Custo E Rentabilidade Da Produção De Milho Safrinha Em Dois Níveis Tecnológicos
Data da postagem: 18 Maio 2007
As altas significativas dos preços de milho no último trimestre de 2006, em decorrência do deslocamento de parte da produção do cereal nos Estados Unidos para a obtenção do etanol, provocaram aumento inusitado na semeadura de milho safrinha no Brasil na safra 2006/07, dada a expectativa de crescimento das exportações1. De acordo com o 7o levantamento de avaliação da safra 2006/07, da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), realizado em março de 2007, a área e a produção de milho safrinha na Região Centro-Sul brasileira deverão atingir, respectivamente, 3,7 milhões de ha e 13,8 milhões de toneladas, o que representa aumentos de 26% e 36% em relação à safra do ano precedente2.
Dada a importância crescente da cultura do milho desenvolvida como segunda safra anual, em sucessão a uma cultura de verão (como a da soja, na maior parte das regiões produtoras), torna-se de fundamental relevância o conhecimento da economicidade da produção de milho safrinha, levando-se em conta o nível tecnológico (refletido em sistema de produção) e o respectivo custo operacional de produção.
Apresenta-se neste trabalho estimativas de custo operacional de produção do milho safrinha, para sistemas de produção de média e alta tecnologia, adotadas na região do Médio Paranapanema, Estado de São Paulo, com base em preços de materiais e serviços levantados em fevereiro de 2007.
Considera-se sistema de alta tecnologia aquele que compreende o uso de sementes híbridos simples e triplos, de elevado potencial produtivo, doses mais elevadas de adubo NPK, semeadura em época recomendada e produtividade esperada de 4.000kg ha-1. O sistema de média tecnologia compreende o uso de sementes híbridos duplos, de médio potencial produtivo, doses médias de adubo NPK, produtividade esperada de 3.000 kg ha-1 e semeadura após a época recomendada3.
A metodologia de custo utilizada é a do custo operacional de produção, que considera despesas diretas com insumos (sementes, fertilizantes, defensivos, etc.), serviços de operação (mão-de-obra e operação de máquinas) e de empreitas, e despesas indiretas, como depreciação de máquinas, encargos sociais, encargos financeiros, etc.4. A soma das despesas diretas denomina-se custo operacional efetivo (COE) e quando se somam a estas as despesas indiretas o resultado denomina-se custo operacional total (COT). Os indicadores de rentabilidade utilizados foram: receita bruta, margem bruta, ponto de equilíbrio, lucro operacional e índice de lucratividade5.
O custo operacional total (COT) de produção para o milho de alta tecnologia, com produtividade de 4.000kg ha-1, a preços de fevereiro de 2007, é de R$837,02 por hectare ou R$12,55 por saca de 60kg. O milho de média tecnologia (3.000kg ha-1) tem custo de produção de R$670,71/ha e de R$13,41/sc.60kg (Tabela 1).