927, foi criado o Instituto Biológico.
Atualmente, o cafezal ocupa uma área aproximada de 10.000 m² e possui cerca de mil pés de café das variedades Mundo Novo (500 – foram colhidos esse ano) e Catuaí (500 – que foram esqueletados e só produzirão o ano que vem) e 1.500 pés de cafés de seis variedades mais plantadas. O cafezal do IB é considerado o maior do mundo instalado em área urbana. Atualmente, a plantação serve para condução de estudos relacionados a pragas e doenças e é utilizado para educação ambiental e divulgação científica.
Em 2021, o IB e Nestlé assinaram acordo para ampliar os estudos no cafezal, com investimentos que visam conciliar pesquisa, desenvolvimento e inovação em prol do café sustentável. O cafezal do Instituto Biológico pode ser visitado mediante agendamento através do e-mail: cafezalurbanoib@biologico.sp.gov.br.
Serviço
95 Anos do Instituto Biológico
Data: 07 de novembro
Horário: a partir das 15h00
Endereço: Rua Conselheiro Rodrigues Alves, 1252, Vila Mariana, São Paulo (SP)
Mais informações:
Nara Guimarães
Diretora de Comunicação Científica do Instituto Biológico
Tel.: (11) 5087-1790
E-mail: naraguimaraes@sp.gov.br
http://www.biologico.sp.gov.br