Pesquisa sobre espécies nativas do bioma Mata Atlântica no Estado de São Paulo — desenvolvida pelo Instituto Agronômico (IAC-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento — é premiada pela Natura, que financia a pesquisa juntamente com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). O Prêmio de Inovação Tecnológica Natura Campus, concedido a cada dois anos, objetiva reconhecer a contribuição da comunidade científica brasileira para o desenvolvimento tecnológico da Natura. No dia 2 de dezembro, a empresa anunciou os três agraciados na sua sede, em Cajamar (SP).
O desenvolvimento da pesquisa contribuiu para o conhecimento de aproximadamente 100 espécies aromáticas nativas de ocorrência no bioma Mata Atlântica de São Paulo, além da caracterização química e do potencial antimicrobiano e antioxidante dos seus óleos essenciais. As espécies selecionadas com potencial de uso por suas características olfativas foram avaliadas sob o aspecto da variabilidade genética e da propagação, diz a pesquisadora do IAC e coordenadora do estudo, Márcia Ortiz Mayo Marques. A finalidade foi a de subsidiar a exploração sustentada e o desenvolvimento de tecnologia de produção dessas espécies. O estudo colaborou ainda para a formação de recursos humanos nas diversas áreas do conhecimento envolvidas no projeto — química, biologia molecular, fisiologia e botânica.
O trabalho buscou encontrar novas fontes de óleos essenciais e princípios bioativos para o desenvolvimento de novos produtos pela Natura. Com o título “Bioprospecção do potencial aromático de espécies nativas do bioma Mata Atlântica no Estado de São Paulo: ocorrência, taxonomia, caracterização química, genética e fisiológica de populações”, a pesquisa obteve sucesso ao caracterizar espécies da Mata Atlântica em território paulista e identificar algumas com potencial de utilização, já verificado pela Natura.
“Para que este resultado fosse alcançado, efetuamos inicialmente a avaliação da composição química, olfativa, atividade antimicrobiana e antioxidante dos óleos essenciais de espécies nativas da flora aromática do bioma Mata Atlântica do Estado de São Paulo”, explica a pesquisadora do IAC. O trabalho, com duração de três anos, envolveu viagens de campo para diferentes regiões do Estado, onde foram feitas observações e coleta de espécies de famílias de plantas pré-selecionadas. Segundo Márcia Ortiz, por seu caráter multidisciplinar o trabalho reuniu pesquisadores das áreas de botânica, fitoquímica, fisiologia e genética.
Outras etapas existentes no estudo foram a identificação taxonômica das espécies, a observação em campo dos ambientes de ocorrência e a avaliação da abundância, frequência e dinâmica demográfica dessas plantas em diferentes populações. Ela explica que se deve considerar também a identificação correta do material utilizado, pois as populações de uma espécie podem apresentar significativa variabilidade genética e química. “A exploração sustentável das espécies de interesse comercial deve ser feita com base na determinação taxonômica correta e em informações sobre a sua distribuição geográfica e em estudos demográficos de biologia reprodutiva, variabilidade genética, química e fisiológica”, completa.
O Brasil tem a maior diversidade genética vegetal do mundo. São mais de 55 mil espécies catalogadas, de um total estimado entre 350 mil e 550 mil. Essa riqueza representa importante potencial de desenvolvimento socioeconômico para o País, como fonte de corantes, óleos vegetais, gorduras, fitoterápicos, antioxidantes e óleos essenciais para o setor produtivo. Os óleos essenciais e produtos derivados são empregados como matérias-primas para as indústrias de higiene e limpeza, alimentos e bebidas, farmacêutica e cosmética, além de apresentar atividade antimicrobiana, antifúngica e antioxidante.
A íntegra do texto está disponível no site www.iac.sp.gov.br.
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