A difusão da tecnologia do Programa envolve que as instituições da Secretaria de Agricultura – Cati, IAC e Apta Regional busca atender a demanda do produtor com mudas de alta sanidade
O início de 2024 marca um recorde de investimentos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), em suas unidades da CATI Sementes e Mudas, com a entrega de equipamentos de produção de mudas em embalagens biodegradáveis, novas estufas agrícolas e câmara de nebulização. O lançamento ocorre no próximo dia 22/2, às 9 horas, no Núcleo de Produção de Mudas da CATI em Itaberá (SP).
Após investimento de R$ 1,5 milhão em seu laboratório de análises de sementes e mudas, cujas novas instalações foram entregues pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento, a CATI Sementes e Mudas tem mais uma grande notícia para os produtores rurais e público geral que adquirem suas mais de 300 espécies de mudas frutíferas comerciais, silvestres e espécies florestais: após um aporte de mais de R$ 4 milhões pelo Governo de São Paulo, entra em funcionamento o Programa Propaga SP.
Fruto da parceria entre a CATI, por meio de seu departamento CATI Sementes e Mudas, e da Apta Regional, instituição de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), o Programa Propaga SP, com foco na pesquisa, inovação e transferência de tecnologia na propagação de espécies arbóreas e no plantio de mudas acondicionadas em embalagens biodegradáveis, revoluciona e inova a produção de mudas no Estado de São Paulo, com redução de custos e descarte de plásticos na natureza.
Conformem explicam Ricardo Domingos Luiz Pereira, coordenador da CATI, e Gerson Cazentini Filho, diretor da CATI Sementes e Mudas, no âmbito do Programa, as embalagens no processo de produção de mudas serão produzidas com o uso de uma máquina adquirida e importada da Dinamarca (única no Brasil), instalada no Núcleo de Mudas de Itaberá, a qual permite a produção de embalagens com tamanho, volume e dimensões variáveis, para atender às diferentes características das fruteiras comerciais e, principalmente, das espécies florestais nativas, substituindo o plástico por embalagens biodegradáveis, produzidas com papel especial e substrato orgânico.
O processo, inovador, com foco na sustentabilidade econômica e ambiental, facilita o plantio, reduz o custo de implantação dos cultivos agroflorestais e preserva o meio ambiente, com a eliminação do descarte de embalagens plásticas na natureza.
Segundo Celso Roberto Panzani, engenheiro agrônomo da CATI Sementes e Mudas, e Marcos Augusto Franco Filho, diretor do Centro de Mudas, responsáveis pelo Programa Propaga SP na CATI, as embalagens biodegradáveis, além da sustentabilidade, trazem inovações tecnológicas que reduzem o peso e aprimoram o transporte das mudas.
Com o uso do equipamento pneumático e automatizado, a CATI, segundo os agrônomos, dará um salto gigantesco na produção de mudas, em especial das de espécies florestais nativas, passando de 500 mil mudas/ano para 2,5 milhões de mudas/ano, o que permitirá a recuperação de 2.200 hectares de áreas degradadas por ano, utilizando a mesma quantidade de mão de obra.
A pesquisadora da Apta Regional de Marília Adriana Novais Martins reforça que a adaptação da tecnologia Ecopot (paper pot), realizada pela Apta Regional, vai contribuir expressivamente para o aumento tecnológico do campo com mudas de alta sanidade e vigor vegetativo. E isso refletirá diretamente na produtividade e sustentabilidade. No sistema Ecopot (paper pot) os invólucros de plásticos são trocados por invólucros biodegradáveis, no caso um filme de papel. Com a tecnologia, a pesquisadora diz acreditar que vai alavancar diversas áreas na produção agrícola, principalmente na área de regeneração florestal [reflorestamento], contribuindo significativamente para a sustentabilidade o agronegócio paulista.
Uma parceria estabelecida entre a pesquisa, Instituto Agronômico (IAC-Apta) e a Apta Regional, e a extensão rural, a CATI, com interveniência da Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag) dará continuidade aos programas de melhoramento e transferência de tecnologia contínua ao produtor, com novos materiais genéticos de cultivares IAC, com características especiais, que atenderão ao produtor e trarão mais saúde ao consumidor.
