Curso oferecido por Instituto da Secretaria de Agricultura tem perfil interdisciplinar; Mais de 200 profissionais já foram formados
O início do ano, tradicionalmente, é tempo de traçar metas. Na lista de muita gente está a retomada dos estudos e, quem sabe, uma melhoria ou mudança na carreira. O Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, pode contribuir para essas conquistas, por meio de seus cursos de Mestrado e Doutorado oferecidos pelo Programa de Pós-Graduação em Sanidade, Segurança Alimentar e Ambiental no Agronegócio.
Com mais de 200 mestres e 15 doutores formados ao longo de sua história, o programa de pós-graduação do IB se destaca por ser o único exclusivamente oferecido na área de sanidade cadastrado dentro da área Interdisciplinar da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Ao todo, 35 alunos de Mestrado e 21 de Doutorado estão em processo de formação na PG-IB. Em 2020, os valores captados somente em bolsas de estudos para esses alunos foi de mais de R$ 460 mil.
Segundo o coordenador da PG-IB, Marcelo Eiras, os cursos oferecidos contribuem para a capacitação e aperfeiçoamento profissional do setor dos agronegócios, especialmente na sanidade animal, vegetal, segurança alimentar e ambiental, setores estratégicos para o Estado de São Paulo e para o País. “É importante ressaltar que os cursos também trazem grandes benefícios para o Instituto Biológico. Os alunos de mestrado e doutorado têm sido fundamentais para a realização de diversas pesquisas do IB, e além de promoverem avanços no conhecimento, trazem frescor, novas ideias e ações para dentro da instituição”, afirma.
O pesquisador do IB e docente na pós-graduação do Instituto, Luis Otavio Saggion Beriam, classifica essa relação entre aluno e docentes como uma simbiose, ou seja, benéfica para ambos. “Os alunos desenvolvem pesquisa, frequentam os laboratórios, interagem com os pesquisadores e trazem oxigênio para a instituição. A presença deles têm contribuído de forma decisiva para a continuidade das diversas linhas de pesquisas desenvolvidas no IB, além da abertura de novas fronteiras do conhecimento”, diz Beriam.
Eiras explica que os cursos de mestrado e doutorado são stricto sensu, ou seja, voltados à área acadêmica. Porém, além de poder atuar em instituições públicas de ensino e pesquisa, os alunos titulados podem trabalhar em empresas privadas e até mesmo abrir seus próprios negócios. “Estamos atentos às demandas de empreendedorismo e inovação. Temos uma disciplina de pós-graduação, considerada obrigatória para todos os estudantes matriculados, em que esse assunto é abordado, trazendo bases importantes para que os alunos interessados possam se planejar para ter seus próprios negócios de base tecnológica, como startups ligadas ao agro”, explica.
Os egressos, ou seja, mestres e doutores formados, são titulados com conhecimento que os capacita a enfrentar o concorrido mercado de trabalho, desenvolvendo atividades de docência e/ou pesquisa em instituições públicas e privadas e gerando conhecimento e transferência de tecnologia para todo o setor.
A opinião de quem cursou
O biólogo Fernando Berton Baldo é um dos egressos da pós-graduação do IB. Ele cursou Mestrado entre 2010 e 2012 e Doutorado entre 2013 e 2017. Baldo explica que sempre teve como meta trabalhar com pesquisa científica e o que o chamou atenção para o programa de pós-graduação do Instituto foi a sua interdisciplinaridade, que permite o desenvolvimento de uma visão e qualificação mais ampla da formação.
“Cresci em contato com a agricultura e as linhas de pesquisa envolvendo conhecimentos sobre ecologia, controle biológico e métodos alternativos a utilização de produtos químicos menos impactantes ao meio ambiente despertavam muito meu interesse. Na época se falava sobre o assunto, no entanto, ainda não era devidamente valorizado como é hoje”, conta.
Baldo desenvolveu, no Mestrado, pesquisa de classificação de ácaros em pêssego, ameixa e nectarina. Já no Doutorado, desenvolveu um protocolo para tratamento quarentenário de abóboras oriundas de área de ocorrência da chamada mosca-das-cucurbitáceas-sul-americanas. A pesquisa buscou viabilizar a exportação dos vegetais produzidos em território de ocorrência da praga, como São Paulo e Minas Gerais.
“A pós-graduação do IB agregou e muito em minha formação e me proporcionou experiência em diversas linhas do conhecimento. Além disso, permitiu desenvolver parcerias com instituições importantes para a execução dos projetos, como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Instituto Agronômico (IAC), Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), o que vem gerando frutos para minha carreira acadêmica. Os trabalhos renderam publicações que poderão contribuir positivamente com o desenvolvimento da agricultura do nosso país”, conta.
A bióloga Luara Lucena Cassiano também cursou Mestrado entre 2013 e 2015 na PG-IB e agora está em fase de finalização do seu Doutorado, que deve ser defendido até julho de 2021. A doutoranda conta que ingressou no IB em 2011, como estagiária no Laboratório Interinstitucional de Sanidade em Aquicultura, e no decorrer do estágio se interessou pela área de pesquisa.
“Como o próprio Instituto possuía a Pós-Graduação, resolvi me candidatar para o Mestrado. Foi uma experiência incrível e intensa. Como o mestrado tinha sido muito bom e eu desejava seguir a carreira acadêmica, candidatei-me para o Doutorado em 2017, no Edital que visava o estágio sanduíche no exterior”, explica a pós-graduanda que desenvolve pesquisa que investiga duas bactérias causadoras de doenças granulomatosas em peixes no Sudeste do Brasil e que acarretam grandes prejuízos econômicos para o setor.
“Avalio o Doutorado do IB como um curso que auxilia os estudantes de diversas áreas a conquistarem o mercado de trabalho, a evoluírem como profissionais e a lidar com os desafios na pesquisa. Sinto-me realizada em ter escolhido este curso para me tornar mestre e futura doutora”, afirma.
Online
Os cursos de Mestrado e Doutorado oferecidos pelo IB são presenciais, mas a pandemia do novo coronavírus impôs algumas mudanças para a continuidade das aulas teóricas, qualificação e defesa dos trabalhos. O coordenador da PG-IB explica que, atualmente, essas atividades têm sido feitas de forma online, permitindo a continuidade dos estudos.
“Nosso objetivo é manter parte das atividades online após a crise do novo coronavírus. Percebemos alguns pontos positivos na realização de atividades online, porém, queremos, quando for seguro, retomar as atividades presenciais, fundamentais para o desenvolvimento de atividades práticas de laboratório e de campo e vivência dos alunos na instituição”, conta.
Por Fernanda Domiciano
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