SP: proposta quer limitar avanço da cana em pequenos municípios
Data da postagem: 04 Dezembro 2006
Incentivaremos os gestores municipais a criar planos diretores participativos que determinem o que pode e o que não pode no uso de ocupação do solo da área rural, diz o integrante do Núcleo Executivo, ligado ao Crea, Paulo Alonso Costa.
Ele afirma que dessa forma, as cidades planejariam o avanço da cana.
Muitos prefeitos desconhecem o potencial da área rural, que abastece as cidades com alimento e água. Existem outras culturas além da cana e do eucalipto.
O membro do Núcleo Regional Ricardo Henrique Corrêa informa que a Amop (Associação dos Municípios do Oeste Paulista) deve convidar prefeitos da região para mostrar como a projeto pode ser viabilizado.
Não é possível frear o avanço da cana. Queremos criar instrumentos e medidas disciplinadoras para que o ônus social não fique apenas para as prefeituras, diz.
Município enfrenta problema
Palmares Paulista, na região de Rio Preto, conhece de perto o que representa o avanço da cana-de-açúcar.
O município, com pouco mais de 9 mil habitantes, recebe mais cerca de 6 mil migrantes durante as safras.
Sobrecarrega as áreas de saúde, educação e social. Os governos não repassam recursos e nós temos que arcar com o ônus sozinhos, diz a prefeita Sueli Santana.
Segundo ela, as cidades que não têm usinas estão sem recursos para investir na infra-estrutura e sofrem com a superpopulação.
Sabíamos que o setor iria se expandir, mas não somos beneficiados com arrecadação de impostos gerados pela indústria, afirma Sueli.
Associação defende avanço
A Udop (Usinas e Destilarias do Oeste Paulista) defende que as cidades se planejem para avanço da cana.
Ribeirão Preto é modelo de desenvolvimento econômico e social e tem entre 54% e 58% da área agricultável ocupada por cana-de-açúcar, diz o diretor da Udop Fernando Perri.
Ele afirma não entender a preocupação dos municípios. Com a expansão planejada até 2015, a região noroeste teria 38% de área ocupada. Não vejo risco para o desenvolvimento social, econômico e ambiental, diz.
Perri afirma ainda que o agronegócio é a vocação natural da região. Com a expansão da cana os jovens têm trabalho na região. (fonte: Bom Dia Rio Preto)