Soja continua a ser o grão mais cultivado no Estado, com mais de 1,1 milhão de hectares, o milho, com pouco mais de 834 mil hectares, mantém a segunda posição.
A colheita de grãos deve somar 9.967,8 mil toneladas, montante 5,6% superior ao obtido na safra anterior. Esse resultado pode ser atribuído principalmente à expansão de soja (+6,4%) e milho safrinha (+23%); uma vez que outras culturas apresentaram decréscimos em suas produções, é o caso do milho (1ª safra) e do feijão da seca e de inverno. Os dados constam do segundo levantamento da previsão e estimativa da safra, realizado em abril de 2021, pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA) e da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS/CATI).
O conjunto das culturas anuais apresenta expansão de 1,5% na área plantada, crescimentos de 4,2% na produção e de 2,6% na produtividade, devido ao bom desempenho do grupo dos grãos, especialmente soja, amendoim e milho safrinha, ressaltam Felipe Camargo, Carlos Fredo, Carlos Roberto Bueno, Celma Baptistella, Denise Caser, José Alberto Angelo, Maximiliano Miura, Paulo Coelho e Vagner Azarias Martins, pesquisadores do IEA.
A cultura da Soja continua em expansão no Estado, de acordo com o levantamento, a área de plantio foi ampliada em 5,2%, totalizando 1,16 mil ha. Também positivas são as estimativas de produção, 6,4% superior à de 2019/20 (4.083 mil/t); e de produtividade, 1,2% maior (3,4t/hectare). Considerando-se o avanço da colheita no Estado, não são esperadas variações relevantes na produção até o final desta safra. Os bons preços no mercado acompanhados pela rentabilidade são apontados como os principais fatores para que ano após ano a soja se estabeleça como uma das principais culturas de São Paulo, explicam os pesquisadores.
A área do Amendoim tem previsão de crescimento de 9,3% em relação à safra passada, totalizando 168,4 mil ha, e de 5,4% na produção, chegando a 658,7 mil toneladas. A expectativa de produtividade é próxima a 156 sacas de 25 kg (3,9 t/ha). São Paulo continua sendo o maior produtor nacional de amendoim em grão, respondendo por aproximadamente 90% da safra brasileira.
Os dados para a cultura do Trigo apresentam acréscimo em área de 4,8%, totalizando 105,3 mil ha em relação à safra passada. Aumento foi constatado também na produção (4,6%), estimada em 325,2 mil toneladas. O comportamento cambial desfavorável para compras de insumos no mercado externo e outros fatores (econômicos e pandemia) formam um panorama de incertezas ao produtor na decisão de expansão de área e produção para essa cultura.
O atual levantamento estima em 323,6 mil ha a área total destinada ao cultivo do Milho – 1ª Safra, espaço 8,3% inferior ao último ciclo. Ao contrário da soja, que vem em constante avanço de área, o milho segue caminho oposto. Em relação à produção, houve queda em relação ao levantamento de fevereiro de 2021, em virtude possivelmente do clima mais seco do que a média de anos anteriores. Os resultados apontam redução de 0,5% na produtividade e queda de 8,7% na produção em relação à safra 2019/20.
As incertezas sobre a produção do Milho Safrinha ainda permanecem, devido à previsão de volume baixo de chuvas em maio e calendário produtivo atrasado em virtude do plantio tardio da soja 2020/21. De qualquer forma, a expansão da área cultivada, estimada em 501,5 mil ha, já é uma certeza, expansão de 4,1% em relação à safra passada. Sobre a produção, os resultados são positivos, com aumento de 23% em relação a 2019/20. Contudo, essa possibilidade pode não ser confirmada se as condições climáticas forem adversas, alertam os pesquisadores.
Para o Feijão da Seca (segunda safra), os resultados desse levantamento vêm confirmar a redução da lavoura já observada em fevereiro. Em relação à safra passada (2019/20), a área cultivada (11,9 mil ha) apresenta redução de 26,3% e uma produção menor em 31,4%, sendo esperada uma colheita de 24,2 mil toneladas com redução de 6,9% na produtividade, que pode ser atribuído às condições do clima com poucas chuvas registrada durante o período da cultura.
No caso do Feijão de Inverno (terceira safra), as primeiras informações da safra 2020/21 apontam reduções de 19,6% de área plantada (20 mil ha) e de 18,8% na produção, quando comparadas com as da safra 2019/20. A estimativa inicial é de serem colhidas 53 mil toneladas com ganhos de 1% na produtividade. Essa primeira estimativa para o feijão de inverno é referente a soma das culturas irrigadas e de sem irrigação, sendo que 86,5% do total da área cultivada é conduzido em sistemas de irrigação e apresentam uma produtividade (2,8 t/ha) bem superior ao do cultivo sem irrigação (1,7 t/ha).
O levantamento traz ainda detalhes das safras agrícolas de cana-de-açúcar, café, laranja e banana, e olerícolas como batata, tomate e cebola; além de apresentar o comportamento regional da safra de cada cultura por Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR). O próximo levantamento que será realizado em junho, trará informações mais precisas sobre área, produção e produtividade das culturas perenes.
Para ler o artigo na íntegra e consultar as tabelas e informações sobre as demais culturas agrícolas acompanhadas nesse levantamento, assim como conhecer a metodologia utilizada, clique aqui.
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