O grupo técnico da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que cuida da ferrugem alaranjada da cana, se reuniu nesta quarta-feira (13/01) para avaliar e apresentar as ações realizadas na coleta de dados e análise de resultados, em Ribeirão Preto. Presentes pesquisadores do Centro Cana do Instituto Agronômico (IAC-APTA) e do Instituto Biológico (IB-APTA) e técnicos da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA).
Na primeira semana de dezembro, técnicos do setor privado apontaram a suspeita de ocorrência da doença "ferrugem alaranjada da cana-de-açúcar" em canaviais próximos de Ribeirão Preto. A informação foi levada à Secretaria de Defesa Agropecuária do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) que acionou a Coordenadoria de Defesa Agropecuária de São Paulo.
Segundo relatos do pesquisador Marcos Landell, as inspeções realizadas por equipes de técnicos até o momento, permitem inferir que no universo de variedades cultivadas em São Paulo, pequeno percentual tem apresentado susceptibilidade a nova doença até o momento, o que faz prever um impacto econômico de relativa importância.
No último mês, este grupo de técnicos, ligados à Comissão Técnica da Cana do Estado de São Paulo da Secretaria, vem realizando uma série de ações para mapear a abrangência da praga e a intensidade com que ela se dá nas diversas regiões de São Paulo. Para tanto, previamente, identificou-se três variedades comerciais com susceptibilidade a ferrugem alaranjada, causada pelo fungo Puccinia kuenii.
No momento, o levantamento concentra-se nestas regiões com o objetivo de determinar a dispersão da praga. Além da região de Araraquara, identificou-se o fungo em Ribeirão Preto e Jaboticabal. A CDA tem levantado outras regiões como Araçatuba, Orlândia, Jaú, Bauru, Andradina, Catanduva, São José de Rio Preto, Barretos e Lins. No entanto, até o momento, não foi identificado o fungo nas amostras encaminhadas ao Instituto Biológico.
“Nosso levantamento é importante para apontar a ocorrência da doença e em quais variedades. Isto subsidiará a nossa área de pesquisa na procura das variedades mais resistentes”, afirma Claudio Alvarenga, coordenador da CDA.
Sobre a doença
A ferrugem alaranjada existe na Ásia e Austrália desde o século XIX. Em 2007, foi encontrada em canaviais dos Estados Unidos e depois, em vários outros países da América Central. Provavelmente foi nesta região que se originou a praga trazida por correntes de ventos.
Quanto às medidas fitossanitárias, se restringem ao uso de variedades resistentes que é mais eficiente e barato. O Brasil tem esta tecnologia de forma abundante, pois nos últimos dez anos os programas brasileiros liberaram aproximadamente 80 novas cultivares.
Segundo Landell, a situação do Brasil é diferente da Austrália que em 2000, quando a ferrugem alaranjada se manifestou de maneira danosa, tinha 86% da área de Queensland (sua principal área produtiva) ocupada com uma única variedade, a qual se mostrou extremamente susceptível à doença. No ano posterior, houve uma queda de aproximadamente 40% de produtividade nesta região. “Não acreditamos que isto ocorra no Brasil, pois temos importantes e ativos programas de melhoramento de cana-de-açúcar”, afirma ele.
PRODUÇÃO – O estado de São Paulo é o maior produtor de cana, açúcar e álcool do país, respondendo por quase 60% da produção brasileira, com cerca de 5 milhões de hectares cultivados. Na última safra, em torno de 400 milhões de toneladas de cana foram produzidas. È o primeiro item na nossa pauta de exportações do agronegócio, contabilizando mais de US$ 5 bilhões em divisas para o Estado.
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