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Uso de capins da rodovia na dieta animal não é recomendado, alerta APTA

A alimentação dos animais deve ser uma preocupação dos pecuaristas durante todo o ano. Mas no inverno, o planejamento deve ser ainda melhor para garantir o bem-estar animal e a sustentabilidade econômica da propriedade. O problema é quando esse planejamento não ocorre e o produtor passa a utilizar o chamado “capim BR”, que nasce à margem das rodovias, para a alimentação do rebanho. A prática, além de perigosa, não garante alimento de qualidade aos animais, influenciando na perda de produtividade da fazenda, de acordo com pesquisadores da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
A pesquisadora do Polo Regional de Assis da Apta, Márcia Marise de Freitas Cação, conta que o corte do capim da beira das rodovias é uma prática muito comum, apesar de não ser recomendada. A colheita do capim destina-se à alimentação animal, principalmente em pequenas propriedades de criação de vacas leiteiras. “No inverno, percebemos um aumento significativo dessa prática. É muito comum vermos produtores cortando o capim nas rodovias e os transportando em carroças, caminhonetes e até mesmo na garupa das bicicletas”, contou.
Apesar de, aparentemente, ser um bom negócio, já que o capim está disponível em abundância e de graça, existe uma variação em termos de nutrientes, principalmente de fibra e proteínas, variando também o teor de água, o que afeta o rendimento em volume e a quantidade da matéria seca que o animal ingerirá. “Geralmente, esses capins não são adubados, não são melhorados geneticamente e pertencem a espécies nativas de baixo valor nutritivo, ou ainda misturadas a outras plantas não forrageiras que podem ser tóxicas aos animais”, afirmou Márcia.
Outro problema está no risco de acidentes com o transporte realizado, muitas vezes, de forma inadequada, perigosa para a segurança do condutor e de outros usuários que transitam pela rodovia. “Além disso, há o risco de se utilizar material forrageiro contaminado com poluentes, emitidos pelos veículos movidos a diesel, gasolina ou mesmo etanol que passam pelas estradas. As plantas que nascem paralelas às rodovias são, geralmente, contaminadas”, explicou a pesquisadora.
Planejamento
De acordo com Márcia, o melhor negócio é mesmo o planejamento da alimentação dos animais anualmente, seja no verão ou no inverno. “Somente assim poderemos saber se as exigências dos animais estão sendo atendidas, se estamos atingindo o potencial produtivo do rebanho e se os custos da alimentação estão compatíveis com a produção”, explica.
Para a alimentação animal, o produtor pode fazer uso das gramíneas para corte, como os capins do gênero Pennisetum (capim napier ou capim elefante), parte aérea de mandioca, cana forrageira, milho e sorgo para ensilagem. “A escolha deve levar em consideração a região onde se situa a propriedade em função das características de clima e solo. Também é necessário analisar o rebanho a ser alimentado, em particular, a finalidade de criação, a produção esperada, a genética dos animais e sua exigência em nutrientes, além da disponibilidade de maquinário adequado e mão de obra existente”, afirma a pesquisadora da APTA.
O programa de boas práticas de produção elaborado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) recomenda garantir o fornecimento de alimentos e água em quantidade suficiente para todos os animais diariamente, planejar com antecedência a alimentação para garantir as necessidades de alimento e água do rebanho sejam atendidas, implementar práticas sustentáveis na produção de forragem, ajustar as taxas de lotação e/ou suplementação alimentar para garantir adequado fornecimento de água, alimentos e forragem e proteger os animais de plantas tóxicas e outras substâncias prejudiciais à saúde de forma a mantê-los produtivos e sadios.
Por Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – APTA
19 2137-8933

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