Tecnologias paulistas para produção de milho safrinha, cana-de-açúcar, batata-doce, uva, mandioca, alimentação para ruminantes e aquicultura serão apresentadas pela Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, durante a 11ª CooperShow, maior feira de difusão de tecnologia e produtividade agrícola na região no Vale do Paranapanema. O evento é organizado pela Coopermota e será realizado de 25 a 27 de janeiro de 2017, em Cândido Mota, interior paulista.
A APTA expõe suas tecnologias na feira desde a primeira edição. “Este evento é estratégico para a Agência. Os institutos da APTA, como o Instituto Agronômico (IAC-APTA), o Instituto de Pesca (IP-APTA) e a APTA Regional são parceiros há anos da Coopermota, uma cooperativa em franca expansão que tem forte atuação em diversas regiões do Estado. A CooperShow congrega produtores de todas essas regiões e reúne um público muito interessado em novidades tecnológicas”, afirma Orlando Melo de Castro, coordenador da Agência.
Para o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, o evento é uma oportunidade de interação entre a pesquisa e os produtores rurais. “Uma das diretrizes do governador Geraldo Alckmin é aproximar a pesquisa do setor produtivo. A participação em feiras é uma importante forma de transferência de tecnologia e conhecimento”, afirma.
Na edição deste ano, a APTA apresentará tecnologias para a produção de milho e milho safrinha, cultivares de batata doce livres de viroses, cana-de-açúcar para produção de açúcar, etanol, cachaça e garapa, tecnologia para viticultura regional, mandioca para mesa, para indústria e para alimentação animal e sistemas produtivos em aquicultura.
Tecnologias apresentadas pela APTA na 11ª CooperShow
Milho
O Instituto Agronômico (IAC-APTA) e a APTA Regional apresentarão as principais tecnologias e atualizações para produção de milho e milho safrinha ao público da CooperShow. No estande, serão transferidas informações sobre a melhor época de plantio, as cultivares mais adequadas para a produção, de acordo com a época e local de cultivo, adubação e controle de doenças.
Segundo Aildson Pereira Duarte, pesquisador do IAC, as informações são fruto de um programa de pesquisa desenvolvido há 25 anos pelo Instituto Agronômico, APTA Regional, Coopermota e agricultores. Anualmente, os pesquisadores avaliam 40 cultivares de milho para identificar o potencial produtivo e as regiões que mais se adaptam para o cultivo.
O pesquisador do IAC explica que para a produção do milho safrinha é recomendado o plantio em meados de fevereiro até meados de março, mas o produtor também faz o plantio mais tardio, quando não consegue colher a soja a tempo. “O plantio tardio é mais arriscado, por isso, recomendamos que sejam usadas sementes mais baratas, para ter menor investimento. O plantio recomendado tem maior potencial produtivo e mitigação dos riscos, por isso, o investimento pode ser maior”, explica.
O projeto de pesquisa, pioneiro no Brasil, ajudou na tecnificação dos agricultores da região do Médio Paranapanema. “É um projeto que conta com pesquisa científica e difusão tecnológica. O sucesso dos campos de milho nessa região é fruto dessa interação entre pesquisa, cooperativa e agricultores”, afirma Duarte. O Médio Paranapanema é a principal região produtora de milho safrinha em São Paulo, com cerca de 100 mil hectares com a cultura.
Batata doce
No evento, o Polo Regional de Presidente Prudente da APTA apresentará pesquisa que resultou no aumento de 50% na produção de batata-doce. Com o trabalho, foi possível disponibilizar aos agricultores plantas livres de vírus, o que resultou no aumento da produtividade, precocidade e melhor estado fitossanitário da cultura.
Antes da pesquisa, os produtores adquiriam as ramas usadas no plantio a partir de lavouras comerciais, já em época de colheita, sem considerar as condições de nutrição e sanidade. “A utilização dessas ramas inadequadas, frequentemente, resulta em lavouras com produtividade inferior ao potencial produtivo da cultura e raízes desvalorizadas devido à presença de pragas e doenças”, afirma a pesquisadora da APTA, Sônia Maria Nalesso Marangoni Montes.
Cana-de-açúcar
Na cultura da cana-de-açúcar, os produtores poderão conhecer os materiais IAC adaptados para a região e as variedades usadas para produção de cachaça e garapa.
Serão apresentadas no estande variedades de cana IAC eretas, com alto número de perfilhos, adequadas para o plantio e colheita mecânica e multiplicação de Mudas Pré-brotadas (MPB). “Os materiais são adaptados às condições da região para ambientes diversificados, desde os mais restritivos, até os mais favoráveis”, afirma Ricardo Kanthack, pesquisador da APTA que integra a equipe do Programa Cana IAC.
