A maior fonte de proteína vegetal na alimentação do brasileiro — e que tem estado com altos preços — é tema de evento nesta quarta e quinta-feira, 20 e 21 de outubro de 2010, em Campinas (SP). O “VII Seminário sobre Pragas, Doenças e Plantas Daninhas do Feijoeiro” reúne pesquisadores do Instituto Agronômico (IAC-APTA), da Secretaria de Agricultura de Abastecimento, e de outras instituições de pesquisas, que falarão dos principais problemas existentes na cultura do feijão.
O objetivo do evento, organizado por IAC e APTA, é reunir conhecimento sobre as muitas doenças e pragas que atingem o feijoeiro. Dependendo da doença e das condições favoráveis ao seu desenvolvimento, as perdas na lavoura podem chegar a 100%, diz a pesquisadora Margarida Fumiko Ito (IAC) que é uma das organizadoras do seminário. “Dentre as principais doenças da parte aérea, encontram-se a antracnose, a mancha angular e o mofo branco, que ocorrem nas principais regiões brasileiras produtoras de feijão.”
A sétima edição do evento ocorre no momento em que o feijão atinge elevados preços – em setembro de 2010 a saca de 60 kg chegou a R$ 149,12, superando o mês de agosto, quando o valor foi de R$ 95,53, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA). Os participantes terão acesso a temas diversos — desde uma visão macro sobre os desafios do setor até as pragas específicas da cultura, como o mosaico dourado, que já levou ao cancelamento de uma época de plantio em Capão Bonito, interior de São Paulo -, conta César Pagotto Stein, pesquisador do IAC.
O uso de sementes de qualidade é uma das formas de o agricultor evitar a antracnose, que está amplamente disseminada nas regiões produtoras do grão. Causada por fungo — que é transmitido por sementes —, afeta a cultura sob condições de alta umidade relativa e temperatura amena. O controle efetivo da antracnose é alcançado pelo uso de variedades de feijão com resistência genética às raças do patógeno transmissor, explica Margarida. “Os cultivares IAC mais recentemente lançados apresentam resistência às principais raças.”
A mancha angular — que tem ocorrido de forma severa em muitas regiões produtoras — também é causada por fungo transmissível por sementes. Nas regiões de clima temperado, em períodos chuvosos, sob alta umidade relativa do ar e do solo, há intensa ocorrência da doença mofo branco. Segundo Margarida, a compactação do solo é um dos facilitadores de desenvolvimento do mofo branco. Para evitar a compactação, é recomendado o adequado manejo do solo, por meio das técnicas de plantio direto, incorporação de adubos verdes e incremento da matéria orgânica, com aumento da microflora, microfauna e organismos benéficos.
O aumento da ocorrência do mofo branco no feijoeiro e em outras culturas de importância econômica, como algodão, girassol e soja, nos últimos anos, foi resultado do uso de sementes de feijão e de outras culturas contaminadas pelo patógeno S. sclerotiorum, que é transmitido por sementes, observa Margarida. “As cultivares de feijão em uso não apresentam resistência a esse patógeno.”
Para o controle das doenças do feijoeiro, a recomendação é a associação de diversas medidas, como uso de sementes resistentes e isentas de patógenos, tratamento de sementes com produtos químicos e escolha da época de plantio. Além disso, sugere-se evitar plantios adensados e adubações excessivas com nitrogênio, fazer cobertura do solo com palha, adubação verde, controle químico e rotação de culturas com gramíneas, aveia, milheto, sorgo e trigo.
O VII Seminário sobre Pragas, Doenças e Plantas Daninhas do Feijoeiro é realizado na sede do IAC - Avenida Barão de Itapura, 1481, Guanabara – Campinas (SP), entre 8h e 17h30. A programação completa está disponível em http://iac.weblevel.com.br/imagem_eventos/00718.jpg (adaptado do texto original de Carla Gomes).
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