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Mercado Futuro: valorização do real e aumento da produção podem dificultar a vida dos cafeicultores brasileiros

A estabilidade econômica, associada a expectativa de crescimento do PIB, e valorização do real frente ao dólar – situação que agrada o mercado –, e a estimativa de que a safra brasileira supere 65 milhões de sacas de café, na atual temporada, são motivos de apreensão para os produtores rurais, alerta Celso Luis Rodrigues Vegro, pesquisador científico do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

“Na Bolsa de Nova York, em que são negociados os contratos futuros de café arábica, em junho de 2023, observou-se persistente queda nas médias semanais para as cotações futuras. A média da cotação em segunda posição para a primeira semana do mês de US$ 181,21/lbp, recua para US$ 161,64, para a média da quarta semana, ou seja, queda de 10,80% no mês”, aponta o pesquisador. Tal derretimento das cotações futuras reflete a percepção de que, com mais de 90% do conilon e 50% do arábica colhidos, o fluxo de abastecimento não corre risco, explica Vegro, ressaltando que, nessa queda, a valorização do real atua pressionando as cotações.

O pesquisador destaca que, em Londres, as cotações futuras do robusta também exibiram declínio. Segundo ele, algo esperado dado o grau de substitubilidade que possuem ambos produtos na constituição dos blends internacionais.

Em São Paulo, no principal cinturão cafeeiro de arábica, regional da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) em Franca, os preços recebidos pelos cafeicultores na média do mês de junho foi R$ 962,22/sc. Contudo, aponta Vegro, houve forte desvalorização na última semana do mês fechando em 30/06 a R$ 850,00/sc. “Tal cotação se aproxima do custo de produção, especialmente para os cafeicultores que conduzem lavouras em sequeiro, exibindo produtividade média inferior a 25sc/ha. Nesse contexto e presumindo que teremos El Niño de moderado a forte, há nesse momento forte estímulo para a poda de lavouras visando reduzir o custo de produção”, explica.

Os embarques totais de café (verde, torrado e moído e solúvel), no período janeiro-maio, exibem queda de quase 20%, quando comparados ao mesmo período do ano anterior. “Tal diminuição deveria repercutir na formação de preços no mercado internacional, porém, aparentemente, ainda não é fato que preocupe os interessados no produto que observam o derretimento das cotações sem virar a chave para a posição compradora”, ressalta Vegro.

No entanto, afirma Vegro, a formação de El Niño de moderada a forte intensidade poderá trazer estiagens prolongadas ao início do período chuvoso nos cinturões de arábica de mais baixa latitude (cerrado mineiro e Bahia) e para o robusta de Rondônia. A esperada safra recorde de 2023/2024 poderá não se concretizar, trazendo ainda mais volatilidade para a formação dos preços, pois no Brasil esgotaram-se os estoques de passagem e na ICE houve declínio acentuado dos estoques certificados naquela bolsa.

Para ler o artigo na íntegra e consultar os gráficos e tabelas com detalhes das cotações, semana a semana, clique aqui.

 

Por: Nara Guimarães

Mais informações:

Assessoria de Imprensa da APTA

Tel.: (11) 5067-0389

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