Safra verão - chegou a hora do milho
Data da postagem: 19 Outubro 2006
Cultivado em todo o Brasil, é usado tanto diretamente como alimento, quanto para usos alternativos. A maior parte de sua produção é utilizada na alimentação animal e, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no Brasil apenas 5% do milho produzido se destina ao consumo humano, e mesmo assim, de maneira indireta na composição de outros produtos.
Os Estados líderes na produção de milho são São Paulo e Paraná. Apesar de Mato Grosso do Sul estar, cada vez mais, procurando opções de culturas para melhorar seu sistema agrícola de produção, o milho ainda é pouco cultivado na safra de verão atingindo pouco mais de 100 mil ha ano no estado, tendo no município de Chapadão do Sul o maior produtor de MS, revela o pesquisador de Socioeconomia da Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS, Alceu Richetti.
Richetti apresentou esta semana as estimativas dos custos de produção fixo, variável e total da cultura do milho para a safra 2006/07, tomando como base a média dos sistemas de produção predominantes entre produtores de portes variados dos municípios de Dourados e Chapadão do Sul.
Para o levantamento foram considerados dois sistemas de produção, um no Sistema Convencional (SC) que utiliza o preparo do solo e outro no Sistema Plantio Direto (SPD) que se caracteriza pela semeadura direta sobre palha da cultura anterior, sem revolvimento do solo. Com base nesses sistemas, o produtor pode obter produtividades iguais ou superiores àquelas consideradas nos custos de produção, desde que utilize a tecnologia expressa pelos sistemas refletidos nos itens de custos, explica Alceu.
O pesquisador também esclarece que deve-se considerar que cada propriedade apresenta particularidades quanto à topografia, condições físicas e de fertilidade dos solos, tipos de máquinas, área plantada, nível tecnológico e, até mesmo, aspectos administrativos, o que as tornam diferenciadas quanto à estrutura e valores dos custos de produção. Portanto, os custos poderão ser diferentes e, o ponto de equilíbrio e a produtividade de cobertura podem variar em função de alterações no custo de produção ou no preço do produto, ocasionando maior ou menor lucratividade.
Sistema convencional - em Dourados, a estimativa, por hectare, da cultura do milho, é de R$ 1.276,10. O custo fixo representa 20,8% do custo total; as despesas com insumos, 50,0%; as operações agrícolas, 13,9% e outros custos, 15,3%.
Já em Chapadão do Sul, a estimativa é de R$ 1.439,53. O custo fixo é 17,1% do custo total; as despesas com insumos, 55,5%; as operações agrícolas, 10,5% e outros custos, 16,9%.
Considerando-se a produtividade de 120 sc ha-1 que pode ser obtida em Dourados e 140 sc ha-1 em Chapadão do Sul, o custo total médio por saca de 60 kg é de R$10,63 e R$10,28, respectivamente, afirma o pesquisador da Embrapa.
Sistema plantio direto o custo para Dourados do milho 1ª safra é de R$ 1.215,63. O custo fixo representa 19,3% do custo total; as despesas com insumos, 55,4%; as operações agrícolas, 9,2% e outros custos, 16,1%.
Em Chapadão do Sul, a estimativa por hectare é de R$ 1.398,87. O custo fixo representa 15,8%; as despesas com insumos, 60,5%; as operações agrícolas, 7,2% e outros custos, 16,5% do total. Nos dois sistemas, os itens que mais oneram são os fertilizantes, a semente, o transporte externo e os herbicidas.
Segundo Richetti, para uma produtividade de 120 sc ha-1 que pode ser obtida em Dourados e 130 sc ha-1 em Chapadão do Sul, o custo total médio por saca de 60 kg é de R$10,13 e R$ 10,45, respectivamente.
Com relação à safra anterior, as estimativas tiveram uma queda de 11% em média, seja no sistema convencional ou plantio direto. Isso deve-se a redução nos preços dos insumos agrícolas, observa o socioeconomista.
Sementes - para a safra 2006/2007, das 275 cultivares de milho que estão sendo comercializadas, 32 são da Embrapa. De acordo com o pesquisador José Carlos Cruz, da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas - MG), investimento em tecnologia por parte dos produtores e a grande oferta de cultivares, do lado das empresas, são aspectos que têm demonstrado a dinâmica dos programas de melhoramento.
Ele elucida que uma importante característica a ser observada ao se plantar uma cultivar é a densidade de plantio, que, quando inadequada, pode ser razão de insucesso da lavoura. A maioria das empresas já estão recomendando densidades de plantio em função da região, da altitude e da época de plantio. Além disso, já existem outras recomendando a densidade em função do espaçamento, o que representa uma evolução. (fonte: Agora MS)