Antônio Carlos Simões
O risco de eutrofização (enriquecimento) ambiental foi apontado como a maior preocupação de impacto ecotoxicológico gerado pelo lançamento de efluentes em corpos hídricos naturais, revela o pesquisador Julio Vicente Lombardi (lombardi@pesca.sp.gov.br) do Instituto de Pesca (IP-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Até pouco tempo atrás, a principal preocupação na aquicultura dizia respeito à qualidade da água de abastecimento de viveiros de criação. Atualmente, os órgãos ambientais manifestam especial interesse nos possíveis impactos do lançamento de efluentes aquícolas, comenta Lombardi. A Resolução CONAMA 357, de 2005, que atualiza a Resolução 20, de 1986, inclui a “ecotoxicologia” como importante ferramenta utilizada para indicar a qualidade de efluentes de aquicultura.
Em 2008, o Instituto de Pesca, com o apoio financeiro da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), concluiu um projeto para realizar ensaios ecotoxicológicos em amostras de água provenientes de projetos de aquicultura continental. O objetivo era o de avaliar os possíveis impactos dessa natureza, bem como analisar qualitativa e quantitativamente a carga de poluentes gerada na aquicultura, com vistas ao fornecimento de subsídios técnicos para o tratamento adequado de efluentes.
Segundo o pesquisador, os testes ecotoxicológicos possibilitaram leituras simultâneas de resultados de toxicidade aguda e crônica em organismos-teste (cladóceros) padronizados para ensaios dessa natureza. Ao mesmo tempo, outros organismos (microalgas) utilizados nos testes permitiram avaliar o grau do risco de eutrofização ambiental causado pelo lançamento dos efluentes.
As amostras d’água foram coletadas em empreendimentos de produção comercial e/ou de pesquisa científica que desenvolvem as principais atividades aquícolas continentais (piscicultura, carcinicultura e ranicultura). Em cada um desses empreendimentos estabeleceram-se vários pontos de amostragem, distribuídos de maneira a cobrir todo o sistema, ou seja, desde o ponto de abastecimento dos viveiros até o de lançamento do efluente e sua dispersão no corpo hídrico receptor.
O estudo abrangeu um ciclo completo de recria de cada atividade, seguindo desde o manejo praticado nas fases iniciais até o momento das despescas.
O Instituto de Pesca pretende dar continuidade ao estudo, testando algumas técnicas alternativas, especialmente as lagoas de fitodepuração, visando delinear uma estrutura biológica eficiente no tratamento desse tipo de efluente e proporcionar sustentabilidade ambiental à atividade aquícola.
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