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Instituto de Pesca colabora com pesquisas para identificação e monitoramento de marlim-azul

O Instituto de Pesca (IP-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, participou do 30º Torneio Cabo Frio Marlim Invitational, representado pelo pesquisador científico do IP, professor Alberto Amorim, especialista em biologia pesqueira de peixes pelágicos (atuns, espadarte, agulhões, tubarões e outros). A competição visa capturar, registrar e soltar a maior quantidade de uma das espécies mais difíceis de avistar no oceano: o marlim-azul.

Em parceria com o Iate Clube do Rio de Janeiro (ICRJ) e a Universidade Veiga de Almeida (UVA) de Cabo Frio, o Projeto Marlim, coordenado por Amorim e Eduardo Pimenta, professor da UVA, contribuiu para as pesquisas de identificação e monitoramento da espécie marlim-azul em alto mar.

De acordo com o pesquisador os resultados obtidos na pesquisa com a pesca esportiva, “propiciaram à Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico-ICCAT, boas séries de dados de captura, de vários anos, com datas, locais e correta identificação de peixes-de-bico, proporcionando a verificação dos estoques dessas espécies no Atlântico Sul Ocidental”, diz.

Os iates clubes brasileiros, de Natal, Recife, Salvador, Vitória, Rio de Janeiro, Ilhabela e Florianópolis repassam todos os dados de captura e número de lanchas, por espécie e data, de seus torneios de pesca. Unindo assim, a pesquisa ao esporte.

Como essas espécies, marlim-azul (agulhão-negro), marlim-branco (agulhão-branco), marlim-polegar (agulhão-polegar), spearfish (agulhão-estilete), sailfish (agulhão-vela) e swordfish (espadarte), estão muito distantes da costa, tornando difícil seu encontro e captura, a pesquisa não poderia ser feita, mesmo com recursos das agências financiadoras.

“Mesmo recebendo recursos, não temos barco, tripulação, conhecimento das técnicas da pescaria e nem um sofisticado equipamento de pesca, necessários para a colocação das marcas eletrônicas para rastrear os peixes e desenvolver essa pesquisa” explica Amorim.

Ele ainda afirma que a parceria com a pesca esportiva dos iates clubes foi fundamental para a coleta e o encontro de larvas dessas espécies, bem como para a colocação de marcas eletrônicas tipo pop-up; que se soltam sozinhas, após o armazenamento de dados, e flutuam até a superfície onde enviam as informações ao satélite do sistema ARGOS.

Os resultados das mais recentes descobertas da pesquisa, referentes à migração dos peixes-de-bico obtidas pelas marcas eletrônicas e estudo de larvas, estão na segunda edição do livro Peixes-de-bico do Atlântico, que será lançado dia 18 de março de 2023 no ICRJ, no evento comemorativo da finalização anual da temporada de pesca esportiva do Iate Clube.

O desafiador rei dos mares

Dotado de um azul inconfundível em sua parte superior, uma cor prata reluzente na inferior e uma mandíbula semelhante a uma lança, o marlim-azul (Makaira nigricans) é considerado o rei dos mares e da pesca oceânica.

É o maior peixe-de-bico do mundo e o que gera maior dificuldade para ser pescado, devido à sua agilidade de movimentos e força. São precisos muitos equipamentos específicos e embarcações de bom porte para se praticar a captura dessa espécie, que chega a 5 metros de comprimento, pesando entre 150 a 600kg e tendo como alimento preferido o atum, o bonito e o dourado.

Sua fama ultrapassou as águas oceânicas, chegando à telona, onde foi protagonista de uma das cenas mais marcantes do filme O velho e o mar, que tem como fonte de inspiração o livro de mesmo nome do famoso escritor americano Ernest Hemingway.

Sonho realizado

Pescar um marlim-azul tem sido o sonho de muitos pescadores esportivos. E o brasileiro Paulo Amorim conseguiu realizá-lo, sendo o recordista mundial por ter capturado em Vitória (ES), em 1992, um exemplar de 4,62m de comprimento, 2,48m de diâmetro e 636kg; após um duelo que durou mais de 1 hora.

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