O quinto levantamento de Previsões e Estimativas da Safra Agrícola, realizado em novembro de 2020 pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, traz as estimativas finais da safra 2019/20 para cana-de-açúcar, laranja e outras importante culturas do Estado. As informações foram coletadas pelos técnicos da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS) e compiladas pelos pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA).
A produção paulista de cana-de-Açúcar foi estimada em 437,55 milhões de toneladas, volume 0,5% superior ao colhido em 2018/19. A variação ocorreu em consequência do aumento de 0,9% na produtividade, uma vez que a área de 6,12 milhões de hectares, é similar à da safra agrícola 2018/19 (6,18 milhões de ha). Os EDRs de Orlândia e Barretos permanecem na liderança da produção de cana-de-açúcar no Estado, afirmam Felipe Camargo, Carlos Fredo, Carlos Roberto Bueno, Celma Baptistella, Denise Viani Caser, José Alberto Angelo, Maximiliano Miura, Paulo Coelho e Vagner Martins, pesquisadores do IEA.
A retomada das atividades em setores da indústria e comércio, com o relaxamento das medidas de isolamento social, permitiu o aumento no consumo de etanol. Mesmo assim, a safra foi mais açucareira do que o previsto no início de 2020, em função da demanda interna e externa. De acordo com a estimativa do 3º Levantamento da Safra 2020/21 de Cana-de-açúcar, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do total de cana produzida no País, 53,8% devem ser destinados à produção de 29,8 bilhões de litros do biocombustível, enquanto o açúcar absorverá 46,2% da atual colheita, devendo gerar 41,8 milhões de toneladas de açúcar.
Com relação ao mercado, em 2020, o complexo sucroalcooleiro se consolidou no primeiro lugar na pauta de exportações paulistas, com US$ 6,40 bilhões. As vendas externas cresceram 56,3% em valores e 67,3% em volumes exportados, devido ao bom desempenho das vendas do açúcar (71,8% em valores e 73,1% em volume). Para o álcool, os embarques apresentaram aumentos de 23,6% em volume e de 5,2% em valores, quando comparados com o ano de 2019.
A estimativa final para a cultura da laranja aponta produção de 317,7 milhões de caixas de 40,8 kg (12.963,2 mil t), montante 3,4% inferior ao obtido na safra anterior. O período de deficiência hídrica, intensificado por altas temperaturas diurnas, se instalou em grande parte da região produtora de laranja. Entretanto, esse efeito foi amenizado nas regiões Sudeste e Noroeste, onde predomina a laranja com destino para mesa, com uso de irrigação. Do total produzido no Estado, 80,9% 257 (milhões de caixas) são destinados à indústria e 60,7 milhões de caixas (19,1%) vão abastecer o mercado para mesa.
A área ocupada com pomares de laranja é 436,1 mil ha, correspondendo a 175,5 milhões de plantas, sendo que cerca de 89% delas estão aptas para produção. O levantamento aponta que continua em vigor o processo de eliminação de pomares comprometidos com a incidência de problemas fitopatológicos, principalmente cancro cítrico e HLB (greening). A laranja também ocupa espaço importante nas exportações paulistas. Em 2020, o grupo de Sucos contabilizou US$ 1,40 bilhão, dos quais 96,7% referentes a sucos de laranja. Esse montante, no entanto, foi 24,2% inferior ao obtido em 2019.
O levantamento apresenta ainda os números finais das culturas da batata de inverno, cebola (muda e plantio direto), mandioca (indústria e mesa) e tomate rasteiro (indústria).
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