Apesar da queda no número de carteiras assinadas, reflexo da crise política e econômica vivenciada no Brasil nos últimos anos, o setor agropecuário foi o único a registrar um aumento de 0,9% na geração de novos postos de trabalho formais em 2015, conclui o estudo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do seu Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA).
Com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2015, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego no último mês de setembro, dos 48,1 milhões de postos de trabalho criados naquele ano, a agropecuária brasileira foi responsável pela geração de 1,5 milhão de vagas.
No Estado de São Paulo, enquanto os demais setores econômicos tiveram queda de 2,9% na criação de empregos formais, o setor agropecuário registrou um crescimento de 2,5% nos postos de trabalho com carteira assinada. O Estado conta com 329 mil empregos agropecuários, representando cerca de 21,8% do total de empregos no segmento em todo o País.
De acordo com o estudo, a representatividade do setor na geração de empregos com carteira assinada, que hoje equivale a 3,1% dos empregos formais, poderia ser ainda maior não fosse a informalidade no trabalho assalariado rural e a alta ocupação de mão-de-obra familiar.
“Ao considerar outros agentes econômicos das cadeias produtivas que envolvem usinas e destilarias, fabricação de sucos e de produtos alimentícios, esse número chega a ser três vezes maior no Estado de São Paulo”, ressalta o pesquisador da Secretaria que atua no IEA, Carlos Eduardo Fredo, um dos responsáveis pelo estudo.
Entre as principais atividades que geram empregos formais no segmento agropecuário paulista, destacam-se o cultivo de cana-de-açúcar (21,3%) e de laranja (14,3%), criação de bovinos (13,8%), atividades de apoio à agricultura (10,4%), criação de aves (7,2%) e cultivo de café (4,2%) que chegam a representar 71% dos empregos formais no setor.
Importante setor para a ocupação de mão-de-obra em todas as regiões administrativas paulistas, a agropecuária gerou mais empregos com carteira assinada nas regiões de Sorocaba (18,9%), Campinas (18,3%) e São José do Rio Preto (9,2%).
A íntegra do estudo está disponível para consulta no site do IEA.
“O levantamento realizado pelo IEA reforça o fato de que o setor agropecuário realmente tem feito a diferença e salvado o País no atual cenário de crise. Não fosse a agricultura, o desempenho do comércio e da indústria teriam ocasionado queda ainda maiores no PIB do País. O trabalho no campo tem contribuído para gerar emprego e renda à população”, afirma o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado, Arnaldo Jardim.
“Estamos seguindo as determinações do governador Geraldo Alckmin de apoiar o produtor, especialmente o pequeno e o agricultor familiar, para impulsionar ainda mais a economia brasileira e a posição do País como provedor de alimento de qualidade para o mundo”, finaliza o titular da Pasta Estadual.
Por Paloma Minke