Com o objetivo de oferecer alimentos saudáveis à família paulista, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo mantém laboratório voltado especificamente para diagnosticar a quantidade de defensivos agrícolas utilizados em cada cultura. No Laboratório de Resíduos de Pesticidas do Instituto Biológico (IB), vinculado à Pasta, o alimento passa por quatro diferentes salas para verificar se os níveis de produtos químicos estão de acordo com os estabelecidos pela lei e se são seguros para estar no prato das pessoas.
O Laboratório é certificado pela Norma 17025 do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), com reconhecimento internacional de qualidade de seus serviços. As empresas interessadas em terem seus produtos analisados enviam uma amostra do alimento, que não pode conter caroços, galhos ou folhas, por exemplo.
Na primeira sala esta amostra é reduzida a uma pasta. O objetivo é isolar o defensivo com o uso de um solvente para retirar substâncias. O solvente “limpa” a amostra eliminando carboidratos, colesterol, proteínas, vitaminas, gorduras e até mesmo a cor. Esse líquido segue para uma segunda sala e passa por um filtro, onde o defensivo fica preso por ter uma molécula mais leve do que as das outras substâncias.
A análise continua em uma terceira sala, com a amostra “limpa” sendo colocada em uma máquina onde é feita a espectrometria de massa, que é a quebra das moléculas presentes. Com o uso de um software no qual estão cadastrados os defensivos possíveis de serem encontrados naquele alimento e autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o aparelho analisa as moléculas e envia as informações para um computador, que elabora um gráfico mostrando as variedades de produtos químicos presentes.
É neste momento que os pesquisadores do Instituto Biológico identificam os níveis e variedades dos defensivos – estabelecidas por lei e disponíveis no site da Anvisa – para saber se aquele alimento foi produzido com a quantidade recomendada. Além disso, é neste momento que se descobre a utilização de algum produto não permitido para determinada cultura ou rebanho.
Para o secretário Arnaldo Jardim, o Laboratório tem grande importância porque monitora a presença de produtos químicos em alimentos. “Isso atende a uma das principais orientações do governador Geraldo Alckmin para nós da Secretaria, que é a população consumir um alimento seguro. Para isso é preciso diagnóstico, e nosso laboratório em especial é acreditado pela norma 17025, ou seja, tem qualidade atestada, é reconhecido internacionalmente”, destacou o secretário.
Há ainda uma quarta fase de análise, onde a espectrometria é realizada com a amostra em forma gasosa, porque algumas vezes a análise na amostra líquida não é satisfatória e algumas substâncias não são identificadas. As amostras analisadas são de produtos vendidos em supermercados, exatamente o alimento que a família paulista está consumindo.
“Para a população, isso significa poder comer um alimento de forma mais segura, porque você vai ter uma variação da presença de resíduos nos alimentos, mas em níveis que são aceitáveis pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”, explicou Antonio Batista Filho, diretor do IB. Ele completa ainda que este trabalho é importante “para você ter um alimento seguro em sua mesa”.
Responsabilidade
Após as quatro fases da análise, o Laboratório de Resíduos de Pesticidas, vinculado ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Proteção Ambiental do IB, gera um relatório para a empresa que pediu o diagnóstico informando os métodos utilizados, as substâncias diagnosticadas e se aquela amostra está ou não de acordo com o previsto na lei, com relação ao nível e tipo de produtos químicos. Caso não esteja, o IB recomenda à empresa que reveja este aspecto de sua produção.
Uma das responsáveis por conferir os níveis de defensivos nos alimentos, a pesquisadora Claudia Helena Ciscato explica que esse exame dos produtos não é obrigatório, as marcas o fazem para agregar valor e mostrar preocupação com o consumidor. “O importante para mim é saber o que estamos consumindo, se está de acordo com a lei. Quando você vai comprar um alimento no mercado não adianta ele só estar bonito”, apontou Claudia.
Os produtos analisados ganham em sua embalagem a descrição “Analisado pelo Instituto Biológico de São Paulo” para que o consumidor saiba que passaram pelo crivo do Laboratório. O processo dura em média cinco dias úteis e é pago pelas empresas. Durante quase quatro décadas (1978 a 2015), o IB foi o responsável por analisar os alimentos vendidos na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp).
“Como consumidora, não quero estar exposta a armazenar substâncias no meu organismo. Como integrante do Governo do Estado, acho importante garantir que a população receba um alimento de qualidade”, ressaltou a pesquisadora. Claudia considera “um privilégio” para a Secretaria ter um laboratório como este e acredita que o ideal seria realizar essa análise em todos os Estados brasileiros.
Para este press release existem fotos disponíveis que podem ser solicitadas pelo telefone (11) 5067-0069 ou e-mail saacomunica@sp.gov.br.
Há opção ainda de serem baixadas pelo Flickr da Secretaria no seguinte endereço: https://www.flickr.com/photos/agriculturasp/sets/72157655716114024(crédito: Hélio Filho/Comunicação/SAA).
Por Hélio Filho
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