Data da postagem: 16 Janeiro 2008
Secretaria de Agricultura de São Paulo trouxe de Israel um sistema de irrigação que pode ser usado para aumentar a produtividade da cana-de-açúcar. O modelo está sendo testado numa lavoura experimental.
Uma rede de tubos e mangueiras foi instalada em quatro hectares de uma plantação experimental do governo de São Paulo. A água chega à raiz pelos furos feitos nos canos.
O sistema de gotejamento já é velho conhecido em culturas como hortaliças. Para a cana-de-açúcar é novidade. Um dos principais fatores que depreciam a produtividade é o déficit hídrico, a falta de água. Com esse sistema de manejo a cultura não tem déficit hídrico, ela transpira ao longo do período de crescimento normalmente, explica o agrônomo da Secretaria de Agricultura de São Paulo, Glauber Gava.
Toda a adubagem necessária é misturada em tanques, e também é feita pelo gotejamento.
O sistema é todo automatizado. No meio da plantação aparelhos calculam a quantidade de água nas folhas e no solo e enviam via satélite as informações para um computador. As próprias máquinas calculam a necessidade de aumentar ou diminuir a irrigação.
Os pesquisadores já colheram uma safra da cana irrigada. Ela rendeu 130 toneladas por hectare. No mesmo período as áreas de São Paulo que dependeram só das chuvas produziram em média 100 toneladas.
Os gastos com energia são baixos, já que o sistema não exige grande pressão de água, mas o preço para se implantar a rede de canos varia de R$ 4 mil a R$ 6 mil por hectare. Mesmo assim, o agrônomo Glauber afirma que o aumento de 30% na produtividade compensa. Esse sistema se torna viável porque o custo da terra é muito caro. Em vez de eu comprar uma área maior eu fico na mesma área fazendo o aumento da produtividade. Essa é a grande vantagem desse sistema.
Com o uso da irrigação, os pesquisadores calculam que o replantio da lavoura poderá ser retardado de cinco para dez anos. Os interessados podem entrar em contato com Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios pelo telefone (14) 3621-3317.
Veja o vídeo da matéria