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Câmara Setorial do Café e ABIC vão harmonizar programas de qualidade

O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, João Sampaio, assinou protocolo de intenções com a diretoria da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), que amplia a abrangência dos programas de qualidade das duas entidades (selo de qualidade “Produto de São Paulo” e o PQC - programa de qualidade do café). Foi durante reunião da Câmara Setorial de Café, realizada no dia 8 de novembro no Museu dos Cafés do Brasil em Santos (SP). Para o presidente da Câmara Setorial Nathan Herszkowicz, o objetivo é reunir empresas que participam de cada um dos programas num único programa que seja a “harmonização dos dois”. “Quem ganha é o consumidor que vai ter mais café de qualidade”, disse o presidente da Câmara Setorial e diretor-executivo da ABIC. Nathan, que foi reeleito para novo mandato, disse que a Câmara Setorial pretende voltar-se para os trabalhos de base. “Um deles é o protocolo ambiental que, à semelhança do que aconteceu com o setor sucroalcooleiro, vai ser importante para posicionar a cafeicultura paulista como uma cafeicultura integrada e alinhada com a tendência mundial de sustentabilidade, preservação do meio ambiente, etc.”. Na oportunidade, o secretário João Sampaio falou da experiência da indústria de álcool, que assinou, através da ÚNICA (União da Indústria Canavieira), o protocolo agroambiental com o governo paulista. Ele elogiou a participação do APTA-IEA na elaboração do documento e informou que, em pouco mais de um mês, mais de 100 usinas de álcool já aderiram ao acordo. Outro desafio da Câmara Setorial é atender ao desejo das lideranças regionais de promover a demarcação geográfica e o reconhecimento da sua região produtora. “É uma coisa que nós não podemos deixar de lado. Nós temos que fazer. Mas este é um trabalho técnico e mercadológico extremamente complicado, complexo, que vai exigir um trabalho muito grande de todos que se interessam pelo assunto”, diz Nathan. “A Câmara Setorial tem de cumprir nesse caso a função de aglutinadora dos esforços e das competências de técnicos da Secretaria e do setor privado.” Por isso, Nathan defende que a demarcação geográfica seja feita “a partir de um trabalho com base técnica e reconhecimento das diferentes regiões, nas regiões produtoras conhecidas de São Paulo, estabelecendo todas as características geográficas, altitude, latitude, condição climática, banco de dados de regime hídrico, caracterização do microclima de forma geral... Aí, eu acho que os técnicos da Secretaria podem ajudar bastante no sentido de trabalhar esse aspecto técnico amplo. E o setor produtivo pode ajudar fazendo a caracterização sensorial dos cafés de cada região”. É nesse contexto que a Câmara Setorial vai analisar a reivindicação da Associação dos Produtores de Café Especial da Alta Mogiana, de adotar a demarcação geográfica para aquela região. Segundo Milton Cerqueira Pucci, o café da Alta Mogiana é intermediário entre o café do sul de Minas e o café do cerrado. “Ao mesmo tempo em que ele é muito adocicado, suave, ele confere bastante corpo à bebida. Ele é muito valorizado aqui no Brasil e no exterior. Nós queremos resgatar a marca Alta Mogiana, que já é muito forte, fazendo a delimitação de nossa área de atuação, dos municípios que produzem esse café.” Balanço das atividades Nos 10 anos em que está à frente da Câmara Setorial, Nathan destaca a parceria do setor privado com os técnicos da Secretaria de Agricultura, que resultou em um projeto de marketing e na coordenação da cadeia produtiva. Além disso, cita os concursos de qualidade e a edição especial como exemplo de integração entre produtores, cooperativas, associações, sindicatos, a indústria de café, o varejo, supermercadistas, consumidores e governo. “São demonstrações de que todos estão integrados num esforço comum que é melhorar a qualidade, atender melhor o consumidor, agregar valor na cadeia produtiva e continuar fazendo do Café de São Paulo um negócio importante.” O Concurso Estadual de Café de Qualidade foi uma das principais iniciativas da Câmara Setorial, segundo Nathan. “Ele virou modelo para outros estados produtores, virou modelo para a ABIC fazer um concurso nacional... Outra iniciativa exemplar foram as campanhas de qualidade, feitas antes da colheita do café - envolvendo produtores com manhãs de campo feitas por cooperativas, agrônomos, técnicos da CATI da Secretaria da Agricultura -, que desde 1997 foram reeducando o produtor de café paulista nas boas práticas de preparação do grão. A qualidade do café de São Paulo melhorou, reconhecidamente inclusive por compradores internacionais, por causa dos conceitos que foram ensinados, da reciclagem que foi feita com as campanhas de qualidade. Isso também virou modelo para outros estados produtores.” Finalmente, Nathan destaca a criação da norma técnica para o café torrado e moído, por parte da Secretaria de Agricultura Abastecimento em 2002, “que hoje é referência até para a futura norma técnica de qualidade do café que o Ministério da Agricultura vai editar. Em todos esses momentos, a Câmara Setorial participou ativamente”. Cafés vencedores Após a reunião, o presidente da Câmara Setorial anunciou os resultados do 6º. Concurso Estadual de Café de Qualidade, em evento que teve a participação do secretário João Sampaio e lideranças e técnicos do setor. O vencedor do concurso foi Lindolfo Carvalho Dias, da fazenda Cachoeira, de São Sebastião da Grama, que participou na categoria “Café natural”. Ele vendeu a saca por R$ 1.716,00. O segundo colocado foi Pedro Bergamo Neto, da fazenda Santa Alice, de Taquarituba, que concorreu na categoria “Café cereja descascado” e recebeu R$ 1.114,00 pela saca.

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