Ocupação de mão-de-obra infantil na agropecuária paulista cai para 21,1 mil menores em 2006
Data da postagem: 19 Junho 2008
A utilização da mão-de-obra infantil (homens e mulheres com menos de 15 anos) na produção agropecuária paulista diminuiu de 30,6 mil para 21,1 mil menores no período 2000-2006, segundo estudo de pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. A média dos sete anos foi de, aproximadamente, 21 mil pessoas ocupadas.
A ocupação de menores, que correspondia a 5,9% do total de trabalhadores residentes em 2000, chegou a cair para 2,5% em 2004, mas esta participação voltou a subir para 4,7% em 2006. As categorias de trabalho proprietário e assalariado residente (referindo-se certamente aos filhos) foram as que tiveram maior participação no período, dizem os pesquisadores do IEA.
Os proprietários necessitam do trabalho dos membros da família para as atividades agropecuárias, observam os técnicos. Certamente, não ocorrendo prejuízo físico e/ou intelectual desses indivíduos, a participação, bem como a observação do dia-a-dia de trabalho na propriedade, pode contribuir ou mesmo despertar interesse futuro em continuar no setor agrícola.
Quanto à categoria volante, os pais utilizam o trabalho dos filhos para garantir as cotas de produção, segundo os pesquisadores. A inserção precoce de muitas crianças deve-se a uma decisão de sua família para aumentar a renda. Essa estratégia, embora tenha uma racionalidade econômica imediata, como forma de assegurar a sobrevivência das famílias, reveste-se de elevado custo social com o tempo, na proporção em que perpetua a pobreza e a desigualdade dentro e entre as gerações.
O estudo foi elaborado pelos pesquisadores Celma da Silva Lago Baptistella, Maria Carlota Meloni Vicente, Carlos Eduardo Fredo, José Eduardo Rodrigues Veiga e Vera Lúcia Ferraz dos Santos Francisco. A íntegra do trabalho está disponível no site www.iea.sp.gov.br.
José Venâncio de Resende
Assessoria de Comunicação Social da APTA
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