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Preços agrícolas: estabilidade na segunda quadrissemana de março

O índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária paulista (IqPR) ficou estável na segunda quadrissemana de março, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. A variação nula, em relação à segunda quadrissemana de fevereiro, resultou da queda de 0,16% no índice de preços dos produtos de origem animal e de leve alta de 0,06% nos preços dos produtos vegetais. Os aumentos mais expressivos foram registrados nos preços dos ovos (14,18%), da laranja para mesa (6,23%), do trigo (4,53%), do tomate para mesa (3,48%) e da cana-de-açúcar (2,77%). A alta no preço dos ovos decorre da tendência de aumento de consumo, em virtude do início do ano escolar e do período de quaresma, dizem os autores da análise. No caso da laranja de mesa, o maior consumo de suco no verão, associado à escassez relativa de produto nesta época do ano, impulsionou os preços para cima, segundo os técnicos do IEA. “Na cana-de-açúcar, o impacto mais importante consiste no repasse para os preços da desvalorização cambial, o que ocorre de forma lenta. A elevada volatilidade do câmbio face aos desdobramentos da crise mundial deve ser administrada pela cadeia, que não pode aplicar grandes variações de preços até pela dimensão e extensão da safra. O início da safra 2009-2010 se dá na mesma perspectiva da anterior, sendo a variação cambial a novidade.” As quedas mais significativas foram observadas nos preços do feijão (42,18%), da banana (11,29%), do milho (10,63%), da carne suína (5,70%) e da soja (4,49%). O recuo nos preços do feijão decorre do fato de que as colheitas das novas regiões (como Santa Catarina), nesta época do ano, estão dentro de padrões normais, com o tempo bom favorecendo o trabalho, após a safra paranaense ter se normalizado e a quebra ter sido absorvida pelo mercado. A relativa sobra de oferta implica em queda dos preços recebidos pelos produtores, dizem os pesquisadores do IEA. “Há também início do impacto do desemprego urbano. De qualquer maneira, a queda dos preços compromete a renda dos produtores, que por não terem produto não fizeram caixa no período de alta do ano passado. Os reflexos em termos de formação de expectativas ruins para as próximas safras podem também prejudicar os consumidores. A gangorra de preços do feijão nos dois últimos anos não interessa nem aos produtores nem aos consumidores, e refletem a omissão governamental em períodos cruciais notadamente de comercialização desse produto essencial.” No caso da banana, a variação negativa no período reflete a boa oferta do produto, em virtude das condições climáticas favoráveis para a produção, associadas à oferta de frutas concorrentes, observam os técnicos. “Já na carne suína as quedas das exportações refletem num aumento expressivo da oferta interna, mercado no qual concorre com a carne bovina e de frango mais baratas.” “Nos dois principais grãos (soja e milho), as dificuldades do crédito internacional para alavancar as exportações e a premência da venda da safra em curso pela reduzida capacidade de armazenagem - fatores associados à pressão dos compromissos que estão vencendo numa safra custeada com recursos escassos e alto custo do dinheiro - acabam por produzir ambiente de negócios que reduz a margem de manobra dos produtores-vendedores.” Nesta quadrissemana, os índices tanto geral quanto vegetal e animal recuaram perto de 2,4 pontos percentuais, em comparação com os índices da segunda quadrissemana de fevereiro, pressionados principalmente pela queda nas cotações de preços do feijão, do milho e da carne bovina. “Essa queda só não foi maior devido à alta nas cotações da cana-de-açúcar que no período cresceu 2,77%”, concluem os autores do trabalho. A análise foi elaborada pelos pesquisadores Eder Pinattti (pinatti@iea.sp.gov.br); José Alberto Ângelo (alberto@iea.sp.gov.br); José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) e Luis Henrique Perez (lhperez@iea.sp.gov.br). A íntegra está disponível no site www.iea.sp.gov.br. Assessoria de Comunicação da APTA José Venâncio de Resende (11) 5067-0424

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