Um estudo realizado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Zootecnia mostra que o feno é uma boa opção para a alimentação de animais em períodos de escassez de forragens.
O pesquisador da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Evaldo Ferrari Junior, que atua no IZ, explica que a técnica da fenação é uma alternativa para aproveitar o excedente produzido nos períodos de maior desenvolvimento, assim como utilizar áreas específicas para a produção do feno.
Conforme orienta o pesquisador, para evitar perdas na quantidade e na qualidade da forragem, é necessário executar corretamente uma sequência de atividades do processo de fenação como o corte, a desidratação, o enfardamento e o armazenamento. “Embora muito se tenha evoluído no que diz respeito às técnicas de produção de feno, em termos gerais, a qualidade ainda é baixa, principalmente pelo fato do corte das forrageiras ocorrer em idade muito avançada”, afirmou, ressaltando que cada espécie possui características próprias que interferem no processo de fenação, com impacto direto na qualidade do produto.
Desta forma, observou o pesquisador, a avaliação do potencial forrageiro de gramíneas para fenação deve levar em conta não somente a produção de matéria seca como também outros fatores que podem afetar o valor nutritivo do feno, tais como a desidratação rápida após o corte, porcentagem de folha e colmo, recuperação a cortes frequentes, adubação de reposição e composição bromatológica. “A escolha da idade de corte é muito importante, pois se a forragem for cortada no estado vegetativo, obtém-se menor rendimento quando comparada ao corte em idades mais avançadas, as quais apresentam maior produção aliada a um marcado decréscimo na qualidade”.
Para a produção de um feno de elevado valor nutritivo, é necessário atentar-se para a idade da forrageira no momento do corte, que deverá ser de seis a nove semanas, para proporcionar um teor médio de 8% a 12% de proteína bruta e 55% a 60% de digestibilidade, dependendo das circunstâncias de seu preparo.
A importância da transferência de tecnologia como forma de aumentar produtividade e gerar renda ao produtor rural é defendida pelo secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, atendendo as diretrizes do governador Geraldo Alckmin. “A cada pesquisa que a Secretaria, por meio dos seus Institutos, a agricultura e pecuária paulista evolui, pois cada trabalho, colocando o Estado de São Paulo na vanguarda do conhecimento e inovação”, disse.
Constituição química das forrageiras
Ainda de acordo com o pesquisador do Instituto de Zootecnia, é importante levar em consideração a constituição química das forrageiras, que está agrupada em duas grandes frações: os componentes solúveis e os estruturais. “Os carboidratos estruturais aumentam com a idade das plantas, diminuindo sua digestibilidade, mas o valor absoluto deste incremento está relacionado à espécie forrageira, tipo de manejo e fatores climáticos. Quando pensamos em feno de boa qualidade, temos que levar em conta a proporção de folhas, que deve ser maior em relação aos colmos”.
A fração das folhas apresenta alta velocidade de secagem, atingindo, em algumas espécies forrageiras, valores de cerca de 90% de matéria seca após um período de desidratação a campo de 24 horas posteriores ao corte. “Já a fração colmo, que contém mais água para equilibrar a umidade na planta, necessita de, pelo menos, 30 a 40 horas de permanência no campo para atingir o ponto ideal para o feno”, define Ferrari.
O pesquisador recomenda que um bom feno deve apresentar cor verde brilhante, indicativo de desidratação adequada a campo, com boa composição de caroteno ou pró-vitamina A boa palatabilidade, bem como ser livre de materiais estranhos, tais como ervas daninhas, bolores ou mofo, e flexível ao tato, com maior proporção de folhas e caules finos.
Por Paloma Minke
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