Atualmente, já estão disponíveis, a partir desse acordo, cultivares de interesse do mercado, como a mandioca de mesa cultivar IAC 601 vitaminada, com alto teor de vitamina A; a batata doce alaranjada cultivar IAC 134 AL01, com alto teor de betacaroteno; e a batata-doce cultivar IAC ametista, rica em antocianinas [antioxidantes].
A uva IAC Riba é outro destaque para atender ao mercado vinícola, hoje, com alta demanda por mudas de uvas próprias para a produção de vinhos. Em breve, também, será assinada parceria entre IAC e CATI para propagação das cultivares IAC de uvas para a produção de mudas de videira enxertadas para atendimento de demanda da cadeia produtiva vitivinícola do estado de São Paulo, e batatas-doces ornamentais para atender às demandas crescentes dos produtores.
Entregas
O Equipamento de Produção de Mudas em Sistema de Embalagens Biodegradáveis – Ecopot (paper pot), no qual foram investidos de mais de R$ 3.000.000,00, foi adquirido pela CATI e pela APTA Regional, e está instalado no Núcleo de Produção de Mudas de Itaberá da CATI Sementes e Mudas.
As estufas agrícolas, nas quais foram investidos R$ 845.000,00 serão entregues para os Núcleos de Produção de Itaberá, Marília, Pederneiras, São Bento do Sapucaí e Tietê, onde serão produzidas cerca de 30 espécies de mudas frutíferas e florestais.
A câmara de nebulização, que teve um investimento de R$ 295.000,00 está instalada no Núcleo de Itaberá, que tem por finalidade a produção de mudas no sistema de propagação por estaquia, de cacau, frutas vermelhas, goiaba e acerola, que precisam de climatização adequada.
As entregas e o lançamento do Programa Propaga SP serão realizados no dia 22 de fevereiro de 2024, no Núcleo de Mudas de Itaberá, com a presença do secretário de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai, de autoridades municipais, regionais e estaduais, de lideranças rurais, extensionistas da CATI, pesquisadores e convidados.
No dia também será realizado o lançamento da Plataforma Abastece-SP, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, operacionalizada por meio da Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro).
Sobre o Núcleo de Mudas de Itaberá - CATI Sementes e Mudas
Com uma área de 25 hectares, o Núcleo de Mudas de Itaberá tem como principais atividades: a produção de mudas de abacate, ameixa, atemoia, pêssego, nectarina, caqui, cacau, frutas vermelhas (amora preta, framboesa e mirtilo), uva, batata-doce; bem como um banco de germoplasma, com mais de duas mil plantas matrizes, 27 espécies de frutíferas comerciais, 10 clones de cacaueiro autocompatíveis, 23 variedades de uvas para mesa e vinho, sete variedades de mirtilo, cinco variedades de amora-preta, três variedades de framboesa, 16 variedades de pêssegos, entre outras.
Entre seus trabalhos marcantes, desde a sua criação, em 1977, como seção técnica de produção de mudas, focado no projeto de fruteiras de clima temperado e subtropical, posteriormente elevado a Núcleo de Produção de Mudas em 1998, destacam-se o desenvolvimento de mudas de ameixa livres de Xyllela (https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=265286), o apoio ao estabelecimento e fortalecimento de organizações rurais, fruticultores, a execução de projetos como o Banco de Germoplasma e a produção de mudas para os Programas Cacau SP, Uva e Vinho SP, Frutas Vermelhas SP e Batata-doce/Mandioca SP.
Por
Cleusa Pinheiro (MTb 28.487)
Centro de Comunicação Rural (Cecor)/CATI/SAA
cleusa.pinheiro@sp.gov.br
Lisley Silvério (MTb. 26.194)
Diretora do Departamento de Comunicação Regional – SAA
Assessora de Imprensa e Comunicação Institucional
lsilverio@sp.gov.br