Com o objetivo de esclarecer a população sobre a cadeia produtiva do pescado e sua relação com o COVID-19, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Pesca (IP–APTA), apresenta alguns esclarecimentos importantes, com base nas informações de autoridades internacionais como a Organização Mundial de Saúde (OMS), Agência Americana para Alimentos e Medicamentos (FDA), Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (European Food Safety Authority’s), Instituto Federal Alemão para Avaliação de Riscos (BFR), Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), Autoridade de Segurança Alimentar da Irlanda (FSAI) e Universidade Estadual da Carolina do Norte.
Autoridades de saúde, inclusive internacionais, como a U.S. Dietary Guidelines for Americans, recomendam a ingestão de 2 a 3 porções de pescado por semana.
O pescado, definido como sendo os peixes, crustáceos, moluscos, anfíbios, répteis, equinodermos e outros animais aquáticos usados na alimentação humana (Art. 205 do Decreto no 9.013, de 29 de março de 2017, que dispõe sobre o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal), é uma parte vital para uma dieta saudável, e continua sendo uma opção segura – e uma escolha inteligente – nas compras e na alimentação.
Tire suas dúvidas!
1. Posso pegar coronavírus ingerindo pescado?
Até este momento não há casos que mostrem evidências de que alimentos ou suas embalagens estejam associados à transmissão de COVID-19. Portanto, não há razão para se preocupar.
Experiências prévias com surtos de outros coronavírus, como a síndrome respiratória aguda (SARS-CoV) e a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV), mostram que a transmissão por meio do consumo de alimentos não ocorreu. No momento, não há evidências que sugiram que o COVID-19 seja diferente a este respeito.
2. O coronavírus está em produtos de pescado?
Não há evidências de que o coronavírus possa se espalhar por qualquer produto alimentar. Deve-se destacar que o modo de infecção é principalmente respiratório, assim, a chance de contágio do COVID-19 por meio de alimentos é quase nula.
3. Comer pescado iniciou a epidemia de coronavírus?
Não. A origem provável do vírus é a disseminação (viva) de animal para pessoa. Muitos alimentos estavam presentes no mercado de animais vivos, que se acredita estarem no epicentro do primeiro surto, mas não é sugerido que a ingestão de produtos desse mercado tenha causado a disseminação.
4. Posso obter coronavírus tocando em embalagens de pescado refrigerados ou congelados?
Normalmente os coronavírus são transmitidos de pessoa para pessoa, por meio de gotículas respiratórias. Atualmente, não há evidências para apoiar a transmissão do COVID-19 associada aos alimentos.
Mas é importante sempre lavar as mãos com água e sabão por 20 segundos, antes de preparar ou comer alimentos, para segurança geral dos alimentos.
Além disto, durante o dia, lave as mãos depois de assoar o nariz, tossir, espirrar ou utilizar o banheiro.
5. Se um consumidor infectado pegar um pacote de pescado e colocá-lo de volta, a próxima pessoa a tocá-lo poderá se contaminar com coronavírus?
Devido à baixa capacidade de sobrevivência desses coronavírus nas superfícies, é provável que haja um risco muito baixo de propagação em alimentos ou embalagens transportados e armazenados para comercialização, por um período de dias ou semanas em temperatura ambiente, refrigerada ou congelada. Entretanto, pode ser possível que uma pessoa se contamine com COVID-19 tocando em uma superfície ou objeto contaminado com o vírus e em seguida, tocando sua própria boca, seu nariz ou seus olhos. Porém, este não é o principal meio de contaminação e disseminação do vírus.
6. Cozinhar os alimentos mata o coronavírus?
Os coronavírus precisam de um hospedeiro (animal ou humano) para crescer e não podem crescer em alimentos. Espera-se que o cozimento completo mate o vírus, e sabe-se que o tratamento térmico de pelo menos 30 minutos a 60oC é eficaz com SARS.
7. Algumas espécies ou tipos de pescado são mais arriscados que outros?
Nenhum produto alimentar, incluindo o pescado, é considerado um risco de propagação do coronavírus. Cozinhar o pescado é uma opção de segurança adicional.
8. Devo evitar pescado da China?
A probabilidade de uma pessoa infectada contaminar mercadorias comerciais é baixa e o risco de pegar o vírus que causa o COVID-19, em um pacote que foi transportado e exposto a diferentes condições e temperaturas, também é baixo. Em geral, devido à baixa capacidade de sobrevivência desses coronavírus nas superfícies, é provável que haja um risco muito baixo de propagação em alimentos ou embalagens transportados por um período de dias ou semanas em temperatura ambiente, refrigerada ou congelada. Nos EUA não houve nenhum caso de COVID-19 associado a mercadorias importadas.
Segurança
Autoridades internacionais de saúde destacam que devemos sempre garantir as boas práticas de segurança alimentar. Embora seja improvável que o vírus possa ser transmitido por alimentos contaminados ou produtos importados, regras gerais de higiene cotidiana, como lavagem regular das mãos e regras de higiene para a preparação de alimentos devem ser cumpridas. Como os vírus são sensíveis ao calor, o risco de infecção também pode ser reduzido com o aquecimento dos alimentos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) insiste que para reduzir as chances de ser infectado ou espalhar o COVID-19 precauções simples como as seguintes devem ser tomadas:
· Limpe regular e cuidadosamente as mãos, lavando-as com água e sabão ou esfregando-as com álcool 70%. Porque desta maneira, se suas mãos estiverem infectadas você matará o vírus.
· Mantenha pelo menos 1 metro de distância de qualquer pessoa, especialmente se ela estiver tossindo ou espirrando.
· Evite tocar olhos, boca e nariz. Pois, se porventura suas mãos estiverem infectadas, por terem tocado alguma superfície contaminada, você impedirá a entrada do vírus no seu organismo pelas mucosas e não ficará doente.
Protejam-se!
Texto adaptado de https://seafoodsafetycovid19.wordpress.com/, por Rúbia Yuri Tomita - Pesquisadora Científica da Unidade Laboratorial de Referência em Tecnologia do Pescado, Instituto de Pesca – APTA – Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo