O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR), que mede os preços pagos ao produtor rural, subiu 0,73%, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Foi puxado pelo índice de preços dos produtos de origem animal (especialmente carne de frango e ovos) que valorizou 3,77%, enquanto o grupo de produtos de origem vegetal apresentou queda de 0,40%.
No acumulado de 12 meses, o índice geral aumentou 6,44%, puxado pelo índice de produtos vegetais (mais 8,71%), enquanto o índice de produtos animais recuou 1,99%. Neste caso, a influência da cana-de-açúcar foi significativa, pois sem considerar o produto o índice geral cai 9,47% e o índice de produtos vegetais recua 18,26%.
Na variação mensal, as altas mais relevantes ocorreram nos preços da carne de frango (13,94%); dos ovos (13,44%); da laranja para mesa (10,56%); da soja (8,18%) e do tomate para mesa (6,48%). O período de Páscoa reativou as compras do frango no atacado, dizem os pesquisadores Luis Henrique Perez, Danton Leonel de Camargo Bini, Eder Pinatti, José Alberto Angelo e José Sidnei Gonçalves. “Contudo, cabe ressaltar que neste patamar o preço do produto é um dos mais baixos dos últimos dois anos.”
Também a alta no preço dos ovos decorreu do aumento de consumo, em virtude do período de quaresma e, principalmente, na semana santa. “Com o final do período religioso, a tendência é que o produto sofra uma redução das suas cotações”, observam os analistas do IEA.
Já a demanda por sucos com a volta às aulas, associada à menor oferta e ao final da colheita de outras frutas, contribuiu para a reversão do quadro de queda de preços da laranja para mesa que continuou a apresentar elevação neste período. No caso da soja, a falta de chuvas prejudicou o desenvolvimento dos grãos, explicam os pesquisadores. “Isto gerou uma baixa oferta da commodity em toda a América do Sul, reajustando os preços recebidos pelos produtores agrícolas.”
Por fim, os preços do tomate apresentaram recuperação em relação às baixas cotações do mês anterior, em função de melhora de qualidade do produto.
As quedas mais expressivas foram verificadas nos preços da batata (16,16%); do café (13,72%); da carne suína (8,81%); do amendoim (6,76%) e do algodão (5,85%).
Acumulado de 12 meses
No acumulado de 12 meses, verificam-se comportamentos distintos entre os produtos vegetais, cujos preços apresentam salto até maio de 2011, em decorrência do reposicionamento da cana na entrada da safra, segundo os analistas do IEA. “Desde então, mostra-se queda abrupta em junho-julho, com manutenção de patamar até dezembro, elevação em janeiro, queda no mês de fevereiro e recuperação do índice acumulado em março.”
Para os pesquisadores, “isto deixa nítido o sucesso da estratégia de proteção de margens típica de economias de oligopólios praticadas pelos agentes econômicos da cadeia de produção de açúcar e álcool que, na entrada da safra em março de 2011, realinharam os preços da cana.”
Já os produtos animais mostram desempenho errático, com idas e vindas. De abril a junho de 2011, apresentaram queda expressiva nos preços, seguida de alta puxada pela carne bovina na entressafra e pela carne de frango em decorrência do mercado internacional. Em setembro passado, houve queda e em outubro, ascensão, numa realidade em que todos os índices convergiram para cima no novo ciclo de aumento dos preços agropecuários. Em janeiro deste ano, houve, contudo, forte queda nos preços puxada pelo recuo das cotações das carnes que continuava com ritmo menor em 2012 para, em março, apresentar recuperação.
De maneira geral, dizem os analistas do IEA, quando se exclui a cana-de-açúcar dos preços, verifica-se que a reversão de tendência se dá em abril de 2011, desde quando os preços dos produtos vegetais revelam nítida trajetória descendente, definindo o comportamento dos preços na mesma direção. “Note-se o comportamento convergente de janeiro de 2012, com queda expressiva dos preços dos produtos animais compensada pela elevação significativa dos preços dos produtos vegetais sem a cana.”
No período de um ano, os maiores incrementos ocorreram nos preços da banana nanica (78,97%); do feijão (78,33%); da cana-de-açúcar (27,86%); do leite C (22,55%); do leite B (14,99%); do amendoim (+11,67%); do arroz (10,65%) e da soja (6,79%), todos em patamar mais elevado do que a inflação medida pelo IPCA-IBGE. Por sua vez, apresentaram reduções os preços do tomate para mesa (-60,01%); da laranja para mesa (-57,56%); do café (-21,60%); da carne de frango (-11,44%); do milho (-7,44%); da carne bovina (-6,32%); do trigo (-6,19%); da carne suína (-5,06%) e dos ovos (-1,38%).
Em síntese, concluem os técnicos, nos últimos 12 meses, um conjunto de oito entre 17 produtos apresentou preços atual maiores, enquanto outro conjunto de nove produtos teve preços inferiores. “Logo, a maioria dos preços agropecuários mostra queda comparativamente às cotações do ano anterior, exceto principalmente arroz, feijão e leite, produtos da alimentação básica.”
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Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
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