Pesquisa desenvolvida pelo Polo Regional de Bauru, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, mostrou o tipo de embalagem ideal para armazenamento de vagem minimamente processada. O trabalho revela que a embalagem com filme Xtend com micro perfuração a laser é a mais indicada para a conservação desse produto hortícola. O estudo da APTA contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Para o desenvolvimento do trabalho científico, a pesquisadora da APTA, Maria Cecília de Arruda Palharini, avaliou seis tipos de embalagens em diferentes espessuras e tamanhos. O estudo mostrou que a mais indicada para o armazenamento das vagens minimamente processadas seria a com filme Xtend com micro perfuração a laser, por retardar o escurecimento da superfície de corte e a proliferação bacteriana.
O produto acondicionado nesta embalagem, mantendo a relação área da embalagem/massa do produto igual a 3 tem vida útil de sete dias, a 5ºC. As vagens acondicionadas em bandeja rígida de polipropileno com tampa de encaixe do mesmo material tiveram quatro dias de vida útil, a 5ºC. Os outros quatro tipos de embalagens testadas não são recomendados para o armazenamento. São elas: bandeja de poliestireno expandido envolta por filme de policloreto de vinila esticável, saco de polietileno de baixa densidade, saco de polipropileno e saco de filme laminado de polipropileno biorientado e polietileno de baixa densidade.
“Todas as embalagens usadas no estudo são bastante utilizadas no mercado, exceto a com filme Xtend com micro perfuração a laser – a mais indicada. Como nessa embalagem é usado um filme especial, ela tem maior custo. Este filme, porém, é específico para produtos que respiram muito como a vagem”, explica Maria Cecília.
A vagem minimamente processada é um produto prático, pronto para o preparo culinário. Segundo a pesquisadora, a vagem minimamente processada apresenta elevada atividade respiratória, e dessa forma, fluxograma de preparo inadequado, oscilações de temperatura na cadeia de frio e uso incorreto de embalagem comprometem muito sua qualidade.
“Os processadores devem ficar atentos e seguir rigorosamente todas as recomendações que constam na Resolução SAA-42, de 2009, e consultar a portaria CVS 5, de 2013, para oferecer um produto de qualidade ao consumidor. As recomendações devem ser seguidas para todos os produtos, porém, aqueles com maior atividade respiratória requerem mais atenção”, afirma.
A pesquisadora da APTA explica que os fatores mais importantes para a escolha da embalagem são respiração do vegetal e temperatura de armazenamento. Para produtos que respiram pouco, podemos utilizar embalagens com menor permeabilidade. “Vale lembrar que o aumento da respiração do produto com o aumento da temperatura não é acompanhado proporcionalmente pela maior permeabilidade da embalagem. Há um filme ideal para cada temperatura e a fermentação do produto pode ocorrer quando o mesmo é exposto em temperaturas elevadas durante o armazenamento e distribuição”, explica.
“Esse trabalho é importante para a conservação do produto. As pesquisas desenvolvidas por nossas instituições buscam desenvolver tecnologias para a produção e também da ‘porteira para fora’ da propriedade, uma recomendação do governador Geraldo Alckmin”, afirma Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Por Fernanda Domiciano
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