As atividades mais prejudicadas pelo excesso de chuvas, que ocorrem desde dezembro passado no Estado de São Paulo, são as de produção de hortaliças folhosas e de leite, produtos altamente perecíveis. Além disso, as chuvas excessivas favorecem as doenças fúngicas e bacterianas, prejudicando o processo de colheita e a qualidade de muitos produtos. É o que mostra estudo que acaba de ser divulgado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
As chuvas estão causando estragos devido à erosão que destruiu caminhos internos nas propriedades, arrancou pontes e tornou intransitáveis muitas estradas vicinais e até mesmo estradas asfaltadas, dizem os pesquisadores Sérgio Torquato, Alfredo Tsunechiro, Sônia Martins, Celso Vegro, Priscilla Rocha, Maria Célia Martins, Katia Nachiluk e Maximiliano Miura.
Nos cafezais, encontram-se, atualmente, desde chumbinhos até café já granado. “O maior risco que pode ocorrer não se refere propriamente à quantidade produzida, mas sim ao comprometimento da qualidade dos grãos, seja pela falta de uniformidade da maturação ou dificuldades na colheita e secagem.”
Entre os grãos, observam os técnicos, os maiores danos recaem sobre o amendoim e o feijão, leguminosas de ciclo curto e muito sensíveis às adversidades climáticas. No caso do amendoim, se as chuvas persistirem até a colheita da maior parte das lavouras em curso, os danos não serão apenas quantitativos. Isto porque, mesmo quando não inviabilizam a colheita, as chuvas podem causar danos qualitativos, com a forte ocorrência da aflatoxina que deprecia acentuadamente o produto.
Quanto ao feijão, é difícil mensurar o estrago na cultura, devido à diversidade das regiões do Estado. Mas existem informações de perdas da ordem de 30% a 50% na produção das regiões de Avaré e Itapeva, as maiores produtoras. Já as informações preliminares sobre perdas em milho e soja variam de 10% a 20%, números passíveis de retificação dada a possibilidade de alguma recuperação do estado vegetativo ou de maturação, principalmente da soja.
Entre as frutas, embora não haja maiores perdas na produção de citros, o custo de manutenção dos pomares deve aumentar devido à maior incidência de doenças e pragas favorecidas pelo excesso de umidade, além de dificuldades na colheita e transporte, diz o trabalho do IEA. “De modo geral, como as frutas muitas vezes não estão alcançando os padrões exigidos pelo controle de qualidade do varejo, boa parte delas tem sido descartada já no campo, ocasionando perdas aos produtores.”
Em relação à cana, os técnicos afirmam que “as chuvas ocasionaram problemas pontuais na colheita, o que de fato já ocorreu e, de certa forma, foi resolvido com a competência na gestão das usinas em reorganizar o cronograma de colheita e, assim, mitigar ao máximo os efeitos das precipitações pluviais”.
Na pecuária, as chuvas são favoráveis ao bom desenvolvimento das pastagens, mas estão causando estragos nas estradas internas das fazendas e nas vicinais, prejudicando ou mesmo inviabilizando o transporte do leite e dos animais em ponto de abate.
Por fim, o estudo aponta que as olerícolas são “a atividade que mais perdas teve no decorrer do período chuvoso, por contemplar culturas com grande senbilidade às chuvas. As culturas de tomate, cebola, folhosas e outras olerícolas apresentaram perdas significativas, sendo que elas chegaram a cerca de 40% da produção em algumas regiões, principalmente nos cultivos que não possuem ambiente protegido. Isto tem sido evidenciado no mercado em todos os equipamentos, com registros de altas de preços, queda na qualidade dos produtos e até ausência de alguns itens”.
Link: íntegra do artigo “Chuvas e as possíveis perdas na agropecuária paulista, safra 2009/10”
Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
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