A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo disponibiliza 23 cavalos para serem utilizados no policiamento montado no Estado de São Paulo. Os animais, da raça Brasileiro de Hipismo, foram entregues para o Regimento de Polícia Montada “9 de Julho”. O secretário de Agricultura, Gustavo Junqueira, visitou hoje, 25/5, os animais no Regimento, na capital paulista, acompanhado pelo secretário de Segurança Pública, General João Camilo Pires de Campos.
A disponibilização dos cavalos é fruto de uma parceria de mais de 40 anos da APTA Regional de Colina, uma das unidades de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), e a Polícia Militar. Anualmente, a APTA faz a entrega de animais para o Regimento, que é responsável pela doma e iniciação dos animais nas ações da Polícia Militar em todo o Estado de São Paulo. De acordo com dados da cavalaria, dos 518 cavalos da corporação, 42%, ou seja, 219 animais, são oriundos da APTA, da Secretaria de Agricultura.
Segundo o tenente do Regimento de Polícia Montada “9 de Julho”, Jefferson Hideki Ishii, os animais disponibilizados pela APTA possuem porte físico, força, docilidade e coragem, características fundamentais para o trabalho de policiamento. “O porte físico dos animais, por si só, muitas vezes evita que ocorram conflitos. A força permite que eles consigam realizar o policiamento montado. A docilidade e a coragem são outras características importantes, pois possibilitam que os cavalos mantenham a calma e, ao mesmo tempo, estejam prontos a receber os comandos de ação de seus cavaleiros”, explica.
Essas características são alcançadas por meio de trabalho conjunto entre a APTA e a Polícia Militar, que disponibiliza dados de rendimento e característica dos animais para a realização dos cruzamentos. “Dessa forma, conseguimos focar o cruzamento dos cavalos para as atividades de policiamento. Temos hoje um programa de melhoramento genético de equinos para este fim. Praticamente 100% dos animais disponibilizados pela APTA são considerados como adequados pela Polícia, ou seja, não temos rejeição”, afirma o pesquisador e diretor da APTA Regional de Colina, Flávio Dutra de Resende. A “safra” de cavalos para 2022 e 2023 já está em criação na Agência, que disponibiliza de 20 a 30 animais por ano para a Polícia Militar.
Para o secretário Gustavo Junqueira, o trabalho mostra a importância da integração entre os órgãos do Governo do Estado de São Paulo, em benefício da sociedade. “Selecionamos os melhores animais para a Polícia Militar fazer um trabalho essencial para a população, que é a segurança pública. É o trabalho conjunto do agro, da ciência e da segurança em prol da população paulista”, afirma Junqueira, que participou da seleção dos animais em Colina.
Docilidade e força
Após o nascimento e desmame dos animais, são realizados o trabalho relacionado ao comportamento e a adoção de técnicas de manejo, que estimulam a docilidade desses potros desde cedo. Segundo a pesquisadora da APTA Regional de Colina, Anita Schmidek, os cavalos são animais “assustados”, que veem o homem como um predador; por isso, a importância do desenvolvimento de trabalhos para a interação de ambos.
“Gradativamente, junto com profissionais da Polícia Militar que ficam na nossa fazenda, vamos interagindo com esses equinos, para que eles tenham confiança em nós e em outras pessoas. Essa interação facilita muito o trabalho posterior que realizamos de doma e treinamento”, diz Hideki.
Quando chegam à Cavalaria, na capital paulista, os cavalos recebem treinamento dos policiais por seis meses, aproximadamente, até estarem prontos para iniciar os trabalhos nas ruas de todo o Estado de São Paulo.
Equoterapia e desempenho esportivo
Além das ações de policiamento, os animais são usados em serviço social pela Polícia Militar, na área de equoterapia, um método terapêutico que usa cavalo para estimular o desenvolvimento neuropsicomotor de pessoas portadoras de algum tipo de deficiência neurológica, física, cognitiva ou comportamental.
Na área esportiva, os cavalos da raça Brasileiro de Hipismo produzidos pela APTA também são utilizados em competições de salto, adestramento e Concurso Completo de Equitação (CCE). “O desporto no Regimento de Polícia Montada “9 de Julho” é praticado com o intuito de trazer uma melhor simbiose entre policial e cavalo, para que o serviço à sociedade paulista seja prestado com maior eficiência e eficácia”, explica Hideki.
Entrega dos cavalos
Além do Secretário de Agricultura e do Secretário de Segurança Pública, participaram da solenidade de entrega dos cavalos ao Regimento da Polícia Montada “9 de Julho”, Cel. PM Marcus Vinicius Valerio, subcomandante da PM; Cel Rogério Silva Pedro, Coordenador Operacional da PM; Cel PM Ronaldo Miguel Vieira, Comandante do Policiamento de Choque; e Maj PM Carlos Eduardo de Lima, Comandante Interino do Regimento de Polícia Montada ”9 de Julho”.