Além dos materiais de cana para produção de açúcar e etanol, a APTA apresentará ao público suas pesquisas para agregação de valor e diversificação de cultivo. Serão expostas variedades de cana IAC que podem ser usadas para produção de cachaça e garapa.
Para se ter uma ideia, a produção de cachaça agrega, aproximadamente, 85% de valor na renda bruta do produtor. De acordo com a pesquisadora da APTA, Gabriela Aferri, esta é uma boa opção para pequenos produtores rurais, que visam uma oportunidade de aumentar a renda familiar com a produção da bebida. “Uma tonelada de cana-de-açúcar entregue para usina para produção de açúcar e etanol equivale a, aproximadamente, R$ 60, e uma tonelada de cana transformada em cachaça equivale a cerca de R$ 400”, afirma.
Mandioca
A região do Médio Paranapanema é a maior produtora de mandioca para indústria do Estado de São Paulo, respondendo por 50% da produção estadual da raiz e 70% da produção de fécula. A principal variedade de mandioca para indústria plantada na região é a IAC 14, que produz cerca de 25 toneladas por hectare, no primeiro ciclo, e 35 t/ha, no segundo. “A IAC 14 é a variedade de mandioca mais processada pelas indústrias da região”, afirma o pesquisador da APTA, Sergio Doná.
A variedade de mandioca para mesa IAC 576-70, mais conhecida como “Amarelinha”, também será exposta na Coopershow. O material está em 100% dos campos paulistas, por ser mais produtivo, resistente a doenças, ter alto valor nutricional e possuir textura apreciada na gastronomia.
Fruticultura
Doná apresentará na Coopershow resultados de pesquisa em que foi avaliado o desempenho produtivo da videira ‘Niágara Rosada’, enxertada em diferentes porta-enxertos. Serão apresentadas informações sobre produtividade, época de melhor produção, colheita e ocorrência de doenças e pragas, como a mosca-das-frutas, observadas nos experimentos.
O pesquisador também apresentará resultados de projeto de pesquisa que avaliou o desempenho de diferentes porta-enxertos e cultivares de uva, sob irrigação, com potencial para serem utilizados por produtores da região do Médio Paranapanema. “O objetivo do trabalho foi gerar informações para a utilização racional de água nessa cultura na região”, afirma.
Folhosas no Verão
O projeto “Manejo do Ambiente e do Solo para o Cultivo de Folhosas de Verão”, desenvolvido no Polo Regional de Presidente Prudente da APTA, será apresentado ao público da Coopershow. A pesquisa envolve o manejo do ambiente e do solo para o plantio de hortaliças no Verão, época chuvosa em que há grande perda de solo, o que resulta em redução de produtividade e degradação do solo.
“Os produtores da região de Presidente Prudente estão utilizando a tecnologia proposta pela APTA com o plantio de uma forrageira antes do cultivo da hortaliça. O plantio direto viabiliza a produção nesta época do ano, reduzindo a incidência de pragas e doenças do solo e aumentando a qualidade da hortaliça”, explica Andréia Cristina Silva Hirata, pesquisadora da Agência.
A pesquisa também analisou o uso de telas de sombreamento para a produção de hortaliças nesta época do ano. Os pesquisadores estudaram a produção de alface, agrião e cebolinha, três das hortaliças mais consumidas pelos brasileiros. No agrião, por exemplo, as telas de sombreamento aumentaram em cerca de 60% a massa fresca da planta, em relação ao cultivo em pleno sol. A alface teve melhora na qualidade, com folhas maiores e mais macias, características apreciadas pelos consumidores.
Aquicultura
Ao longo dos três dias de evento, os pesquisadores Instituto de Pesca (IP-APTA) apresentarão as linhas de atuação do instituto na regularização de empreendimentos aquícolas e de pesquisas voltadas para a qualidade da água em sistemas de produção de peixes.
“Apresentaremos ao público da feira nossa contribuição na regularização de projetos de tanques-rede em reservatórios do Estado, por exemplo. Além disso, mostraremos quais são as pesquisas desenvolvidas pelo instituto com o objetivo de melhorar a qualidade de água em sistemas produtivos de aquicultura”, conta Luiz Marques da Silva Ayroza, diretor-geral do IP.
SERVIÇO
11ª CooperShow
Data: 25 a 27 de janeiro de 2017
Horário: das 8h30 às 18h
Local: Coopermota
Endereço: Avenida da Saudade, s/n, Cândido Mota, São Paulo
Por Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – APTA