Victória Rossetti, reconhecida como uma das maiores pesquisadoras do mundo em doenças que atingem a citricultura, foi homenageada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que escolheu seu nome para batizar o porta-enxerto híbrido de citros “BRS Victoria”. Rossetti atuou durante toda a sua carreira como pesquisadora do Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, consagrando-se como uma das mais importantes cientistas brasileiras.
“O “BRS Victoria” foi registrado no Registro Nacional de Cultivares do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) pela Embrapa. Com ele, nossa equipe faz justa homenagem à doutora Veridiana Victoria Rossetti, por sua dedicação à citricultura. Espero que este novo porta-enxerto híbrido justifique seu nome, sendo útil aos citricultores”, afirma Walter dos Santos Soares Filho, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura da Embrapa.
Segundo a diretora-geral do IB, Ana Eugênia de Carvalho Campos, o Instituto Biológico se sente honrado por ter sido lembrado por meio desta homenagem à pesquisadora. “Victória Rossetti foi um ícone para a citricultura brasileira. Trabalhou arduamente e gerou tanto conhecimento que até os dias de hoje é impossível não associar a cadeia de citros ao seu nome”, afirma.
Nascida em 15 de outubro de 1917, na fazenda Santa Veridiana, em Santa Cruz das Palmeiras, no interior paulista, Victória Rossetti foi a primeira engenheira agrônoma formada pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq/USP), em 1937. Ingressou no Instituto Biológico como estagiária, para atuar na antiga Seção de Fitopatologia Geral. Em 1941, ingressou no Instituto por meio de concurso público e atuou no IB até 2000, mesmo tendo se aposentado em 1987, ocasião em que recebeu o título de “Servidor Emérito”, outorgado pelo Governador do Estado de São Paulo. Desde o início da sua carreira dedicou-se aos estudos das doenças dos citros.
Rossetti realizou cursos na Universidade Estadual da Carolina do Norte e na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, além de ter se capacitado em técnicas de diagnóstico de vírus transmitido por enxertia no Institut National de la Recherche Agronomique (INRA), na França.
Foi chefe de Seção de Fitopatologia Geral do IB e exerceu liderança na Divisão de Patologia Vegetal do Instituto. Durante sua carreira, recebeu mais de 60 prêmios e teve mais de 300 trabalhos publicados ou apresentados em congressos nacionais e internacionais. Faleceu em 26 de dezembro de 2010.
“Ela levou o nome do Instituto Biológico como se fora seu próprio sobrenome, fazendo-o crescer com suas pesquisas na área de sanidade vegetal, sendo o seu conhecimento a estrutura básica para o fortalecimento da pesquisa científica no Instituto Biológico”, afirma Márcia Rebouças, responsável pelo Centro de Memória do IB.
Por Fernanda Domiciano
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