Na primeira semana de agosto, minitubérculos de batata-semente paulistas chegarão à China. A exportação da tecnologia de produção de brotos livres de vírus, do Instituto Agronômico (IAC-APTA), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento, foi aprovada em 2008 e será concretizada agora, com o efetivo envio do material. Além da tecnologia exportada, todos os brotos que irão para a China são de variedades IAC.
As variedades do IAC poderão ser exportadas por meio de brotos destacados de tubérculos de batata-semente livre de vírus e outros patógenos. “A tecnologia abre agora a oportunidade de expor o Brasil como exportador de batata-semente”, diz o pesquisador José Alberto Caram de Souza Dias, responsável pela técnica.
A documentação da transferência da tecnologia e de trânsito de material vegetal está totalmente concluída de acordo com as normas. Inicialmente, a parceria com a China envolvia a transferência de batata-semente de variedades holandesas, as mais presentes no mercado. Porém, por questões burocráticas, os materiais da Holanda foram substituídos pelos desenvolvidos no IAC. São eles: Aracy, Aracy-Ruiva, Itararé, IAC clone 2,5 e Ibitu-Açu — todos livre de vírus e resistentes a importantes doenças presentes na lavoura chinesa.
Caram esteve novamente na China, a convite do governo daquele país, de 22 a 27 de julho último, período em que voltou a expor o sistema desenvolvido no IAC e a visitar campos de batata. O pesquisador conta que os chineses expressam grande respeito e credibilidade ao trabalho do brasileiro. “Não estamos vendendo nada lá, estamos levando tecnologia. Eles nos recebem com enorme interesse e admiração”, relata o pesquisador ao comentar a parceria com o Hulunbuir Agricultural Research Institute.
Lá, as lavouras enfrentam problemas fitossanitários semelhantes aos existentes no Brasil, como a rápida degenerescência da batata-semente causada por viroses e alta incidência da requeima da batata. As variedades paulistas que chegarão ao país são resistentes a essa virose. “Nossas variedades IAC foram desenvolvidas em regiões com condições altamente favoráveis à requeima, por isso a resistência elevada”, diz Caram.
A expansão da bataticultura é meta do governo chinês – a pretensão é passar dos 4,5 milhões de hectares para 6 milhões. Para isso, superar os desafios fitossanitários é fundamental. Especialmente porque o combate a pragas e doenças tem elevados custos para os pequenos produtores chineses.
Lá, em geral, cada agricultor tem de 1 a 2 hectares, os maiores chegam a ter 20 hectares. No Brasil, o total da área ocupada por batata no ano é de 170 mil hectares. Entretanto, a produtividade da bataticultura chinesa é pequena – média de 15 toneladas por hectare. Em lavouras brasileiras, esse número pode variar de 20 a 50 toneladas por hectare. A diferença é causada, principalmente, por viroses na semente (tubérculo ou batata-semente).
De 8 a 13 de agosto, o pesquisador do IAC estará no Canadá, onde irá expor a tecnologia de produção de minitubérculos de batata-semente livre de vírus durante o quase centenário “Encontro Norte Americano da Batata”. De acordo com Caram, cientistas dos Estados Unidos (Alaska) e do Canadá (New Brownswick e Nova Escócia) colaboram, há mais de seis anos, com a pesquisa desenvolvida no IAC.
Link: íntegra da reportagem de Carla Gomes
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