Uso de resíduo industrial de macroalgas como matriz energética Glicose
O Instituto de Pesca (IP-APTA) e a
Universidade Estadual Paulista "Júlio de
Mesquita Filho" (Unesp)
desenvolveram tecnologia inédita para a obtenção de
um hidrolisado de glicose por meio do processamento
industrial de macroalgas marinhas.
Além de diminuir os resíduos na indústria de processamento de
algas marinhas, a tecnologia permite a produção de uma
matriz energética passível de uso na
fabricação de biocombustível, biofármacos, enzimas,
antibióticos e alimentos.
A pesquisadora do Instituto de Pesca,
Valéria Cress Gelli, explica que as
macroalgas marinhas Kappaphycus alvarezii são processadas para a
extração da substância conhecida como
carragenana, ficocolóide muito utilizado como
matéria-prima de espessante e estabilizante nas
indústrias de diversos segmentos como
alimentos, cosméticos e fármacos. "A hidrólise de glucana em
glicose produzido a partir do resíduo do processamento da
carragenana de algas marinhas é mais
uma alternativa de matriz energética associada à
produção de biocombustíveis e de produtos químicos, por
meio de fontes renováveis", afirma a
pesquisadora do IP.
Além de permitir a obtenção de um hidrolisado rico em glicose a partir do "bagaço" do processamento da macroalga, a tecnologia traz a vantagem de
proporcionar uma da taxa de conversão da glucana em glicose de 100%, o que permite a redução de uma etapa para a produção de biocombustível. "A taxa média de conversão da cana-de-açúcar é de 20%, quando não há nenhum tipo de tratamento prévio. Essa caraterística é mais uma vantagem ao uso do macroalga", explica Fernando Masarin, pesquisador da Unesp.
Data de publicação:19-09-2017