O 1º Corredor Verde para Polinizadores foi instalado em São Paulo, no último domingo, 28 de maio, envolvendo o poder público e a população em torno da educação ambiental. A iniciativa do Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento paulista, é um espaço de 450 metros, localizado nas calçadas entre a Rua Dante Pazzanese e Avenida Ibirapuera, na Vila Mariana, onde serão plantadas 40 árvores e mais de 3 mil espécies de mudas herbáceas. O secretário Arnaldo Jardim abriu o plantio destacando a importância da natureza para a produção de alimentos.
A ação foi implementada de forma coletiva pelo Cades/Agenda 2030 Vila Mariana e pela Prefeitura Regional de Vila Mariana, em parceria com a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, Prefeitura Regional da Lapa.
O evento marcou o início da Semana Internacional do Meio Ambiente, que tem como objetivo a conscientização e a preservação ambientais. “Uma congregação formidável de esforços da comunidade e de diversas entidades possibilitou a criação deste corredor verde para propiciar uma situação mais agradável no espaço urbano, com a garantia da biodiversidade e de agentes polinizadores – nossa torcida e nosso empenho estão direcionados para multiplicar este bom exemplo em outros locais e municípios do Estado de São Paulo”, afirmou Arnaldo Jardim.
De acordo com Antonio Batista Filho, diretor-geral do IB, a ação é essencial para criar uma conexão entre os bosques, maciços e florestas já existentes, com o plantio do pau cigarra, bracatinga, carvalho brasileiro e embiruçu. “Vamos enriquecer a vegetação para ampliar a biodiversidade, como forma de atrair os insetos polinizadores”, disse. “Começamos bem as comemorações dos 90 anos de IB com esta iniciativa e a presença de cerca de 400 pessoas na 12ª edição do Sabor da Colheita, no Dia Nacional do Café”, comemorou Batista.
O prefeito regional de Vila Mariana, Benê Mascarenhas, também elogiou os esforços das famílias e entidades que aderiram à iniciativa. “Houve uma participação gigantesca de nossa comunidade, por meio do trabalho voluntário que engrandeceu ainda mais a nossa região, transformando a cidade e deixando São Paulo cada vez mais linda”, enfatizou.
Também participou o prefeito regional da Lapa, Carlos Fernandes, que destacou a importância do trabalho conjunto. “Contribuímos com este plantio trazendo nossa compostagem de feiras para a preservação e multiplicação de agentes polinizadores como as abelhas, muito importantes para uma cidade melhor”, afirmou.
Para Eduardo Jorge, médico sanitarista e também morador da Vila Mariana, agricultura, saúde e meio ambiente são políticas públicas que têm muito em comum. “A iniciativa integra a cidade e a área rural, demonstrando seu valor prático, na melhoria da polinização, e um grande sentido simbólico, na criação de um envolvimento entre as pessoas e a natureza”, afirmou. “Um trabalho muito bonito que será benéfico para todo o Estado de São Paulo”, confirmou Walter Taverna, presidente da República de Vila Mariana.
De acordo com Denis Lima, biólogo botânico da Secretaria do Meio Ambiente de Sorocaba, o exemplo será multiplicado na região dele. “Conheci esta iniciativa genial e fiquei encantado com a interação de pessoas de todos os lugares, diversas faixas etárias e perfis. Sensacional!”, exclamou. O apoiador voluntário Alexandre Chult concordou com a posição do botânico. “Unir a população fazendo um mutirão para trazer vida em conjunto, quando quem sabe mais ensina o próximo, é uma linda experiência. No dia em que o corredor ficar pronto e estas pessoas passarem novamente por aqui vão pensar: ‘eu fiz parte e vou cuidar’”, disse.
Espécies e agentes polinizadores
A ideia do 1º Corredor Verde para Polinizadores trouxe para a agenda da população urbana o debate sobre a importância dos insetos polinizadores para a produção de alimentos. As abelhas, por exemplo, além de gerarem produtos como mel, pólen, própolis, geleia real e cera, são consideradas os principais agentes polinizadores em ambientes naturais e agrícolas. Cerca de 30% a 40% da produção mundial de alimentos necessitam de polinização.
Para isso, foram escolhidas espécies de atratividade para abelhas, e também borboletas e outros insetos. “Foi feita uma seleção criteriosa que levou em conta o tamanho das copas e das raízes – por serem plantadas nas calçadas próximas de vias e fiação elétrica – e a viabilidade da conservação e manutenção”, explicou Sérgio Shigeeda, integrante do Cades/Agenda 2030 Vila Mariana.
De acordo com Harumi Hojo, pesquisadora do IB, o trabalho teve início no jardim do Museu do Biológico, com quatro espécies de abelhas nativas sem ferrão: Jataí, Iraí, Mandaçaia e Uruçu-Amarela. “Toda a comunidade merecia participar deste projeto em harmonia com o trabalho que desenvolvemos em nosso museu, presenteamos, então, a população com este 1º Corredor de Polinizadores, nas comemorações do aniversário de 90 anos do IB e na Semana do Meio Ambiente”, completou.
Por Beatriz Pinheiro
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Assessoria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo